13 - Ser iluminado por Deus para confessar os pecados.
PRECISAMOS SER ILUMINADO POR DEUS PARA CONFESSARMOS OS NOSSOS PECADOS.
Alguns foram salvos há muito tempo, ainda que nunca tenham tido um momento de confissão diante de Deus. Todos confessamos que o Senhor Jesus é nosso Salvador, mas pode ser que até hoje não tenhamos confessado nossos pecados interiores perante Deus. Alguns podem dizer que não se sentem pecadores. É claro, essa palavra não é falsa; uma pessoa pode estar cheia de pecados, mas não ter consciência de que é pecadora. De acordo com o fato, ela está cheia de pecados; mas de acordo com o sentimento, não sente que seja pecadora. Diante de Deus ela está cheia de pecados, mas no sentimento próprio não há nenhuma percepção de pecado.
Certo dia em Xangai, quando entrei no escritório da igreja, todos riram de mim quando me viram. Perguntei o que estava acontecendo. Então um irmão me levou a um espelho e vi que eu estava sujo, mas não sabia em que momento havia me sujado e não tinha nenhum sentimento sobre isso. Na verdade, eu me sujei, mas de acordo com meu sentimento eu ainda estava limpo. Muitos são assim diante de Deus, estão cheios de sujeira, mas ainda sentem que estão bem. O sentimento subjetivo está muito além do fato. Há muitos exemplos sobre isso na Bíblia. Antes de encontrar Deus, uma pessoa se considera boa, mas, uma vez que toca em Deus, logo percebe que está errada. Por que isso ocorre? Porque Deus é luz, e Deus é como um espelho. Todos os que vêem a luz surpreendem-se com tantos pecados que têm diante de Deus. A razão por que uma pessoa não enxerga nada, nem o próprio nariz, também está relacionada com a luz. Por exemplo, se uma casa está escura e não há luz, mesmo que esteja cheia de sujeira, ninguém vai perceber isso. No entanto, quando um raio de luz entra na casa, podemos vê-la claramente. Se a luz for forte o bastante, veremos até mesmo a poeira. As bactérias podem ser vistas claramente em um microscópio; não podem deixar de ser vistas. Muitos médicos dizem que debaixo de uma luz bem forte e um poderoso microscópio, tudo que uma pessoa vê parece sujo.
Todos são pecadores diante de Deus, mas nem todos podem ver que são pecadores. No Antigo Testamento, uma vez que uma pessoa ia a Deus, logo sentia que era pecadora. Quando o profeta Isaías foi iluminado, imediatamente percebeu que era impuro. Quando os serafins no céu diziam: "Santo, Santo, Santo", Isaías disse: ''Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios" (Isaías 6:3,5). Há pelo menos quatro coisas impuras em nós: o lábio superior, o lábio inferior, a língua e a garganta. Alguns talvez digam.: "Não é verdade, meus lábios, minha língua e minha garganta são puros". No entanto no dia em que formos de fato iluminados por Deus, veremos que não há nenhuma outra parte de nosso corpo que peque mais do que os lábios.
Não importa quem seja a pessoa, uma vez que Deus vai a ela, ela confessa os pecados. Até mesmo duas horas não será tempo suficiente para confessá-los todos. Mesmo que não saibamos quantos pecados nossos lábios e língua cometeram, sabemos que dissemos coisas que não deveríamos ter dito e que nosso falar está sempre misturado com maldade e malícia. Uma vez que o lábio de uma pessoa seja limpo, ela será uma pessoa limpa. Mesmo hoje, quais lábios não pecaram desde a manhã até agora? Alguns podem dizer que são justos e não têm pecados. Contudo, quando alguém realmente tocar em Deus, verá que não tem somente alguns pecados individuais, mas pilhas e pilhas deles. Depois de confessar alguns dos pecados, ele ainda terá mais a confessar. Na verdade, sempre haverá mais a confessar.
Um de meus contatos no Evangelho me disse que, antes de ser salvo, achava que era um perfeito cavalheiro. Também admiti que seu temperamento era de um cavalheiro justo. Certo dia, porém, ele ficou doente e começou a sofrer várias enfermidades: pressão alta, doença cardíaca, doença pulmonar e assim por diante. Ele ficou internado por muito tempo, pois não havia se recuperado. Um dia ele ficou muito desesperado e, enquanto estava deitado, começou a considerar que tipo de pessoa ele era. Quanto mais pensava sobre si, mais se achava bom; quanto mais se avaliava, ainda achava que era bom. Nesse momento, todavia, ele viu uma Bíblia a seu lado. Naquele instante ele ainda não havia crido em Jesus e desconhecia o significado da salvação. Ele abriu a Bíblia, leu um pouco e de repente descobriu que algo estava errado em seu ser - algo que nunca tinha achado antes. Percebeu que tinha um pensamento que não era correto, e o confessou diante de Deus. Logo após ter confessado esse pecado, veio um segundo sentimento, fazendo com que ele confessasse um segundo pecado. Então veio também um terceiro sentimento, e ele confessou o terceiro, o quarto e o quinto pecado. Ele confessou os pecados dessa forma até que, por fim, perdeu a conta de quantos pecados havia confessado. Depois de certo tempo sentiu que, porque tinha muitos pecados, não deveria confessá-los deitado na cama, então levantou e se prostrou em frente à cama. Depois que confessou mais pecados, ele tirou as mãos da cama e se prostrou inteiramente no chão, chorando e confessando ao mesmo tempo. Por pelo menos três horas, ele sentiu que, quanto mais confessava, mais tinha para confessar. Ele antes não sentia que estava errado, mas naquele dia seu sentimento foi totalmente diferente. No começo sentia que só estava um pouco errado. Mas após ter feito uma confissão, veio outro pecado; após ter feito outra confissão, veio o terceiro. Isso continuou até que ele se esqueceu do tempo - por um lado confessando e por outro chorando. Embora fosse um homem bem forte e realizado em sua carreira, ele foi salvo! Sua salvação não foi genérica ou vaga, mas nela ele confessou todos os pecados. Lucas capítulo 5 registra a história de Pedro. Originalmente Pedro não percebia que era pecador, mas, quando o Senhor resplandeceu sobre ele, ele logo disse: "Retira-te de mim, Senhor, porque sou homem pecador" (Lc 5:8). No Antigo Testamento Jó também era alguém que não percebia seus pecados até que Deus resplandeceu sobre ele. Seus três amigos lhe disseram que ele devia ter pecado diante de Deus, mas Jó não concordou e queria discutir com Deus para ver onde estavam seus pecados (Jó capítulos 4,5,6). Isso mostra que Jó estava em trevas; ele nunca tinha tocado em Deus ou visto a luz. No entanto, no final do livro de Jó, vemos que ele encontrou Deus e lhe disse: "Eu Te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos Te vêem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza" (Jó 42:5-6). Por que ele se arrependeu? Porque viu sua impureza diante de Deus. Todos somos sujos e impuros diante de Deus. Quem toca em Deus vê sua imundície, e alguém que é iluminado por Deus percebe sua impureza. Mas quem nunca tocou em Deus ou viu a luz, embora seja imundo e sujo, não tem nenhuma sensação de imundície. Toda vez que uma pessoa tocar em Deus, verá que é cheia de pecados e que é uma constituição de pecado.
Uma pessoa que está diante de Deus e Nele toca deve ver que é pecadora. Quanto mais confessa os pecados, mais sente sua imundície; quanto mais sente sua imundície, mais se achega a Deus; e quanto mais se achega a Deus, mais se dá conta de que é pecadora. Todos os salvos, desde o momento em que Deus os conduz a andar nesse caminho, têm de passar por essa experiência. Desde que fomos salvos até hoje, acaso já tivemos uma confissão cabal diante de Deus? Essa pergunta é muito séria. Muitos não têm nenhum problema com a salvação, mas é questionável se já tiveram uma confissão cabal.
A primeira vez que confessei meus pecados completamente depois que fui salvo não foi somente por uma ou duas horas, mas por longo tempo. Fui iluminado por Deus a tal ponto que mesmo ficar sentado me fazia sentir-me culpado. Parecia que se eu dissesse sim, eu pecava, e se dissesse não, também pecava. Todos nascemos impuros. Cada um de nossos pensamentos e intenções é impuro. Quando um bebê nasce e começa a produzir sons, sua boca é muito pura. Pouco a pouco, porém, ao aprender a falar, ela não é mais pura. Depois que entra na escola, quando você lhe pergunta algo, ele desvia os olhos. Então, quando ele fala, você sabe que seu falar tem segundas intenções. Toda palavra falada com segundas intenções é impura.
De 1931 até agora, tenho confessado meus pecados quase todos os dias. Certa vez fiquei bastante chateado com certa questão e fui confessar diante de Deus. No final de meu período de confissão vieram-me duas frases que nunca ouvi antes. Como resposta orei: "ó Deus, perante Ti não sou apenas imundo, sou basicamente um monte de lixo. Não é somente que eu era uma pessoa limpa que foi contaminada e se tornou impura; não é só isso, Senhor; sou um ser constituído de impureza. ó Deus, não sou somente falso, mas todo o meu ser é constituído de falsidade". Fui iluminado por Deus a ponto de perceber que sou a constituição da impureza e da falsidade. Foram essas duas frases que me iluminaram. Não somos apenas pecadores, mas somos a constituição do pecado. Quando Deus nos ilumina, logo vemos nossa podridão e maldade. Se não temos permitido que Deus nos ilumine, não temos andado ou progredido nem mesmo um passo diante Dele. Quando Deus quer que andemos um passo adiante, primeiro deve nos iluminar e limpar. Toda e qualquer pessoa que não tenha sido totalmente iluminada, não importa há quanto tempo seja salva, quanta doutrina entenda ou quão profundamente conheça a Bíblia, embora seja salva, nunca deu um passo no caminho de Deus. O primeiro passo de Deus ao nos iluminar é sempre nos limpar por completo.
Livro: "Os Puros de Coração". (Witness Lee)
Jesus Cristo é o Senhor, o único e suficiente Salvador.