A VINDA DO SENHOR E A GRANDE TRIBULAÇÃO
No término da era da igreja haverá um período de sete anos, a última semana das setenta semanas profetizadas em Daniel 9. Daniel 9 fala de setenta semanas de anos relacionadas com a história de Israel. Primeiramente temos sete semanas, em seguida sessenta e duas semanas, e finalmente, após um longo intervalo, a última semana, os últimos sete anos.
Um pouco antes do início desses sete anos, um homem poderoso se levantará — o anticristo. Aqui em 2ª Tessalonicenses 2, o anticristo é chamado o homem da iniqüidade. De acordo com a profecia, essa pessoa poderosa restaurará o Império Romano e se tornará o último César daquele império. A seguir, o anticristo, o homem da iniqüidade, fará uma aliança, um acordo com os judeus. Esse acordo será feito com o intuito de durar sete anos. Pelo fato de o anticristo vir a ser tão poderoso, os judeus o temerão; eles terão receio de que ele os persiga na prática da religião deles. Por essa razão, os judeus firmarão um acordo com ele, e neste acordo ele lhes prometerá liberdade de adoração. Os judeus ficarão muito satisfeitos com esse acordo, alegres por terem a liberdade de adorar ao Deus de seus pais. Entretanto, após três anos e meio, na metade dos últimos sete anos do acordo, o anticristo romperá seu acordo com os judeus e começará a persegui-los.
Os últimos sete anos podem ser divididos em dois períodos de três anos e meio cada um. Na Bíblia, o segundo período de três anos e meio é também chamado de quarenta e dois meses ou mil duzentos e sessenta dias. (Ap 11:2-3; 13:5). A partir do nosso estudo da Bíblia podemos afirmar categórica e definitivamente que os últimos três anos e meio serão o tempo da grande tribulação. Isso significa que a grande tribulação ocorrerá na segunda metade da última semana; ela durará três anos e meio, ou quarenta e dois meses, ou mil duzentos e sessenta dias.
Muitos ensinam que a vinda do Senhor se dará antes da grande tribulação. Entretanto, quando se referem à tribulação, eles normalmente entendem como todo o período final de sete anos. Segundo o entendimento deles, toda a última semana das setenta semanas de Daniel será o período da grande tribulação. Eles ensinam que Cristo virá arrebatar os crentes antes desse período de tribulação, isto é, antes dos últimos sete anos desta era. Por esse motivo, essa escola de ensinamento é chamada de escola da pré-tribulação,
A segunda escola é a escola da pós-tribulação. Esse é o ensino de que a vinda de Cristo se dará após a grande tribulação. Os que ensinam que a vinda de Cristo será após a tribulação, utilizam muitos versículos da Bíblia como uma base firme para seu ensinamento. Os que fazem parte dessa escola ensinam que Cristo voltará exatamente no final da tribulação. Portanto, o ensinamento deles é chamado de escola da pós-tribulação.
Uma terceira escola de ensinamento, representada por mestres da Bíblia, tais como Pember, Govett e Panton, ensina sobre a volta do Senhor de maneira mais detalhada do que os das escolas da pré-tribulação e da pós-tribulação. Os que são da terceira escola dizem que nem os da escola da prétribulação nem os da pós-tribulação estão totalmente corretos. Pelo contrário, cada uma dessas escolas está apenas parcialmente correta. O ensino das primeiras duas escolas pode ser comparado a um mapa da cidade onde se mostra somente as ruas principais, enquanto o ensino da terceira escola pode ser comparado a um mapa da cidade que mostra, não apenas as ruas principais, mas também as ruelas, os bêcos e as vielas. Portanto, o ensino dos da terceira escola é mais detalhado e mais exato.
De acordo com a terceira escola, a “parousia” (a presença, a vinda) de Cristo, provavelmente terá início um pouco antes da metade dos últimos sete anos e durará aproximadamente até o final desse período. Cristo deixará o trono no terceiro céu e descerá aos ares oculto por uma nuvem e permanecerá ali por quase três anos e meio. Durante tal período inúmeras coisas ocorrerão. O filho varão em Apocalipse 12 será arrebatado pouco antes de o anticristo começar a perseguir todo tipo de religião, inclusive o judaísmo e o catolicismo, e o anticristo exaltará a si mesmo acima de todo objeto de adoração. O filho varão será arrebatado, não para os ares, mas para o trono de Deus. Além disso, de acordo com Apocalipse 14, os cento e quarenta e quatro mil também serão arrebatados durante esse período como primícias, antes da segunda metade dos últimos sete anos. Nós não devemos cometer o engano de considerar que os cento e quarenta e quatro mil em Apocalipse 14 sejam idênticos ao filho varão em Apocalipse 12. Esses dois grupos de vencedores são distintos. O filho varão e os cento e quarenta e quatro mil serão arrebatados ao trono de Deus. Então, o Senhor Jesus começará a Sua “parousía”; Ele descerá do trono de Deus para os ares.
Parece certo que o filho varão e os cento e quarenta e quatro mil descerão com Ele. Então, ao final dos últimos sete anos, o Senhor Jesus virá visivelmente para a terra. 2 Tessalonicenses 2:8 refere-se a isso: “Então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda”. A palavra grega traduzida por “vinda” é “parousia”, presença. A manifestação da “parousia” do Senhor será ao final dos últimos sete anos, após o anticristo, o iníquo, ter sido revelado.
A VINDA DO SENHOR E NOSSO ARREBATAMENTO
Consideremos agora 2Ts 2:1-12, versículo por versículo. No versículo 1, Paulo diz: “Irmãos, no que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos exortamos”. Como no versículo 8, a palavra grega para “vinda” aqui é “parousia”. Dois assuntos são abrangidos nesse versículo: a “parousia do Senhor e a nossa reunião com Ele".
A “parousia do Senhor" durará um espaço de tempo. Começará com a Sua vinda dos céus aos ares ao tempo da grande tribulação, a qual ocorrerá nos últimos três anos e meio desta era, a segunda metade da última semana de Daniel 9:27. (Ap 10:1; Mt 24:21; Ap 11:2), e terminará com a sua manifestação, “a manifestação da Sua parousia”. (2Ts 2:8; Mt 24:30). Durante a “parousia” do Senhor, a maioria dos crentes será arrebatada para encontrar-se com o Senhor nos ares. (1Ts 4:17). “O Dia do Senhor” em 2 Tessalonicenses 2:2, refere-se, segundo o contexto, ao período da “parousia do Senhor", na qual o arrebatamento da maioria dos crentes ocorrerá. O versículo 3 diz-nos definitivamente que antes desse período, o anticristo será revelado para fazer o papel principal na grande tribulação. (2T 2:4; Ap 13:1-8, 12-15). Isso revela clara e definitivamente que a vinda do Senhor e o arrebatamento da maioria dos crentes não podem ocorrer antes da grande tribulação.
NÃO ABALADOS NEM PERTURBADOS
O versículo 2 diz: “A que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor.” De acordo com Darby, “da vossa mente” denota “uma mente serena e que julga sobriamente”. Paulo não desejava que os crentes de Tessalônica fossem abalados na mente ou perturbados com relação à vinda do Senhor e ao nosso arrebatamento. A frase “por espírito” refere-se ao fingimento de um espírito falante que alega ter a autoridade da revelação divina. Alguém pode alegar que tem o espírito para falar acerca da vinda do Senhor. Paulo adverte os crentes a não lhe dar ouvidos precipitadamente. Ele também os adverte a não serem perturbados “quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós”. Isso pode indicar que alguém fingia escrever uma carta utilizando-se do nome do apóstolo Paulo. Aqui Paulo parece dizer: “Irmãos, se alguém, por espírito, por palavra ou por carta, como procedente de nós, disser que o Dia do Senhor já chegou, vocês não devem ouvi-lo, Não se abalem nem se perturbem.”
A APOSTASIA E O HOMEM DA INIQÜIDADE
O versículo 3 diz: “Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição.” (2Ts 2:3). A palavra grega traduzida por “enganar” pode também ser traduzida por “iludir”, não apenas causando uma falsa impressão, mas, de fato, fazendo desviar.
No versículo 3, o pronome “isto” refere-se ao Dia da vinda do Senhor. Esse Dia não virá sem que a apostasia venha primeiro. Essa apostasia será o abandono do reto caminho da economia de Deus como está revelado nas Escrituras. Há uma profecia clara na Bíblia de que antes da volta do Senhor haverá uma grande apostasia entre o Seu povo, um abandono da linha da economia de Deus. Mesmo hoje há uma tendência entre alguns cristãos de deixar o reto caminho do Novo Testamento.
O versículo 3 também indica que o Dia do Senhor não virá antes que seja revelado o homem da iniqüidade. Esse homem da iniqüidade é o anticristo, como profetizado em Daniel 7:20-21, 24-26; 8:9-12, 23-25; 9:27; 11:36-37; Apocalipse 13:1-8, 12-18; 19:19-20. Ele será o homem da iniqüidade, lançando a verdade por terra, alterando as leis, destruindo e corrompendo a muitos em nível fora do normal, blasfemando a Deus, e enganando os homens. Portanto, o Senhor o destruirá totalmente, e ele se tornará o filho da perdição.
O versículo 3 indica claramente que a volta do Senhor não precederá a tribulação. Antes da vinda do Senhor, primeiro ocorrerá a apostasia e além disso a revelação do homem da iniqüidade. Isso significa que antes da vinda do Senhor, — a apostasia, e uma pessoa — o anticristo, devem manifestar-se primeiro.
Paulo disse aos tessalonicenses que uma vez que a apostasia e a revelação do homem da iniqüidade devem vir antes do Dia da vinda do Senhor, eles não deveriam ser abalados por nada nem por ninguém que afirmasse que o Dia do Senhor já havia chegado. A apostasia deve ocorrer, e o anticristo deve ser revelado. O anticristo será plenamente revelado durante a grande tribulação. Isso indica que a vinda visível do Senhor será após a grande tribulação, não antes dela. O versículo 3 é utilizado pelos que seguem a escola da pós-tribulação para confirmar que a vinda visível de Cristo ocorrerá após a grande tribulação.
O ANTICRISTO NO TEMPLO DE DEUS
No versículo 4 Paulo fornece uma descrição adicional do anticristo: “O qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus.” (2Ts 2:4). Isso cumpre a profecia relativa ao anticristo em Daniel 11:36-37. Isso ocorrerá na metade da última semana, como profetizado em Daniel 9:27. Ocorrerá nos últimos três anos e meio desta era — na grande tribulação.
O santuário de Deus mencionado no versículo 4 é “o lugar santo” em Mateus 24:15. O versículo 4 indica que o templo de Deus será reedificado antes da volta do Senhor. O templo foi destruído há mais de dezenove séculos. No entanto, esse versículo diz que o anticristo sentar-se-á no santuário de Deus. Portanto, o templo tem de ser reconstruído. A nação de Israel foi restabelecida, e a cidade de Jerusalém foi devolvida a Israel. Entretanto, o templo ainda não foi construído. Alguns judeus estão profundamente animados com relação à reedificação do templo. Um dia, esse templo será reconstruído, e, de acordo com a profecia de Daniel, o anticristo assentar-se-á nele.
No versículo 5, Paulo diz: “Não vos recordais de que, ainda convosco, eu costumava dizer-vos estas coisas?” (2Ts 2:5). Apesar de Paulo ter estado com os tessalonicenses por apenas três semanas, ele lhes havia falado acerca dessas coisas.
O MISTÉRIO DA INIQÜIDADE
No versículo 6, Paulo prossegue: “E, agora, sabeis o que o detém, para que ele seja revelado somente em ocasião própria.” (2Ts 2:6). Esse versículo indica que algum poder impede a revelação do homem da iniqüidade, que é o anticristo. As palavras “em ocasião própria” denotam o tempo determinado por Deus, o qual será a última das setenta semanas, como profetizado em Daniel 7:24-26; 9:27; Apocalipse 13:1-8.
No versículo 7, Paulo continua: “Com efeito, o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém.” (2Ts 2:7). A iniqüidade que caracterizará o anticristo já opera misteriosamente nesta era. É o mistério da iniqüidade operando hoje entre as nações e na sociedade humana. Mesmo agora existe uma tendência de que a iniqüidade seja prevalecente.
O anticristo será a totalidade da iniqüidade. Ninguém possui poder ilimitado, a não ser que seja iníquo, sem lei. Uma pessoa legalista não pode ter poder ilimitado, pois ela é limitada pela lei. Os iníquos, os que não estão limitados pela lei, mas fazem tudo o que lhes agrada, podem tornar-se muito poderosos. Hitler, um exemplo de iniqüidade, foi tal pessoa.
De acordo com a soberania de Deus, “há um que agora resiste até que do meio seja tirado”. Isso provavelmente significa que o fator de restrição será retirado do caminho. Apesar de o mistério da iniqüidade já operar, essa iniqüidade, no presente, é limitada, restrita. Contudo, um dia essa restrição será retirada. Precisamos perceber pela profecia bíblica que um dia o fator restringente será removido, então o anticristo ficará sem restrição.
Em um país democrático como os Estados Unidos, mesmo o presidente está limitado pelas leis. Ele não está livre para fazer o que lhe agrada. Porém, se a limitação da lei fosse removida, quem está no poder poderia tornar-se um iníquo e fazer o que quisesse. Nesse caso, o governante de um país poderia tornar-se extraordinariamente poderoso. Hoje, a iniqüidade está operando, mas o fator restringente ainda existe. Por causa desse fator restringente, ninguém pode ser iníquo e tornar-se tão poderoso. Todavia, quando o fator restringente for removido, alguém se levantará para ser iníquo e fazer o que desejar. Então ele virá a ser muitíssimo poderoso. O homem da iniqüidade será o anticristo.
O versículo 8 diz: “Então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de Sua boca e o destruirá pela manifestação de Sua vinda.” (2Ts 2:8). Isso será cumprido em Apocalipse 19:19-20. Esse versículo indica que a vinda do Senhor será oculta antes de ocorrer abertamente. Isso também indica que a vinda do Senhor envolve um espaço de tempo. Ela permanecerá em secreto, e então se tornará pública.
A OPERAÇÃO DE SATANÁS
No versículo 9, Paulo diz: “Cuja vinda é segundo a operação de Satanás, com todo poder e sinais e prodígios de mentira.” (2Ts 2:9 lit.). Esse versículo revela que a vinda do anticristo é segundo a operação de Satanás. A razão de o anticristo vir a ser tão iníquo é que ele estará sob a operação de Satanás. Devido à motivação de Satanás, ele se tornará extremamente poderoso. A operação de Satanás é com poder e sinais e prodígios da mentira. Toda a operação de Satanás para enganar as pessoas é, em sua totalidade, uma mentira, assim como ele é um mentiroso e o pai da mentira. (2Ts 2:9-10; Jo 8:44). Essa operação de Satanás é vista em Apocalipse 13. Naquele tempo, as pessoas serão enganadas por sinais e prodígios de mentira. Um desses sinais será que um ídolo, a imagem sem vida do anticristo, será capaz de falar.
NÃO ACOLHENDO O AMOR DA VERDADE
O versículo 10 continua: “E com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos.” (2Ts 2:10). Uma vasta multidão seguirá o anticristo. Eles aceitarão seu engano porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos.
No versículo 11, Paulo prossegue dizendo: “É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira.” (2Ts 2:11). Devido ao fato de os que perecem não acolherem o amor da verdade, o qual Deus tencionava dar-lhes para que fossem salvos, Deus envia-lhes a operação do erro, um poder ativo de engano, para que acreditem na mentira.
No versículo 12, Paulo conclui: “A fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça.” Os crentes têm o beneplácito de bondade. (2Ts 1:11 - lit.). Os pecadores que perecem, que rejeitam a verdade de Deus, têm prazer na injustiça. Pecar é um deleite para eles. (Rm 1:32).
Todos precisamos ter clareza a respeito da vinda do Senhor e não ser abalados nem perturbados por ensinamentos estranhos sobre ela. Hoje alguns ensinam que todos os cristãos não passarão pela tribulação, mas serão arrebatados antes da tribulação. Esse ensinamento “coberto de açúcar” não é correto. Não ouçam tais ensinamentos acerca da vinda do Senhor e da nossa reunião com Ele. A palavra em 2Ts 2:1-12 é breve, mas é muito forte e clara.
Não deveríamos simplesmente conhecer algo a respeito da vinda do Senhor. Precisamos viver uma vida que vá ao encontro das exigências do Senhor a fim de que sejamos considerados dignos de estar no arrebatamento do filho varão, ou entre os cento e quarenta e quatro mil, ou ser os vivos que são arrebatados conforme Mateus 24. Os crentes que são vigilantes e estão prontos serão arrebatados antes da tribulação. Entretanto, os que não são vigilantes e não estão prontos passarão pela tribulação.
MENSAGEM 3
Leitura Bíblica: 2Ts 2:1-12; Dn 9:24-27
Em 2ª Tessalonicenses capítulo 2 versículo 1, Paulo fala da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e da nossa reunião com
A revelação do iníquo, anticristo, será conforme a operação de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça entre os que perecem, pois não acolheram o amor da verdade para que pudessem ser salvos. Por essa causa, Deus lhes enviará a operação do erro para que creiam na mentira.
AS SETENTA SEMANAS DA PROFECIA DE DANIEL 9
Nas duas mensagens dos dois vídeos anteriores enfatizamos o fato de que o homem da iniqüidade, o anticristo, será manifestado na metade da última das setenta semanas mencionadas em Daniel 9. Nesta MENSAGEM daremos uma palavra adicional acerca das setenta semanas da profecia de Daniel 9, relacionada com a palavra de correção de Paulo em 2ª Tessalonicenses capítulo 2 versos 1 ao 12.
"Determinadas sobre Israel e Jerusalém"
Daniel 9 verso 24 diz: “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos Santos.” Nesse versículo, uma semana equivale a sete anos. As setenta semanas, portanto, são setenta vezes sete anos, que é, quatrocentos e noventa anos. A Daniel foi dito que essas setenta semanas estavam determinadas sobre o “teu povo e sobre a tua santa cidade”. Isso significa que as setenta semanas estão relacionadas com o povo de Daniel, os filhos de Israel, e com a cidade santa, Jerusalém.
Esse versículo também fala de cessar a transgressão, de dar fim aos pecados, de expiar a iniqüidade, de trazer a justiça eterna, de selar a visão e a profecia, e de ungir o Santo dos Santos. Se lermos atentamente esse versículo, perceberemos que ele fala acerca do fim desta era. Trazer a justiça eterna refere-se ao milênio, ao reino milenar, quando haverá justiça na terra. Portanto, esse único versículo indica que as setenta semanas alcançarão o final desta era, e introduzirão o reino milenar.
"Até ao Ungido, ao Príncipe"
Daniel 9 versículo 25 diz: “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas: as praças, ruas e muros se reedificarão, mas em tempos angustiosos, tempos difíceis.” As sete semanas nesse versículo denotam quarenta e nove anos. Se você estudar os livros de Esdras e Neemías, perceberá que desde o tempo em que o rei da Pérsia deu ordem para reedificar Jerusalém até a conclusão dessa reedificação foram quarenta e nove anos. Daniel 9 versículo 25 também fala de um período de sessenta e duas semanas. Isso equivale a quatrocentos e trinta e quatro anos. As primeiras sete semanas e as sessenta e duas semanas perfazem um total de quatrocentos e oitenta e três anos. Isso deixa a última semana, um período de sete anos, para ser o tempo do fim desta era.
Os primeiros quarenta e nove anos vão da ordem para reedificar Jerusalém até o término da reedificação. Os quatrocentos e trinta e quatro anos estendem-se desde a edificação de Jerusalém até ao Ungido, ao Príncipe. A última parte de Daniel 9 versículo 25 diz que “as praças, ruas e muros se reedificarão, mas em tempos angustiosos”. Isso se refere à edificação que ocorreu nas primeiras sete semanas, isto é, no primeiro período composto de quarenta e nove anos.
"O príncipe que há de vir"
O versículo 26 diz: “Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido, e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas.” (Dn 9:26).
“Será morto o Ungido” refere-se à crucificação de Cristo — o Ungido. Cristo não foi morto em favor de Si mesmo, mas em favor de nós. Ele foi crucificado em favor de nós.
O “povo de um príncipe, que há de vir” é uma referência ao povo de Tito, um príncipe do Império Romano. Em 70 a.C., o exército romano sob a liderança de Tito destruiu Jerusalém completamente junto com o templo, o santuário. A história escrita por Josefo descreve essa terrível destruição.
"Um príncipe que há de vir" refere-se ao anticristo.
O versículo 27 diz: “Ele (o príncipe que há de vir, o anticristo) fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele.” (Dn 9:27). Nesse versículo o pronome “ele” refere-se ao “príncipe que há de vir” no versículo 26. Entretanto, esse “ele” será na verdade o anticristo que virá. Em tipologia, Tito foi uma prefiguração do anticristo. O que ele fez em 70 a.C., o anticristo repetirá no futuro. Portanto, a profecia em Daniel 9 considera os dois como um só: o primeiro, Tito, é a prefiguração; o segundo, o anticristo, é o cumprimento.
O anticristo, que é tipificado ou prefigurado por Tito, conforme o versículo 27 “fará firme aliança com muitos, por uma semana.” (Dn 9:27). Essa aliança será um acordo que tencionava durar um período de sete anos. Esses sete anos são a última das setenta semanas mencionadas em Daniel 9 verso 24. No meio da última semana, os últimos sete anos, o anticristo “fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares”. Isso significa que ele impedirá os judeus de oferecerem sacrifícios sobre o altar no templo e começará a perseguir toda espécie de religião.
A Era da Igreja como uma Inserção
Da época em que a ordem para edificar a cidade de Jerusalém foi dada até a completação dessa reedificação, passaram-se quarenta e nove anos, ou sete semanas. Então, da época da conclusão dessa reedificação até a crucificação de Cristo foram sessenta e duas semanas, ou quatrocentos e trinta e quatro anos. Após a crucificação de Cristo, as setenta semanas da profecia de Daniel ficaram suspensas. Essa suspensão perdurará até o início dos últimos sete anos desta era, que é a última semana da profecia de Daniel 9.
Nos quatro Evangelhos o Senhor Jesus disse que, por causa da Sua crucificação, Deus desistiria dos filhos de Israel. Portanto, a história deles ficou suspensa na cruz, e daquela época em diante eles foram temporariamente abandonados por Deus. Deus colocou-os de lado temporariamente. A história divina, então, passou para a igreja edificada por Cristo. Isso significa que a história da igreja ocupa o espaço de tempo entre o final da sexagésima nona semana e o início da septuagésima semana da profecia de Daniel. Em outras palavras, a era da igreja equivale ao tempo em que as setenta semanas estiverem suspensas
Nós também podemos dizer que a era da igreja, toda a história da igreja, é uma inserção que divide em duas partes a história dos filhos de Israel. Essa maneira de entender corresponde totalmente ao que é revelado em certas parábolas proferidas pelo Senhor Jesus no Evangelho de Mateus. Por exemplo, a parábola em Mateus 21 versos 33 ao 46, fala da transferência do reino de Deus. Nessa parábola a vinha é a cidade de Jerusalém, e os lavradores são os líderes dos
Na parábola das bodas, o Senhor Jesus diz: “O rei ficou irado e, enviando as suas tropas, exterminou aqueles assassinos e lhes incendiou a cidade.” (Mt 22:7). Essas tropas eram as tropas romanas que, sob a liderança de Tito, destruíram Jerusalém. Mateus 22 versículo 9, mostra que a pregação do Novo Testamento voltou-se aos gentios: “Ide, pois, para as encruzilhadas dos caminhos, e a quantos encontrardes, chamai-os para as bodas”.
A Septuagésima Semana, o Milênio e a Eternidade
Essas parábolas mostram que após a crucificação do Senhor Jesus, Deus desistiu dos filhos de Israel e voltou Sua atenção para a igreja edificada por Cristo. Portanto, à época da crucificação de Cristo, a história dos filhos de Israel foi suspensa. Essa suspensão continuará até o final da era da igreja, quando Deus, uma vez mais, visitará os filhos de Israel. Então a última das setenta semanas de Daniel terá início. Esse será o tempo dos últimos 7 anos para o fim desta era. Depois dessa septuagésima semana, [depois da última semana da profecia de Daniel 9, que são os últimos 7 anos desta era], haverá o Milênio, Cristo estabelecerá o Seu reino por mil anos nesta terra. Após o Milênio, Deus criará um Novo Céu e Nova Terra com a Nova Jerusalém. O final do Milênio será o final dos tempos, e todos os salvos em Cristo estarão na eternidade que é sem tempo.
A Quebra da Aliança
O anticristo será extraordinariamente poderoso. Por isso os judeus o temerão e serão compelidos a fazer um acordo, uma aliança com ele, que deveria durar sete anos. De acordo com aquela aliança, o anticristo se comprometerá com os judeus a não perseguir a religião deles. Entretanto, na metade da última semana, os últimos sete anos, o anticristo romperá essa aliança. Ele forçará os judeus a interromper a oferta de sacrifícios, e ele mesmo se assentará no templo de Deus, declarando que é Deus. Falando sobre o anticristo, o homem da iniqüidade, 2ª Tessalonicenses 2 versículo 4 diz: “O qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus, ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus”.
Na Bíblia, a última das setenta semanas é dividida em duas partes. O que divide essa semana ao meio é o rompimento da aliança do anticristo com os judeus, proibindo que se continue com os sacrifícios, e assentando-se no templo. A Bíblia não relata muito acerca da primeira metade da septuagésima semana; no entanto, ela tem muito a dizer sobre a segunda metade. Essa segunda metade é chamada “tempo, tempos, e metade de um tempo”, isto é, três anos e meio; ela também é descrita como quarenta e dois meses; e mil duzentos e sessenta dias. (Ap 11:2-3; 13:5).
A DESCIDA DO SENHOR DO TRONO PARA OS ARES
Enquanto o anticristo estiver se movendo na terra, o Senhor Jesus começará a mover-se dos céus para os ares. Não sabemos claramente quando o Senhor começará a mover-se. Como resultado de um estudo meticuloso, eu diria que isso ocorrerá muito próximo da metade dos últimos sete anos. Apocalipse 12 indica que o filho varão será arrebatado ao trono de Deus. Pelo livro de Apocalipse nós também sabemos que os últimos três anos e meio terão início após o filho varão ser arrebatado. Ao tempo do arrebatamento do filho varão, o Senhor Jesus ainda estará no Trono no céu.
Além disso, os cento e quarenta e quatro mil, primícias para Deus e o Cordeiro, em Apocalipse 14, também serão arrebatados para o trono de Deus. Estas cento e quarenta e quatro mil primícias não serão tomadas para os ares; pelo contrário, elas serão tomadas para os céus, até mesmo para o monte Sião celestial. O arrebatamento das primícias para os céus é prefigurado pelas primícias em Êxodo 23 versículo 19, sendo trazidas à casa do Senhor para o desfrute de Deus: “As primícias dos frutos da tua terra trarás à Casa do Senhor, teu Deus”. De acordo com Apocalipse 14, a ceifa, a maioria dos crentes, será deixada na terra para passar pela segunda metade dos últimos sete anos, que será o período conhecido como a grande tribulação. Pouco depois que o filho varão e as primícias forem arrebatados para Deus e ao Seu Trono, provavelmente o Senhor Jesus, oculto em uma nuvem, começará Sua descida do trono para os ares.
A VINDIMA
Onde se encaixa 1ª Tessalonicenses 4 nesse quadro? O arrebatamento em 1ª Tessalonicenses 4 precisa corresponder à vindima em Apocalipse 14. Essa ceifa será vindimada, arrebatada, provavelmente no final dos últimos três anos e meio. Isso significa que a colheita será vindimada perto do final da grande tribulação.
Em 2ª Tessalonicenses 2 versículo 3, Paulo diz: “Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição”. Depois da apostasia e da revelação do homem da iniqüidade, haverá a aparição da “parousia” do Senhor. A revelação do anticristo se completará nos últimos sete anos desta era. Essa revelação do anticristo deve ser primeiro, e então haverá a aparição da vinda do Senhor.
No versículo 8, Paulo diz: “Então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de Sua boca e o destruirá pela manifestação de Sua vinda.” (2Ts 2:8). Isso indica que a vinda (“parousía”) do Senhor primeiramente será oculta e a seguir será aberta. Isso também indica que a vinda do Senhor envolve um espaço de tempo. Ela permanecerá em secreto por um período, e então será pública. A vinda do Senhor ocorrerá secretamente nos últimos três anos e meio. Então, quando o Senhor Jesus matar o anticristo, Sua vinda será manifestada. Portanto, a vinda do Senhor começará com a Sua vinda dos céus para os ares e será completada com a Sua aparição pública.