13 - A MANEIRA COMO PAULO PREGOU SUA MENSAGEM.


Mensagem 13 

A MANEIRA COMO PAULO PREGOU 
SUA MENSAGEM.

A mensagem de Paulo era a crucificação. Ele próprio era um homem crucificado e pregou a cruz à maneira da cruz. Era um homem da cruz, pregando a mensagem da cruz com o espírito da cruz. Muitas vezes o que pregamos é a cruz, mas a nossa atitude, as nossas palavras e nosso sentimento não dão a impressão de que pregamos a cruz! Muitas pregações sobre a cruz não são feitas no espírito da cruz! Paulo disse: "Eu (...) fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho (mistério) de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria" (1°Cor 2:1). Aqui o mistério de Deus refere-se à palavra da cruz. Paulo não pregou a cruz com excelência no falar ou sabedoria. "A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder" (1°Cor 2:4). Esse é o Espírito da cruz. A cruz é sabedoria para Deus, mas loucura para o homem. Ao pregar a palavra dessa loucura, deveríamos ter a aparência de "loucura", a atitude de "loucura" e o falar de "loucura". Paulo obteve a vitória porque era de fato um homem crucificado. Ele pregava a cruz com o espírito da cruz e a atitude da cruz. Os que não têm experimentado a crucificação não serão preenchidos com o espírito de crucificação, e não são dignos de pregar a palavra da cruz.

Após ver a experiência de Paulo, não nos diz ela a razão de nossas falhas? A mensagem que pregamos pode ser boa, mas deveríamos examinar-nos à luz do Senhor: somos realmente homens crucificados? Com que tipo de espírito, palavra e atitude pregamos a cruz? Possamos humilhar-nos diante dessas questões para que Deus tenha misericórdia de nós.
Não nos referimos aos que pregam um "evangelho diferente". Falamos apenas acerca dos que pregam "o Evangelho da Graça de Deus". A palavra não é incorreta, nossa mensagem não é má; todavia, por que os outros não ganham vida? Isso deve ser por causa da falha do pregador! É a pessoa que está errada, e não a palavra que perdeu o poder.
É o homem que tem obstruído o fluir da vida de Deus, e não a Palavra de Deus que tem perdido a eficácia. Quando o homem que prega a cruz não possui, ele mesmo, a experiência da cruz nem o espírito da cruz, não pode dispensar aos outros a vida da cruz. Não podemos dar a outros o que não temos. Se a cruz não se torna a nossa vida, não podemos dar a vida da cruz a outros. A deficiência do nosso serviço advém de gostar de dar a cruz a outros sem perceber que não a temos em nós. Os que são bons em pregar a outros, devem ser bons em pregar primeiro a si mesmos. Caso contrário, o Espírito não cooperará com eles.

Embora a mensagem que pregamos seja importante, não devemos enfatizar demais a mensagem e esquecer de nós mesmos. Podemos obter algum conhecimento dos livros sobre a palavra da cruz que pregamos. Podemos utilizar a mente buscando os seus muitos significados na Bíblia. Entretanto, todos eles serão emprestados; eles não nos pertencem. Os que têm mente esperta são mais perigosos que os demais. Um pregador pode colocar-se em maior perigo que outros, pois todo o estudo, leitura, pesquisa e ouvir pode ter sido feito para os outros e não para si mesmo. Ele pode laborar para os outros simplesmente para encontrar-se espiritualmente faminto! Podemos ouvir palavras profundas sobre os vários aspectos da cruz ou ler livros sobre os significados da substituição e co-crucificação. Se tivermos mente esclarecida, podemos mesmo ordenar adequadamente esses ensinamentos, de modo que, ao falar, desenvolvamos as coisas que ouvimos e pensamos de maneira muito clara e sincera, tendo tudo bem organizado e todos os pontos apresentados com clareza e os argumentos divididos nitidamente. Podemos levar os ouvintes a pensar que entenderam tudo. Contudo, a despeito do fato de que tenham entendido tudo, não há um poder motivador que faça com que busquem ganhar o que compreenderam. Eles parecem pensar que entender as doutrinas da cruz seja suficiente. Eles param nas coisas que entenderam e não buscam obter o que a cruz lhes promete dar. Mesmo que o orador entenda o pensamento dos ouvintes, tenha voz audível e sincera, e insista que não tomem somente a doutrina, mas busquem ter a experiência, seus ouvintes podem ser incitados apenas naquele momento. Eles ainda não receberam vida; ainda têm somente a teoria, e não a experiência. Nunca devemos estar satisfeitos com nós mesmos e achar que a nossa língua "de prata" pode manobrar os ouvintes. Eles podem ficar emocionados no momento, contudo serão apenas considerações ou doutrinas que temos de dar-lhes? Ou precisamos dar-lhes vida? Sem dar vida ao homem, em nada contribuímos para sua espiritualidade. Qual é o proveito de dar ao homem somente considerações ou doutrinas? Que esse conceito seja profundamente incutido em nosso ser para que nos arrependamos da inutilidade da nossa obra passada!
A razão por que ninguém ganha vida pela nossa pregação da cruz é que:
1°) nós mesmos não temos a experiência da cruz, e 
2°) não fazemos uso do espírito da cruz para pregar a palavra da cruz.

Livro: "A Cruz". (Watchman Nee)

Jesus é o Senhor!
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