22 - A MENTE DA ALMA.
Mensagem 22
"A MENTE DA ALMA".
Nosso trabalho é sempre influenciado ou controlado pela mente. Por não saber como buscar a vontade de Deus, muitas vezes tomamos os pensamentos da mente como se fosse a vontade de Deus e nos desviamos. Acompanhar a mente e estabelecer a conduta de alguém na mente é algo muito perigoso. Algumas vezes, quando preparamos uma mensagem, esforçamo-nos para exercitar a mente e preparar resumos, seções, exposições, significados e exemplos. Esses sermões são muito mortos; podem prender a atenção das pessoas e causar certo interesse, mas não podem dispensar vida aos outros.
Existe outro trabalho da mente. Creio que muitos obreiros de Deus freqüentemente encontram-se envolvidos nesse indesejável trabalho. É a memória. Nós, por vezes, pregamos aos outros a partir da memória! Memorizamos as mensagens que ouvimos e falamos aos outros a partir do que lembramos. Às vezes falamos às pessoas partindo das passagens da Bíblia que memorizamos ou de velhos sermões, velhos comentários. Tudo isso são obras da mente. Não quer dizer que nunca tenhamos experimentado o que pregamos. Talvez o que saibamos e lembremos sejam coisas ensinadas por Deus. Talvez realmente tenhamos experimentado as coisas que sabemos e lembramos. Entretanto, isso não descarta o fato de que ainda são obras da mente. Podemos ter experimentado uma verdade, que ao tempo da nossa experiência pode ter sido vida para nós. Contudo, após um tempo o conhecimento da verdade permanece somente na nossa cabeça. Começamos a pregar de memória a verdade que experimentamos anteriormente, mas isso se tornou mero trabalho da mente. Nossa mente e memória são órgãos da alma. Confiar nelas significa confiar no poder da vida da alma. Ainda estamos sob o controle da vida natural.
Essas três coisas são os itens principais da obra da alma. Tal obra anímica (natural) não é pecado; não significa que seja absolutamente incapaz de salvar pessoas. Entretanto, os frutos serão escassos. Deveríamos vencer essa obra da alma confiando na cruz. O Senhor Jesus disse-nos que a vida da alma deveria cair na terra e morrer como um grão de trigo. Segundo a experiência, amamos muito as habilidades naturais. Amamos os sentimentos e confiamos na mente. Porém, o Senhor disse-nos que deveríamos odiar a vida da alma. Se não a odiarmos, pelo contrário, a amarmos, perderemos o poder da vida espiritual sobrenatural. Nessa questão, a morte da cruz deve realizar uma profunda obra. Devemos entregar à cruz a vida da alma que apreciamos. Devemos estar dispostos a morrer com o Senhor aqui e a remover a dependência das habilidades naturais, dos sentimentos e da mente. Não removemos essas obras com relutância. Pelo contrário, odiamos de âmago delas. Em nossa obra, devemos não somente estar despreocupados sobre ter ou não habilidades naturais, sobre ter ou não emoções e pensamentos, mas devemos ir além e nutrir uma aversão por tal vida natural e estar dispostos a entregá-la à crucificação.
Se tivermos a atitude constante de odiar a vida da alma do lado negativo, e se não formos em nada transigentes, aprenderemos na experiência a confiar no poder da vida espiritual e produzir fruto para Deus. Que possamos não mais confiar no poder da vida da alma, e que possamos confiar no poder do Espírito.
Livro: "A CRUZ". (Watchman Nee)
Jesus é o Senhor!