5 Ideias Construtivas Sobre a Leitura da Bíblia que Podem Transformar Sua Vida Espiritual
5 Ideias Construtivas Sobre a Leitura da Bíblia que Podem Transformar Sua Vida Espiritual
A Luta Comum com a Palavra Escrita
Para muitos, a jornada com as Escrituras começa com uma intenção sincera: encontrar vida e uma conexão mais profunda com Deus. No entanto, a experiência pode rapidamente se tornar algo frustrante. Em vez de um encontro transformador, a leitura da Bíblia se transforma em um exercício intelectual. A intenção de encontrar vida resulta apenas em mais informação — um conhecimento morto de letras em preto e branco.
Essa frustração é mais do que um sentimento de secura; pode ser um sinal de morte espiritual. As palavras, que deveriam ser espírito e vida, parecem exalar o mau cheiro da morte que vem do conhecimento sem a vida do Espírito. E se o problema não estiver no texto, mas na nossa abordagem? E se a maneira como nos aproximamos da leitura for exatamente o que precisa mudar para desbloquear a vitalidade que buscamos?
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As 5 Chaves para uma Experiência Viva
Vamos explorar cinco ideias construtivas, extraídas de uma profunda reflexão espiritual, que podem revolucionar sua interação com a Palavra de Deus.
1. Ler Apenas por Conhecimento Pode Ser Prejudicial
Pode parecer chocante, mas a busca por conhecimento bíblico, por si só, pode ser um obstáculo. Quando a Palavra é tratada apenas como um texto a ser dissecado pela mente, ela se torna conhecimento intelectual, não vida. O resultado é um acúmulo de informações que, paradoxalmente, "mata" a vitalidade espiritual em vez de nutri-la.
Isso nos coloca diante de uma escolha fundamental: seremos escribas ou sacerdotes? O escriba é o erudito religioso que acumula fatos. O sacerdote, por outro lado, é aquele que queima incenso — que ora — e entra em comunhão com Deus. A Palavra não foi dada primariamente para informar a mente, mas para alimentar o espírito, pois Jesus mesmo disse: "As palavras que Eu vos tenho dito são espírito e são vida" (João 6:63).
"Se a palavra está meramente em letras, ela não é vida; é mero conhecimento, que mata (2Co 3:6). É quando a palavra é transferida para o Espírito que se torna vida, porque não são as palavras diretamente que dão vida, mas o Espírito."
2. A Oração é a Chave para "Transferir" a Palavra para o Espírito
Se o conhecimento por si só mata, como transformamos as letras em vida? A resposta prática e poderosa é a oração. A oração é o canal que "transfere" o que lemos em nossa mente para o nosso espírito, onde se torna uma experiência viva.
Pense nos primeiros discípulos. Por três anos e meio, eles "leram" Cristo como a Palavra viva em pessoa. Mas foi somente após dez dias contínuos de oração desesperada que essa experiência foi plenamente transferida para o Espírito no dia de Pentecostes. Sua oração não era casual; era uma entrega total: "Senhor, abandonamos tudo... estamos sobre o altar esperando ser cheios de Ti, possuídos e tomados por Ti e mesclados Contigo." A oração é o processo que vivifica as letras.
"A única maneira de recebê-la como o Espírito é a oração. Não importa quão profundamente nós a recebamos, ela não será vida para nós enquanto não tivermos oração adequada."
3. A Meta Não é Aprender, é "Comer"
A metáfora mais poderosa para a leitura da Bíblia não é a de um estudo, mas a de uma refeição. As Escrituras não devem ser tratadas como um livro didático para o intelecto, mas como alimento espiritual para o nosso espírito.
Mas como Cristo se tornou comestível? Para se comer algo, essa coisa precisa ser processada — morta, cortada e cozida. Por Sua crucificação e ressurreição, Cristo foi transfigurado da carne para o Espírito. Isso O transformou de uma figura externa a ser estudada em uma realidade interna a ser consumida. Assim como a comida física é assimilada e se torna parte de nós, a Palavra, quando "comida" por meio da oração, nos nutre interiormente, tornando-se nossa própria vida e sustento.
"Achadas as tuas palavras, logo as comi." (Jeremias 15:16)
"Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus." (Mateus 4:4)
4. Uma Regra Prática Surpreendente: Ore Mais do que Você Lê
Aqui está uma orientação que vai contra a intuição da maioria. Para transformar a Palavra em nutrição, devemos dedicar mais tempo à oração do que à leitura. A oração é o processo de "digestão" que permite ao nosso espírito absorver a vida contida no que lemos.
Ler sem orar é como engolir a comida sem mastigar. A nutrição real acontece no processo de orar sobre o que lemos e com o que lemos. Essa prática é tão crucial que negligenciá-la equivale a "apagar o Espírito" e "desprezar as profecias" (1 Tessalonicenses 5:19-20). É dar as costas ao alimento oferecido.
Como isso funciona na prática? Ao ler Gênesis 1:1, "No princípio, criou Deus os céus e a terra", em vez de analisar a cronologia, podemos imediatamente orar: "Senhor, Tu criaste todas as coisas. Tudo foi iniciado por Ti. Quero que Tu entres em minha vida para iniciar todas as coisas."
"Se gastarmos dez minutos lendo, devemos gastar pelo menos quinze minutos orando. Precisamos orar mais para receber em nosso espírito o que lemos."
5. A Bíblia Pode se Tornar um "Livro Diferente" para Você
Nossa experiência com a Bíblia não depende do livro, mas do tipo de pessoa que somos e de como a abordamos. Como o irmão Watchman Nee observou, "pessoas diferentes têm Bíblias diferentes". O tipo de livro que temos em mãos depende do tipo de coração que o lê.
Se um homem tem problemas com sua esposa, ele pode abrir as Escrituras e pensar que ela parece ser apenas um livro sobre a submissão da mulher. A Bíblia reflete o que está em nós. Ao adotar a prática de ler com oração, a Bíblia deixa de ser um livro estático de letras e se torna uma fonte dinâmica e viva de suprimento. A promessa é que o próprio texto parecerá mudar.
"Se praticamos a maneira adequada de orar com o que lemos, a Bíblia 'mudará' após apenas seis meses. Ela será outro livro. Precisamos dessa prática para receber a palavra da maneira da vida."
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Conclusão: De Leitor a Participante
A mudança fundamental proposta aqui é um verdadeiro deslocamento de paradigma: de uma abordagem de estudo para uma de nutrição. Trata-se de deixar de ser um escriba que acumula informações para se tornar um sacerdote que comunga com Deus. É passar de um leitor passivo para um participante ativo que se alimenta de Cristo.
O que aconteceria se sua próxima interação com as Escrituras não fosse uma sessão de estudo, mas uma refeição espiritual?