UM DEUS QUE SE ESCONDE - W. Nee & Lee
UM DEUS QUE SE ESCONDE
"Verdadeiramente, o Senhor És um Deus que Se escondes, ó Deus de Israel, o Salvador."
(Isaías 45:15).
EM HOREBE DEUS APARECEU PARA ELIAS
(1 Reis 19:9-18).
O PRÓPRIO SENHOR APARECE AOS DOIS DISCÍPULOS NO CAMINHO PARA EMAÚS:
"Nesse mesmo dia, dois dos discípulos de Jesus seguiam para um povoado chamado Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios; e iam comentando tudo o que havia acontecido. Enquanto comentavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a acompanhá-los; mas os olhos deles estavam como que fechados, de modo que não o reconheceram. Então Jesus lhes perguntou: Do que estais falando pelo caminho? Eles então pararam tristes. E um deles, chamado Cleopas, respondeu: És tu o único visitante em Jerusalém que não soube das coisas que ali aconteceram nesses últimos dias? Ele lhes perguntou: Quais? E eles responderam: As que dizem respeito a Jesus, o Nazareno, que foi profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; como os principais sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele o que traria a redenção a Israel. Além disso, já faz três dias que essas coisas aconteceram. Também é verdade que algumas mulheres do nosso meio nos encheram de espanto; pois foram de madrugada ao sepulcro dele e, não achando o corpo, voltaram, afirmando ter tido uma visão de anjos que diziam que ele está vivo. Alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro e confirmaram o que as mulheres haviam falado, mas não o viram. Então Jesus lhes disse: Ó néscios, que demorais a crer no coração em tudo que os profetas disseram! Acaso o Cristo não tinha de sofrer essas coisas e entrar na sua glória? E, começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a seu respeito em todas as Escrituras. Quando se aproximaram do povoado para onde se dirigiam, Jesus fez como quem ia seguir adiante. Eles, porém, insistiram: Fica conosco, pois já é tarde, e o dia está terminando. Então entrou para ficar com eles. Estando com eles à mesa, Jesus pegou o pão e o abençoou; e, partindo, o distribuía. Então os olhos deles foram abertos, e o reconheceram; e Jesus desapareceu de diante deles. E disseram uns aos outros: Acaso o nosso coração não ardia pelo caminho, quando Ele nos falava e nos abria as Escrituras? E na mesma hora levantaram-se e voltaram para Jerusalém, e encontraram reunidos os Onze e os que estavam com eles, os quais diziam: É verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão. Então os dois contaram o que havia acontecido no caminho, e como reconheceram o Senhor no partir do pão."
(Lucas 24:13-35).
CRISTO APARECE AOS APÓSTOLOS E REPROVA A INCREDULIDADE DELES:
"Enquanto ainda falavam nisso, o próprio Jesus apareceu no meio deles e disse-lhes: "Paz seja convosco!". Mas eles, assustados e com medo, pensaram que estavam vendo algum espírito. Jesus, porém, lhes disse: Por que estais angustiados? E por que surgem dúvidas em vosso coração? Olhai as minhas mãos e os meus pés, pois Sou eu mesmo. Apalpai-me e vede; porque um espírito não tem carne nem ossos, como percebeis que eu tenho. E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. Admirados e ainda sem acreditar por causa da alegria, Jesus lhes perguntou: Tendes aqui alguma coisa para comer? Então lhe deram um pedaço de peixe assado. E Ele o pegou e comeu na frente deles. Depois lhes disse: São estas as palavras que vos falei, estando ainda convosco: Era necessário que se cumprisse tudo o que estava escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras, e disse-lhes: Está escrito que o Cristo sofreria, e ao terceiro dia ressuscitaria dentre os mortos; e que em Seu nome se pregaria o arrependimento para perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois testemunhas dessas coisas. Envio sobre vós a promessa de meu Pai. Mas ficai na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder. Então os levou até Betânia, e levantando as mãos, os abençoou. E aconteceu que, enquanto Jesus os abençoava, afastou-Se deles; e foi elevado ao céu."
(Lucas 24:36-51).
O SENHOR APARECE A MARIA MADALENA:
"Maria, porém, ficou em pé, chorando diante do sepulcro. Enquanto chorava, abaixou-se para olhar para dentro e viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. E eles lhe perguntaram: Mulher, por que choras? Ela respondeu: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. Ao dizer isso, ela se virou para trás e viu Jesus em pé, mas não O reconheceu. Jesus lhe perguntou: Mulher, por que choras? A quem procuras? Pensando ela que fosse o jardineiro, respondeu-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. Então Jesus lhe disse: Maria! Virando-se, ela lhe disse na língua dos hebreus: Raboni! (que significa: Mestre!). E Jesus disse-lhe ainda: Não me detenhas, pois ainda não voltei para o Pai. Mas vai a meus irmãos e dize-lhes que estou voltando para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. E Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: Vi o Senhor! E relatou as coisas que Ele lhe dissera."
(João 20:11-18).
O SENHOR APARECE AOS SEUS DISCÍPULOS:
"Quando chegou a tarde daquele dia, o primeiro dia da semana, estando os discípulos reunidos com as portas trancadas por medo dos judeus, Jesus chegou, colocou-Se no meio deles e disse-lhes: "Paz seja convosco!" Ao dizer isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se ao verem o Senhor. Então Jesus lhes disse pela segunda vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio. E havendo dito isso, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Se perdoardes os pecados de alguém, serão perdoados; se os retiverdes, serão retidos."
(João 20:19-23).
JESUS REPREENDE A INCREDULIDADE DE TOMÉ:
"Tomé, chamado Dídimo, um dos Doze, não estava com eles quando Jesus apareceu. Então os outros discípulos lhe disseram: Vimos o Senhor! Ele, porém, lhes respondeu: Se eu não vir o sinal dos pregos nas mãos e não puser o meu dedo no seu lado, de maneira nenhuma crerei. Oito dias depois, os discípulos estavam outra vez ali reunidos, e Tomé estava entre eles. Estando as portas trancadas, Jesus chegou, colocou-se no meio deles e disse: Paz seja convosco! Depois disse a Tomé: Coloca aqui o teu dedo e vê as minhas mãos. Estende a tua mão e a coloca no meu lado. Não sejas incrédulo, mas crente! Tomé lhe respondeu: Senhor meu e Deus meu! E Jesus lhe disse: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram."
João 20:24-29)
"Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos regenerou para uma viva esperança, segundo a Sua grande misericórdia, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança que não perece, não se contamina nem se altera, reservada nos céus para vós, que sois protegidos pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para se revelar no último tempo. Nisso exultais, ainda que agora sejais necessariamente afligidos por várias provações por um pouco de tempo, para que a comprovação da vossa fé, mais preciosa do que o ouro que perece, embora provado pelo fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo. Pois, sem tê-Lo visto, vós o amais e, sem vê-Lo agora, crendo, exultais com alegria inefável e cheia de glória, alcançando o objetivo da vossa fé, a salvação da vossa alma."
(1 Pedro 1:3-8).
DEUS É UM DEUS QUE SE ESCONDE
Em Isaías capítulo 45 verso 15, diz: "Verdadeiramente, Tu És um Deus que Te escondes, ó Deus de Israel, o Salvador."
Você já notou essa afirmação na Bíblia: "Um Deus que Se esconde"? Eu testei um número de irmãos e irmãs com essa pergunta, e fiz a descoberta de que quase nenhum dos filhos de Deus percebeu que Sua Palavra contém essa expressão, nem eles realmente conhecem Deus como um Deus que Se esconde. Eles O conhecem como o Todo-Poderoso, como o Justo, como um cheio de graça e compaixão, mas como Aquele que Se esconde, Ele é desconhecido para eles. Observe como Isaías capítulo 45 verso 15 expressa esse pensamento: "Verdadeiramente, Tu És um Deus que Se escondes, ó Deus de Israel, o Salvador." . Essa afirmação do profeta Isaías é mais enfática. Isaías não está falando palavras vazias como fruto de sua própria imaginação; seu enunciado é baseado em um acúmulo de fatos. Ele olhou para esses fatos, estudou esses fatos e chegou à sua conclusão: "Tu És um Deus que Se esconde, ó Deus...". O que ele viu dos feitos de Deus, e o que ele observou aconteceu. Israel sob as mãos de Deus, o que ele viu das experiências do povo de Deus - todas essas observações forçaram o profeta a reconhecer que Deus é um Deus que Se esconde. Por que o profeta Isaías chegou a essa conclusão? Se você ler o livro de Isaías, descobrirá o porquê. Foi porque Deus fez incontáveis coisas no meio dos filhos de Israel e incontáveis coisas em suas vidas pessoais, mas Ele se escondeu. Ele estava trabalhando incessantemente, mas sempre estava escondido. Muito estava sendo feito por Ele, mas os israelitas eram totalmente ignorantes sobre quem era o Executor. Então um dia Isaías exclamou: "Verdadeiramente, Tu És um Deus que Se esconde, ó Deus de Israel, ó Salvador". As nossas personalidades são totalmente opostas à personalidade de Deus. Deus gosta de Se esconder, nós gostamos de nos exibir; Deus não almeja manifestações externas; nós, porém, não podemos nos contentar sem as manifestações externas. Essa disposição divina constitui uma grande prova para nós. “Elias era um homem semelhante a nós” (Tiago 5:17), e não resistiu a essa prova. No Monte Carmelo Deus estava obviamente com Elias, mas quando Deus reteve Sua presença manifesta, Elias não pôde suportar. Ele ficou deprimido e entrou em uma caverna. Quando Deus lhe perguntou: “Elias, o que você está fazendo aqui?”, Elias respondeu: “Eu me consumo de zelo pelo Senhor, ó Deus dos Exércitos; porque os filhos de Israel abandonaram a Tua aliança, derrubaram os Teus altares e mataram os Teus profetas pela espada; e só eu fiquei, e eles procuram tirar a minha vida”. (1 Reis 19:9-10). Deus conhecia a dificuldade de Elias; Ele sabia que Elias queria que Ele fosse um Deus que se manifestaria; ele não havia percebido que Deus é um Deus que se esconde. Então Deus lhe deu uma demonstração. Surgiu “um grande e forte furacão que fendia as montanhas e quebrava as rochas ...” (v. 11 ). Elias pensou: "O Senhor está nisso". Mas “o Senhor não estava no furacão". (v. 11). O furacão foi seguido por um terremoto. Elias pensou: Certamente, o Senhor está nisso. Mas “o Senhor não estava no terremoto.” (v. 11). Então veio um fogo, e Elias pensou: O Senhor é um fogo consumidor; Ele estará nisso. Mas “o Senhor não estava no fogo.” (v. 12). Depois do fogo, veio um som de uma brisa suave - e o Senhor estava nisso. (v. 12). O Senhor perguntou: "Elias, o que fazes aqui?" Elias disse-Lhe: “Só eu fiquei...” (v. 14), mas o Senhor respondeu muito gentilmente: “Existem sete mil pessoas que não se curvaram a Baal. Elias, Eu Me escondo; você não sabia que Eu havia preservado as sete mil almas que não dobraram seus joelhos à Baal.” (cf. v. 18). Elias tinha contado apenas com o que ele podia ver, mas Deus é um Deus que Se esconde. Deus não estava no furacão, nem no terremoto, nem no fogo; Deus estava na briza suave. Anseio que os filhos de Deus possam perceber a natureza oculta da obra de Deus. Não pense que apenas influências poderosas , grandes visões e tremendas revelações são Dele. O trabalho mais seguro de Deus é realizado no secreto. Freqüentemente, é apenas um leve sussurro ou uma leve influência - tão leves que mal podemos distinguir isso de nossas próprias impressões. Este é o mais poderoso modo de atividade de Deus. Às vezes, do nosso ser interior, surge uma sugestão franca (ou devo chamá-lo de sentimento, voz ou palavras) dizendo algo como isto: “Essa é a sua vida natural; isso pertence à cruz.” Mas observe, essas palavras quase indefiníveis são indicações da atividade mais positiva de Deus em nosso ser interior. Talvez você pense: "Isso não é Deus; é eu". Mas deixe-me assegurar-lhe que este é o discurso e trabalho mais definitivos de Deus. É essa atividade divina que preservou a igreja ao longo de sua história de quase dois mil anos.
Quanto mais servimos ao Senhor e mais permanecemos nEle, mais percebemos que Deus é um Deus muito quieto, tão quieto que Sua presença geralmente não é detectada. Sua maneira mais íntima de nos guiar é tão espontâneo que mal percebemos que Ele está nos guiando, mas de alguma forma fomos conduzidos. Alguma coisa aconteceu em nosso interior. Muitas vezes, é por essa atividade calma e interior de Deus que recebemos nossas maiores orientações. Sua maneira mais íntima de nos guiar é tão espontânea e divina que mal percebemos que Ele está nos guiando, mas de alguma forma fomos conduzidos; algo aconteceu em nosso ser interior (algo divino aconteceu em nosso espírito). Muitas vezes, é por essa atividade calma e interior de Deus que recebemos nossas maiores orientações. Sua maneira mais íntima de nos guiar é tão divinamente espontâneo que mal percebemos que Ele está nos guiando, mas de alguma forma fomos conduzidos interiormente. Muitas vezes, é por essa atividade calma e interior de Deus que recebemos nossas maiores orientações. Se você observar a História do Universo, a história do Antigo Testamento e a história do Novo Testamento, e se examinar cuidadosamente toda a história da humanidade, chegará à mesma conclusão: Deus é um Deus que se esconde. Este Universo foi criado por Deus; os céus e a terra são obras de Sua mão. No entanto, durante seis milênios, os homens contemplaram todas essas coisas, e nenhum homem jamais viu a Deus. As Escrituras dizem que nos tempos do Antigo Testamento que ninguém jamais viu a Deus, mas nos tempos do Novo Testamento diz: “O Filho unigênito, que está no seio do Pai, O revelou.” (João 1:18). E, no entanto, quando este Filho unigênito veio com o mesmo propósito de revelar o Pai, Ele o escondeu em uma vida humana - uma vida humana cujo “rosto foi marcado”, uma vida humana que “não tinha forma nem majestade atraentes, não havia Nele nenhuma beleza natural que atraísse às pessoas” (Isaías 52:14; 53:2). E Ele veio da Galiléia, uma província insignificante, e da cidade de Nazaré, uma pequena cidade da qual foi dito pelos judeus que nenhum profeta ou pessoa de renome jamais veio dali (João 1:46; 7:52). Portanto, quando Ele apareceu, as pessoas não apenas acharam difícil acreditar que Deus estava presente Nele - mas também acreditaram que Ele era um profeta de Deus. No entanto, Deus estava escondido dentro de Jesus de Nazaré.
Um dia, enquanto refletia sobre isso, me ocorreu como uma coisa incrível que Deus, que obviamente desejava Se manifestar, deveria ter Se escondido dos homens por quatro mil anos - desde a criação até o final do período do Antigo Testamento. E quando, no período do Novo Testamento, Ele veio do céu à terra com o propósito especial de Se revelar aos homens, escondeu-Se mais uma vez - Ele escondeu-Se no homem Jesus. Ele aparece e depois Se esconde, e Se esconde com tanta eficácia que ninguém pode reconhecê-Lo. Parece que Ele gosta de agir dessa maneira. Acredito que Ele sabe que não falo irreverentemente se digo: Esse é o Seu temperamento. Deixe-me dar uma ilustração: Existem alguns irmãos e irmãs que, o que quer que façam, fazem isso de maneira discreta. Se eles lhe trazem um copo de água, eles esperam uma oportunidade quando você não os vê, então eles entram silenciosamente, abaixam a água e a coloca secretamente. Quando você se vira, vê um copo de água, mas não tem idéia de quem o colocou lá. Eu conheci muitos irmãos e irmãs que fazem coisas assim. Quando eles fazem qualquer coisa por você, fazem-no de maneira tão silenciosa e secreta que você não sabe quem o fez. E dizemos que esse é o temperamento deles. Mas existem irmãos e irmãs de uma disposição totalmente diferente. Eles sempre fazem uma ótima exibição. Se eles lhe trazem um copo de água, eles batem no copo para que o barulho chegue até você antes da água; então eles andam com um grande floreio e dizem: “Um copo de água pra você!"
Certa vez, visitei uma certa igreja onde uma das irmãs havia sido designada para atuar como anfitriã. Aquela irmã simplesmente encheu o lugar. Ela era tão grande que obscureceu toda a igreja; não pude ver os anciãos, nem os diáconos, nem os irmãos, nem as irmãs, só pude vê-la. Onde quer que eu olhasse, lá estava ela. Se ela trouxe alguma coisa, sempre o fez ostensivamente. Deixe-me dizer-lhes, irmãos e irmãs, esse era o temperamento dela. Nosso Deus não é assim. Ele não faz nenhuma exibição. Deus é Maravilhoso e Excelente demais. Mas, a maravilha é que Deus permanece tão oculto, em secreto e escondido. Sabemos que Deus é grande, extraordinariamente grande, indescritivelmente grande, mas pode se tornar pequeno o suficiente para ocupar Sua morada em um homem, Jesus de Nazaré. E esse homem pertencia a uma casa pobre e cresceu como carpinteiro - um carpinteiro muito comum, trabalhando de maneira muito pequena, até os trinta anos. Quem pensaria que Ele era habitado por Deus, o Deus infinito? É verdade que, depois de entrar em Seu ministério público, às vezes realizou sinais e maravilhas, e às vezes disse coisas extraordinárias, mas depois Se retirou e Se escondeu novamente. Se você estudar as Escrituras cuidadosamente, verá que Deus tem o tipo de temperamento que não gosta de ostentação. Ele gosta de trabalhar secretamente e não abertamente. Deus criou o universo e depois Se escondeu nele, até não sabermos onde encontrá-Lo. Ele passou a morar em um homem, mas esse homem era quase impossível de conhecê-Lo. No primeiro encontro com Ele, os homens acabaram de ver um homem chamado Jesus de Nazaré. Ao encontrá-lo pela segunda vez, reconheceram nele um homem com intelecto acima da média; e na terceira vez da reunião, eles pensaram que Ele devia ser um profeta. Quando o encontraram ainda mais tarde, eles sentiram: “Este homem certamente é mais que um profeta”. Mas descobrir exatamente quem Ele era, não era fácil. Mesmo Seus discípulos, durante seus três anos e meio em Sua companhia, não chegaram a um verdadeiro conhecimento Dele. Tudo isso nos diz que Ele estava continuamente Se escondendo. Ele Se manifestaria por um momento e depois Se esconderia novamente.
Certa vez, no Monte da Transfiguração, Deus Se revelou claramente, mas Se escondeu novamente e até disse aos três que estavam com Ele para não contar aos outros o que haviam visto. E embora tenham sido testemunhas da transfiguração, mais tarde eles mesmos foram jogados entre fé e dúvida. Qual foi a causa de sua perplexidade? Apenas isto - que assim que Deus Se revelou, Ele se esconderia mais uma vez. Irmãos e irmãs, a maravilha disso não te atinge? Você crê no Senhor Jesus? Você diz: "Sim!". Você ama o Senhor? Você diz: "Sim!". Os pagãos podem perguntar: "Onde você conheceu o Senhor?" E eles não apenas levantam perguntas; você mesmo fará perguntas. Lembro-me de quando, há mais de vinte anos, eu me perguntava se havia sido enganado. Eu amei Jesus intensamente; eu acreditava Nele de coração. Mas eu nunca O vi. Talvez eu estivesse sob a influência de homens? Como eu poderia amar alguém a quem nunca tinha visto? Como eu poderia acreditar em alguém que meus olhos nunca haviam visto? Comecei a duvidar. Mas o mais surpreendente foi o seguinte: quando estava questionando, caí de joelhos e orei: “Ó Senhor Jesus! Tu és muito bom! O Senhor és muito amável! Tu és muito confiável.” E mesmo enquanto eu estava ajoelhado em oração, a minha mente caída ainda estava dizendo: “Talvez, eu tenha sido enganado. Onde está Jesus? Você já o viu?” Mas enquanto minha mente questionava, meu ser interior dizia: “Senhor Jesus, como eu Te agradeço! Você morreu por mim na cruz, e agora está no céu como meu Mediador, e o Seu Espírito Santo está dentro de mim.” Basta ver essas duas correntes de vida - o homem exterior duvidando, e o homem interior orando (o homem exterior é nossa alma; e o homem interior é o nosso espírito humano que pode tocar Deus). Não é surpreendente que essas duas experiências sejam simultâneas? Agora, por que passei tanto tempo elaborando esse ponto? É para que os filhos de Deus possam ver que, em toda a Sua interação conosco, em toda a Sua atividade em nossas vidas, Seus caminhos estão de acordo com Sua disposição. Assim como nós, em nossa interação com nossos amigos, inevitavelmente agimos de acordo com nossas disposições, também Deus, em todas as suas relações conosco, é fiel à Sua disposição. E qual é a Sua disposição? É uma disposição que se esconde. Ele é muito ativo, e, no entanto, muito oculto; Ele está verdadeiramente presente e, no entanto, tão oculto que podemos estar totalmente inconscientes de Sua presença. Se a qualquer momento tomarmos consciência dEle, Ele mudará Sua atividade e essa consciência desaparecerá.
O nosso Senhor Jesus teve uma estreita interação com Seus discípulos por três anos e meio. Pouco a pouco, Ele se deu a conhecer a eles, até que começaram a perceber que Ele era um homem habitado por Deus. Como eles O apreciavam então! Eles olharam para Ele, tocaram Nele e um deles até reclinou em Seu peito. Assim como eles realmente pensavam que O possuíam, Ele interrompeu com estas palavras surpreendentes: “Eu vou embora” (João 16:7). Todos eles estavam profundamente angustiados . Antigamente, eles não O conheciam; agora eles O conheciam, agora eles O apreciavam, agora eles O valorizavam, e agora - assim como eles pensavam que realmente O tinham para sempre - Ele falou em deixá-los. Como Ele pode? Mas ouça o que Ele disse: “É conveniente para vocês que eu vá embora” (v. 7). Seus discípulos estavam mais perplexos do que nunca. "É conveniente para vocês que eu vá embora"? Sim, "é conveniente... pois se eu não for embora, o Consolador não chegará até vocês” (v. 7). Quem é o Consolador? "O Consolador" ainda é "eu". Eu estou indo embora e eu volto para vocês” (14:28). “Eu não vos deixarei órfãos; Eu voltarei a vocês” (v. 18; cf. 16: 516). Ele foi embora e voltou novamente? É claro que sim! Mas aqui está o ponto notável. Quando Ele os deixou, eles sabiam disso; quando Ele voltou, eles ignoraram. Isso não é surpreendente? Lembrem-se, quando Ele ressuscitou dos mortos e apareceu aos homens, Maria ficou lá chorando, e ela “viu Jesus parado ali, mas não sabia que era Jesus” (20:14). Assim que Ele chamou: "Maria!", ela reconheceu o Senhor e queria tocá-Lo, mas Ele disse: "Não me toque" - e Ele se foi. (vv. 16-17). Você vê? Quando você não está claro, Ele vem até você; assim que você O vê, Ele vai embora. Essa é a disposição do Senhor. Ele vem todo invisível; assim que você O viu, Ele se vai. Adoro ler Lucas 24. Penso: Que bobagem aqueles dois discípulos falaram no caminho de Emaús! (Mas às vezes me considero um dos dois). Assim como aqueles dois discípulos de rosto triste caminhavam pela estrada, comungando tristemente um com o outro sobre a morte de seu Senhor, de repente alguém se juntou a eles e perguntou sobre o que estavam falando... O que eles disseram: “Você quer dizer que ficou em Jerusalém e não sabe as coisas que aconteceram?” Quão grande é o nosso Senhor! Ele simplesmente perguntou: “Que coisas?” E enquanto caminhavam, lentamente derramando sua longa história de aflição, Ele os acompanhou pacientemente e os ouviu pacientemente. Quando eles terminaram sua história, Ele disse: “Ó néscios e lento de coração para acreditar em tudo o que os profetas falaram!” (V. 25). Até este ponto, os dois ainda estavam sem iluminação, mas eles devem ter ficado impressionados com o Estranho, pois quando chegaram à aldeia e, Jesus "agiu como se Ele fosse mais longe... eles O constrangeram" a permanecer com eles. (vs. 28-29). E quando o convidaram para comer, Ele sem a menor cerimônia assumiu o lugar de anfitrião, “pegou o pão e o abençoou, e tendo partido o pão, começou a entregá-los” (v. 30). Nesse ponto, “os olhos dos dois discípulos se abriram e O reconheceram” (v. 31). E aqui está a coisa incrível: quando eles não podiam ver, o Senhor podia ouvir; quando eles falavam besteiras, o Senhor podia sair do seu caminho e acompanhá-los por um longo tempo; mas assim que seus olhos se abriram, “O Senhor desapareceu deles” (v. 31). Essa é a disposição do Senhor. (vs. 28-29).
Deixe-me assegurar-lhe que, quando você não pode ver o Senhor, Ele está ouvindo toda a sua conversa tola e está se esforçando para acompanhá-lo. Eu me encontrei conversando com um irmão dessa maneira: “Atualmente, o Senhor não está conosco. As reuniões são tão pesadas; aqueles que devem abrir os lábios os mantêm fechados. Parece que o Senhor nos abandonou. ”Quando me vejo falando assim, não ouso continuar, pois temo que Ele me ouça falando bobagem. Irmãos e irmãs, desejo que todos possamos perceber que, desde a ressurreição de nosso Senhor, a principal disciplina para Seus seguidores veio ao longo da linha de conhecê-Lo como um Deus que se esconde. Ele está no meio dos homens, mas não se mostra aos homens; Ele mora no interior, mas retém a consciência de Sua habitação. Ele está verdadeiramente em você, e está realmente trabalhando em você, e trabalhando coisas maravilhosas, coisas tremendas. Mas Sua disposição não é a de quem falamos, que adorava fazer uma exibição. Ele é um Deus que se esconde.
Deixe-me citar outra ilustração. Uma noite, quando as portas foram fechadas onde alguns de Seus discípulos estavam reunidos, o Senhor apareceu (João 20:19-24). Mais tarde, Tomé declarou: “A menos que eu veja em suas mãos a marca das suas feridas e coloque meu dedo, e por a minha mão no lado dele, de modo algum vou acreditar” (v. 25). O Senhor sentiu por Tomé sua fraqueza, e um dia permitiu que ele visse e sentisse. Então Tomé inclinou a cabeça e O adorou, dizendo: “Meu Senhor e meu Deus!” (V. 28). Mas Jesus disse-lhe: “Porque você me viu, você acreditou. Bem-aventurados os que não viram e crêram” (v. 29). "Tomé, sua disposição é aquela que gosta de ver, mas eu amo uma disposição que acredita onde não pode ver, pois gosto de me esconder." Pedro teve alguma experiência no momento em que escreveu sua primeira epístola e pôde dizer: “A Ele, embora vocês não O tenham visto, vocês O amam” (1Pe 1:8). Isso é uma coisa maravilhosa. Onde você encontraria um homem que pudesse amar um homem que ele nunca tinha visto? Mas Pedro diz que, embora você nunca tenha visto o Senhor, você O ama; e ele continua dizendo: “Para quem, embora ainda não o veja no momento, crendo, exulta com alegria indizível e cheia de glória” (v. 8).
Fé e amor estão em um invisível. Que o Senhor nos mostre quão diferente Ele é da nossa concepção Dele. Se houver uma grande alegria em nossas reuniões, dizemos: “O Senhor está verdadeiramente no meio de nós”. Mas essa condição não é evidência da realidade. Por outro lado, quando a atmosfera é pesada, você se vê pensando assim: “Ai! Eu não amo o Senhor como devo. Quão relutante tenho sido em pagar o preço. Como falhei em honrá-Lo em minha vida. ”Então o Deus que se esconde está positivamente trabalhando em sua vida. Às vezes, quando você está na rua ou no seu quarto, pensamentos como estes lhe ocorrem: “Qual é o propósito da minha vida? O que o Senhor está tirando disso? ”E não lhe ocorre que esse é o Senhor que trabalha dentro de você. Deixe-me dizer-lhe: esses registros fracos nas profundezas do seu ser, aquelas pequenas sugestões que você pensou serem totalmente suas porque eram muito naturais - essas eram as ações do Senhor. O Deus que se esconde está trabalhando em sua vida, mas Ele se escondeu tão eficazmente que você ficou inconsciente da atividade Dele. E Ele está trabalhando tanto externamente quanto internamente - em sua casa, nos seus negócios, em todas as suas circunstâncias. Ele está criando muitas situações e é ativo em várias direções, embora não permita que você sinta nada disso, até você imaginar que essas coisas aconteceram naturalmente. Mas tanto as condições internas quanto as externas de sua vida estão sob Seu controle.
Deus está trabalhando tanto externamente quanto internamente - em sua casa, nos seus negócios, em todas as suas circunstâncias. Ele está criando muitas situações e é ativo em várias direções, embora não permita que você sinta nada disso, até você imaginar que essas coisas aconteceram naturalmente. Mas tanto as condições internas quanto as externas de sua vida estão sob controle de Deus.
O próprio fato de a igreja ter continuado na terra por quase dois mil anos é o resultado do trabalho Daquele que é um Deus que se esconde. Muitas vezes, é verdade que quanto maior a exibição que acompanha qualquer obra, menor o conteúdo divino; e quanto mais silenciosa a obra e menor a nossa consciência, maior o conteúdo divino. Uma vez que todo o trabalho que fazemos é feito para o Deus que se esconde, deve ser baseado na fé, não à vista. Confio que estas palavras ajudarão alguns de nós a perceber que, quando estamos mais conscientes da impotência, Deus está frequentemente mais poderosamente presente. Não procure coisas maiores. Não procure outras coisas além delas. Não defina sua expectativa em uma grande visão ou em uma grande experiência. E não espere nada externo, pois o Deus que se esconde está trabalhando em sua vida e está trabalhando poderosamente. Sua responsabilidade é cooperar com Ele, respondendo à Sua voz interior - aquela "voz suave e mansa", aquela voz que parece tanto parte de seus próprios sentimentos que você quase não a reconhece como uma voz. Para essa voz, registrada nas profundezas mais profundas do seu ser, você deve dizer Amém, pois ali, secreta e incessantemente, o Deus que se esconde está trabalhando.
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