#15 | SEPARAR A ALMA DO ESPÍRITO HUMANO
SEPARAR A ALMA DO ESPÍRITO HUMANO
Temos que dividir nossa alma do nosso espírito (Hb 4:12). Se não formos capazes de separar a alma do espírito, simplesmente não conseguiremos contatar o Senhor. Precisamos aprender a discernir nosso espírito da nossa alma. A alma esconde e encobre o espírito, assim como os ossos escondem e encobrem a medula. É fácil ver os ossos, mas não a medula que está oculta em seu interior. Se quisermos alcançar a medula, temos de quebrar os ossos. Às vezes, a medula tem de ser raspada dos ossos. Oh, como nosso espírito adere à nossa alma! Nosso espírito está oculto e escondido em nossa alma. A alma é facilmente reconhecida, mas o espírito é difícil de se conhecer. Conhecemos um pouco a respeito do Espírito Santo, mas não conhecemos o espírito humano. Por quê? A razão disso é que o espírito humano está escondido na alma. É por isso que a alma precisa ser quebrada, e assim como as juntas são a parte mais forte dos ossos, nossa alma também é muito forte. Temos um espírito, mas nossa alma o envolve. A Palavra de Deus, como uma espada afiada, precisa penetrar em nossa alma para separá-la do espírito.
“Resta um descanso sabático para o povo de Deus. (...) Portanto, procuremos diligentemente entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia segundo o mesmo exemplo de desobediência” (Hb 4:9,11). Que é esse descanso? Precisamos ver outro tipo no Antigo Testamento para descobrir o seu significado. Depois de os israelitas terem sido libertos e salvos da terra do Egito, eles foram levados ao deserto com a intenção de que entrassem na terra de Canaã. A terra de Canaã era sua terra de descanso, um tipo do Cristo todo-inclusivo. Cristo é a boa terra de Canaã, e o nosso descanso. Se quisermos entrar no descanso, temos de entrar em Cristo. Mas, onde está Cristo hoje? Respondemos que Ele está em nosso espírito. Os israelitas, que foram libertos do Egito, em vez de entrar em Canaã, peregrinaram no deserto durante muitos anos. Que tipifica isso? Significa que, muitos cristãos, depois de terem sido salvos, estão simplesmente peregrinando na alma. A razão do livro de Hebreus ter sido escrito é que muitos cristãos hebreus, apesar de salvos, estavam peregrinando em sua alma. Eles não avançaram do deserto para a boa terra, isto é, para Cristo, que habitava em seu espírito. Não devemos continuar a peregrinar em nossa alma, mas devemos prosseguir e entrar em nosso espírito, onde Cristo é o nosso descanso.
Vamos ilustrar um pouco mais com o diagrama a seguir:
Antigamente, todo o povo de Israel tinha acesso ao átrio exterior, mas somente os sacerdotes podiam entrar no Lugar Santo. Além disso, somente o sumo sacerdote podia entrar no Santo dos Santos, e apenas uma vez por ano. E mais, de todos os israelitas que foram salvos e tirados do Egito para o deserto, pouquíssimos entraram na boa terra de Canaã (Nm 14:28-30).
Mesmo que tenhamos sido salvos há anos, devemos nos perguntar se atualmente somos um cristão que vive no corpo, na alma ou no espírito. Agora estamos no Egito, no deserto ou na boa terra de Canaã? Pergunte ao Senhor e examine a si mesmo para ter clareza sobre onde está. Francamente, muitos cristãos estão peregrinando o dia todo na alma, isto é, no deserto. De manhã eles têm rostos sorridentes, mas à tarde estão pesarosos, com a “cara amarrada”. Parece que ontem eles estavam no céu, mas hoje estão derrotados. Eles estão peregrinando na alma, no deserto, sem descanso, circulando na mesma rota dia após dia. Eles podem ter seguido o Senhor por vinte anos, mas ainda estão andando em círculos, assim como o povo de Israel, que peregrinou durante trinta e oito anos sem avançar nem progredir. Por quê? Porque estão na alma. Quando estamos na alma, estamos no deserto.
É por isso que o escritor de Hebreus enfatizou a necessidade de separar a alma do espírito. A palavra de Deus tem de penetrar em nós para que saibamos como avançar da alma para a boa terra e para o Santo dos Santos do nosso espírito humano. Um crente almático é alguém que peregrina no deserto da alma, onde não há descanso.
O sumo sacerdote tinha de passar pelo véu a fim de entrar no Santo dos Santos, por isso o véu, que tipifica a carne (Hb 10:20), deve ser rasgado e partido. Além disso, o povo de Israel teve de cruzar o rio Jordão para entrar na boa terra. Eles enterraram doze pedras sob as águas do Jordão, representando as doze tribos de Israel, e levaram outras doze pedras para a boa terra, representando os israelitas ressuscitados. A velha geração de Israel foi sepultada nas águas de morte do rio Jordão. Tudo isso tipifica que o homem natural, a vida almática e a velha natureza têm de ser rasgadas como o véu e sepultadas como o velho homem. Então, podemos entrar no Santo dos Santos e na boa terra para desfrutar Cristo como nosso descanso.
Jesus é o Senhor!