Evangelho de Marcos | Estudo 15
Leitura Bíblica: Marcos 16
No capítulo 16 do Evangelho de Marcos, temos três assuntos: a ressurreição do Salvador-Servo (Mc 16:1-18), Sua ascensão para Sua exaltação (Mc 16:19) e a propagação universal do evangelho por Ele efetuada por meio dos discípulos (Mc 16:20). Nesta mensagem começaremos a considerar a ressurreição do Salvador-Servo.
O RELATO DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO EM ATOS
Como o Evangelho de Marcos, na prática, pode ser chamado de o Evangelho de Pedro, vamos considerar as palavras de Pedro a respeito da ressurreição de Cristo registradas no livro de Atos. Nas suas mensagens de evangelho nos capítulos dois, três, quatro e cinco de Atos, Pedro fala a respeito da ressurreição do Senhor. Na verdade, tal ressurreição foi o centro das mensagens de Pedro.
Foi Impossível à Morte Retê-Lo:
Em Atos 2:23-24 Pedro, ao falar de Cristo, diz: “A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, tomando-o vós, o crucificastes e matastes pelas mãos de injustos; ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela”. Na primeira pregação do evangelho de Pedro, no dia de Pentecostes, ele testificou que o Jesus crucificado foi ressuscitado por Deus. Ele testificou que Cristo não podia ser retido pela morte. Como o próprio Cristo é ressurreição (Jo 11:25), foi-Lhe impossível ser retido pela morte. Como pode a ressurreição ser retida pela morte? É impossível!
Em Atos 2:32-36 Pedro fala tanto sobre a ressurreição como sobre a ascensão de Cristo. Sobre a ressurreição, ele diz no versículo 32: “A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas”. Aqui Pedro parece dizer: “Nós estivemos presentes quando o Senhor Jesus foi crucificado, e O vimos após a ressurreição. Portanto somos testemunhas oculares de Sua ressurreição”. No versículo 33 Pedro continua: “Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis”. Esse versículo fala da ascensão de Cristo. No versículo 36 Pedro se refere tanto à ressurreição como à ascensão: “Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo”. É em ressurreição e ascensão que Jesus se tornou o Senhor e o Cristo.
O Autor da Vida:
Em Atos 3:15 Pedro disse às pessoas que elas haviam matado o Autor da vida, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos. A palavra grega traduzida por Autor significa origem, originador, líder principal. Aqui denota Cristo como a origem ou originador da vida; portanto, o Autor da vida. Pedro estava dizendo-lhes que eles haviam matado o Autor da vida, Aquele a quem Deus ressuscitou dos mortos. Aqui ele parece dizer: “Nós somos testemunhas oculares Daquele que e a origem, a fonte, da vida. Vocês O mataram, mas a morte não pôde retê-Lo. Deus ressuscitou dos mortos Aquele que é a fonte da vida”.
A Pedra Angular do Edifício de Deus:
Em Atos 4:10-12 Pedro prega novamente a respeito do Cristo ressurreto: “Tomai conhecimento, vós todos e todo o povo de Israel, de que, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, a quem vós crucificastes, e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim, em Seu nome é que este está curado perante vós. Este Jesus é a pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos”. Aqui vemos que o Jesus crucificado, a quem Deus ressuscitou dos mortos, é a pedra angular rejeitada pelos líderes judeus.
Lendo cuidadosamente esses versículos, veremos que a salvação está no Cristo ressurreto. Além disso, essa salvação visa ao edifício de Deus. O Salvador em ressurreição é a pedra angular do edifício de Deus, o qual também está em ressurreição. Por meio disso vemos que a ressurreição do Senhor não visa apenas a nossa salvação, mas também ao edifício de Deus. Tanto nossa salvação como o edifício de Deus estão no Cristo ressurreto.
Exaltado como Líder e Salvador:
Em Atos 5:30-31, Pedro diz: “O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes, pendurando-o num madeiro. Deus, porém, com a sua destra, o exaltou a Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão de pecados”. O vocábulo Príncipe também pode ser traduzido por Líder. Deus exaltou Cristo para ser Líder e Salvador. Precisamos ver que Jesus é o Senhor, o Cristo e a pedra angular do edifício de Deus. Também é o Líder e Salvador para nossa Salvação. Além disso, Ele concede arrependimento e perdão. Tudo isso acontece em ressurreição. Nessas mensagens de evangelho, Pedro testifica que o Senhor Jesus está em ressurreição.
A EXPRESSÃO DO CRISTO PNEUMÁTICO
De acordo com o livro de Atos, Pedro também enfatizou que Cristo, o Ressurreto, foi exaltado e está agora nos céus. Além disso, Cristo derramou-Se como o Espírito sobre Seus crentes, os escolhidos de Deus, para fazê-los os membros de Seu Corpo. Isso visa à composição do novo homem. O novo homem é a expressão do Cristo ressurreto. Cristo é tudo para o novo homem, é seu conteúdo e realidade. Como vimos, esse novo homem é, na verdade, o reino de Deus, onde Deus governa, reina e age para cumprir Seu desejo. Assim o reino de Deus é a esfera do governo divino para Sua expressão. Isso ocorre em ressurreição.
No livro de Atos, Pedro diz que o Cristo, que ele viu e seguiu, está agora em ressurreição e ascensão. Não é possível separar a ascensão do Senhor de Sua ressurreição. Tanto ressurreição como ascensão têm muito a ver com o Espírito. Hoje o Espírito é a realidade do Cristo crucificado, ressurreto e ascendido. Quando temos o Espírito, temos Cristo. Em especial, temos o Cristo pneumático e, como resultado, temos também a realidade de Sua ressurreição e ascensão.
A MORTE TODO-INCLUSIVA DE CRISTO
Se tivermos entendimento do Novo Testamento como um todo, perceberemos que ele nos revela uma Pessoa que é o Deus Triúno encarnado para ser o Homem-Deus, que foi à cruz e sofreu uma morte todo-inclusiva maravilhosa. Esse fato foi maior do que o de toda a criação de Deus. A morte todo-inclusiva do Senhor Jesus tirou nossos pecados, condenou o pecado, crucificou o velho homem, pôs fim à velha criação, destruiu o diabo, Satanás, julgou o cosmos satânico e aboliu as ordenanças entre as várias raças e classes sociais. Com isso vemos que a morte do Senhor resolveu todos os aspectos negativos do universo, uma vez por todas. Aos olhos de Deus, todas as coisas negativas já foram eternamente eliminadas. Naturalmente em nossa experiência ainda enfrentamos tais problemas, contudo vem o dia em que tanto a nossos olhos como aos olhos de Deus, essas coisas não existirão mais.
Louvado seja o Senhor por tudo o que foi realizado pela morte todo-inclusiva de Cristo! Ao ler o relato da crucificação do Senhor em Marcos, precisamos perceber que ela foi todo-inclusiva e pôs fim a todas as coisas negativas. Como vimos, ela também liberou a vida divina de Seu interior.
REGENERADOS PARA UMA VIVA ESPERANÇA
Por meio da morte todo-inclusiva de Cristo, os escolhidos de Deus foram introduzidos em Sua ressurreição. Quando Cristo ressuscitou, os escolhidos de Deus ressuscitaram com Ele. Considere o que está em 1 Pedro 1:3 a esse respeito: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos”. Aqui vemos que o Pai nos regenerou por meio da ressurreição de Cristo para uma viva esperança, que será plenamente cumprida na Nova Jerusalém. Viva esperança é uma esperança de vida. E a esperança que a vida em nós se desenvolverá até atingir a maturidade.
Podemos usar o nascimento de uma criança como ilustração da viva esperança. Depois que uma mulher dá à luz, ela terá uma esperança para o filho, quanto a seu crescimento e desenvolvimento. Talvez tenha a esperança de que ele se torne médico ou até mesmo o presidente do país. O fator básico dessa esperança é a vida na criança. Como a criança tem vida, a mãe tem esperança em seu futuro.
Semelhantemente, nós fomos regenerados para uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo. Essa é a esperança de vida, uma vida que irá crescer e se desenvolver até culminar na Nova Jerusalém.
A viva esperança resulta da nossa regeneração. Você sabe quando foi regenerado? Talvez você responda dizendo que, em sua experiência, foi regenerado há alguns anos. Na verdade, foi regenerado quando Cristo ressuscitou. Você foi regenerado antes de nascer: isso é um fato divino. Aos olhos de Deus, você teve o segundo nascimento antes de experimentar o primeiro.
O PRIMOGÊNITO ENTRE MUITOS IRMÃOS
Atos 13:33 indica que a ressurreição de Cristo foi um nascimento para Ele, pois em ressurreição Ele nasceu como Filho de Deus. Em ressurreição e por meio dela, Ele, como Homem, nasceu para tornar-se o Primogênito de Deus. A palavra primogênito indica que o Senhor Jesus tem irmãos. Em Romanos 8:29 Paulo fala de Cristo como o Primogênito entre muitos irmãos. Em ressurreição, todos nascemos com Cristo para nos tornar Seus muitos irmãos. Que maravilhoso!
CONDUZIDOS À RESSURREIÇÃO
Ao ler Marcos, precisamos perceber o que a morte do Homem-Deus inclui e também quanto Sua ressurreição abrange. Quando o processo de Sua morte e ressurreição acontecia, nós, representados por Pedro e os outros discípulos, estávamos envolvidos. No capítulo 14, Pedro chorou após ter negado o Senhor Jesus (Mc 14:72). Podemos dizer que ele chorou porque estava espiritualmente falido. Contudo, por ter sido introduzido na morte de Cristo, Pedro foi, por meio dela, conduzido à ressurreição de Cristo. Pelo menos por ocasião do Pentecostes ele percebeu isso. Em vez de chorar ele proclamou o evangelho ao povo de Israel. No dia de Pentecostes ele podia dizer: “Posso anunciar-lhes boas novas a respeito de Cristo, porque agora estou em Sua ressurreição. O Cristo ressurreto está em mim. Ele é o Espírito todo-inclusivo, composto, saturando-me. Ele é um comigo, e eu sou um com Ele”. Pedro havia sido introduzido na morte e ressurreição de Cristo, que se tornara seu Substituto todo-inclusivo.
Vimos que a regeneração introduz viva esperança, uma esperança a respeito do pleno desenvolvimento da vida divina em nós. Temos a esperança de que essa vida cresça e se desenvolva ao máximo. Estamos nessa vida e ela está em nós, crescendo e se desenvolvendo.
Primeiro, essa vida produz a vida da igreja hoje, que é a realidade do reino de Deus. Até que, para muitos, ela atingirá a maturidade no milênio, que será a manifestação do reino de Deus. Por fim, a vida divina no interior de todos os crentes atingirá o desenvolvimento máximo na Nova Jerusalém, o reino eterno de Deus no novo céu e nova terra. Isso será o desenvolvimento final da vida que recebemos mediante a regeneração.
Sem dúvida, falta-nos a percepção adequada da vida divina que está em nós. Contudo já tivemos pelo menos alguma percepção do fato de que fomos regenerados por meio da ressurreição de Cristo para uma viva esperança. Muitos santos podem testificar que, em certas ocasiões, oraram a ponto de chegar a um êxtase e, nessa situação, pareceu-lhes difícil dizer onde estavam: — na igreja, no milênio ou na Nova Jerusalém, — pois estavam fora de si, no Senhor. Todos precisamos ter experiências assim.
Embora sejamos de diferentes nacionalidades e tenhamos vindo de diferentes lugares do mundo, todos tivemos a experiência real de estar em ressurreição. Quando estamos fora de nós, no Senhor, talvez sem saber onde estamos, isso é uma experiência de estar em ressurreição. Uma vez regenerados, fomos conduzidos à ressurreição de Cristo.
Quão maravilhoso seria se estivéssemos sempre em ressurreição! Contudo podemos encontrar problemas que nos fazem sentir que fomos enterrados e colocados num túmulo. Mas pela experiência sabemos que, quando clamamos pelo Senhor invocando Seu nome, novamente experimentamos Sua ressurreição. Essa é a história da nossa vida cristã. Os incrédulos, naturalmente, não têm essas experiências, porque ainda não foram regenerados. Louvado seja o Senhor, porque Ele nos introduziu em Sua maravilhosa ressurreição!
A RESSURREIÇÃO E ASCENSÃO DO SALVADOR-SERVO E A PROPAGAÇÃO UNIVERSAL DO EVANGELHO POR MEIO DE SEUS DISCÍPULOS
O capítulo 16 do Evangelho de Marcos aborda três questões: a ressurreição do Salvador-Servo (Mc 16:1-18), Sua ascensão para exaltação (Mc 16:19) e a propagação universal do evangelho efetuada por Ele por meio dos discípulos (Mc 16:20).
DESCOBERTA POR TRÊS MULHERES
Em Marcos 16:1-8 a ressurreição do Senhor Jesus foi descoberta por três mulheres: Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e Salomé (v. 1). No versículo 6 um anjo lhes disse: “Não vos espanteis; buscais a Jesus, o Nazareno, o crucificado. Ele ressuscitou, não está aqui. Vede o lugar onde O puseram”. A ressurreição do Salvador-Servo é prova de que Deus estava satisfeito com o que Ele realizou mediante Sua morte; é também confirmação da eficácia de Sua morte redentora e transmissora de vida (At 2:24; 3:15).
Segundo o versículo 7, o anjo disse às mulheres: “Mas ide, dizei aos Seus discípulos, e a Pedro, que o Senhor vai adiante de vós para a Galiléia; ali O vereis, como Ele vos disse”. Somente no relato de Marcos encontra-se a expressão “e a Pedro” no recado que o anjo deu às três irmãs que descobriram a ressurreição do Salvador-Servo. Isso se deve, provavelmente, à influência de Pedro no conteúdo desse Evangelho. De qualquer modo, essa expressão indica que o relacionamento íntimo de Pedro com o Salvador-Servo era especial, de modo que foi enfatizado até mesmo pelo anjo.
O SENHOR VAI À GALILÉIA
No versículo 7 o anjo disse que o Senhor Jesus iria adiante dos discípulos para a Galiléia. Assim como o Salvador-Servo iniciou Seu ministério na Galiléia dos gentios (Mt 4:12-17), e não em Jerusalém, que era a cidade santa da religião judaica, assim também após a ressurreição Ele ainda iria à Galiléia, e não a Jerusalém. Isso é forte indicação de que o Salvador-Servo ressurreto abandonou o judaísmo e iniciava nova era na economia neotestamentária de Deus.
PREGAR O EVANGELHO A TODA A CRIAÇÃO
Em Marcos 16:9-11 o Senhor Jesus apareceu a Maria Madalena; nos versículos 12 e 13, aos dois dos discípulos; nos versículos 14 a 18, aos onze discípulos. No versículo 15 Ele lhes disse: “Ide por todo o mundo e proclamai o evangelho a toda a criação”. Isso revela que a redenção de Deus realizada pelo Salvador-Servo mediante Sua morte e ressurreição não é apenas para o homem, o líder da criação de Deus, mas para toda a criação. Assim todas as coisas, tanto na terra como nos céus, foram reconciliadas com Deus, e o evangelho deve ser proclamado a toda a criação debaixo do céu (Cl 1:20, 23). Com base nisso, toda a criação espera ser libertada da escravidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus (Rm 8:19-22).
CRER E SER BATIZADO
No versículo 16 o Senhor Jesus ainda disse aos discípulos: “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.” (Mc 16:16). Crer é receber o Salvador-Servo (Jo 1:12), não somente para perdão dos pecados (At 10:43) mas também para regeneração (1Pe 1:21, 23). Os que assim crêem tornam-se filhos de Deus (Jo 1:12-13) e membros de Cristo (Ef 5:30), em união orgânica com o Deus Triúno (Mt 28:19). O batismo é confirmação disso. Ser batizado é ser sepultado para pôr fim à velha criação por meio da morte do Salvador-Servo, e é também ressuscitar para ser a nova criação de Deus mediante a ressurreição do Salvador-Servo. Esse batismo é muito mais avançado do que o batismo de arrependimento pregado por João (Mc 1:4; At 19:3-5).
Crer e ser batizado são duas partes de um passo completo para receber a plena salvação de Deus. Ser batizado sem crer é mero rito vazio; crer sem ser batizado é ser salvo apenas interiormente sem a confirmação exterior da salvação interior. Esses dois (crer no Senhor Jesus e ser batizado) devem andar juntos. Além do mais, o batismo nas águas deve ser acompanhado pelo batismo no Espírito, assim como os filhos de Israel foram batizados no mar (nas águas) e na nuvem (no Espírito) — 1 Coríntios 10:2; 12:13.
Marcos 16:16 não diz: “Quem não crer e não for batizado”. Isso indica que a condenação relaciona-se somente a não crer, e não a não ser batizado. Crer, por si só, é suficiente para ser salvo da condenação; contudo, para a completação da salvação interior, crer requer o batismo como confirmação exterior.
Em Marcos 16:17-18 o Senhor Jesus continua: “Estes sinais acompanharão aqueles que crêem: em Meu nome expulsarão demônios; falarão em novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, de nenhum modo lhes fará mal; imporão as mãos sobre enfermos, e eles ficarão curados”. Aqui vemos que falar em novas línguas é somente um dos cinco sinais que acompanham os crentes. Não é o único, contrário ao que alguns enfatizam. Segundo a revelação divina em Atos e nas Epístolas, o que o Senhor disse aqui não quer dizer que todo crente deva ter todos os cinco sinais. Significa que toda pessoa salva pode ter alguns desses sinais, mas não necessariamente todos.
A ASCENSÃO DO SALVADOR-SERVO PARA SUA EXALTAÇÃO
Aspectos do Cristo Ascendido:
No versículo 19 temos a ascensão do Salvador-Servo: “De modo que o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à destra de Deus” (Mc 16:19). O Salvador-Servo ascendeu para ser exaltado por Deus, e isso foi sinal de que Deus aceitou tudo o que Ele fez por Seu plano eterno segundo Sua economia neotestamentária (At 2:33-36). Nessa exaltação, Deus O coroou de glória e honra (Hb 2:9), concedeu-Lhe o nome que está acima de todo nome (Fp 2:9) e O fez Senhor de tudo (At 2:36) e Cabeça sobre todas as coisas (Ef 1:22), para ter toda a autoridade no céu e na terra (Mt 28:18) a fim de governar os céus, a terra e as nações, de modo que estes cooperem para a expansão universal de Seu serviço evangélico.
Por meio de Sua ascensão, Cristo foi exaltado às alturas, foi feito o Senhor, o Cristo, Cabeça da igreja, Cabeça sobre todas as coisas para a igreja. Além disso, foi entronizado, coroado com glória e honra, e recebeu um nome que está acima de todo nome.
Ter Experiências com o Cristo Ascendido:
A fim de experimentar Jesus como o Senhor, o Cristo, Cabeça da igreja, Cabeça sobre todas as coisas, Aquele que foi entronizado, coroado e cujo nome está acima de todo nome, precisamos estar em ressurreição. Quando estamos na realidade da ressurreição, estamos no Espírito que dá vida. No Espírito experimentamos o Cristo ressurreto como o Senhor, o Ungido e o Cabeça de tudo para a igreja e diretamente o Cabeça da igreja. Na realidade da ressurreição, isto é, no Espírito todo-inclusivo, percebemos que Ele foi coroado com glória e honra, entronizado e recebeu o nome que está acima de todo nome. Quando estamos em tal Espírito, todos os aspectos da ascensão de Cristo não são meramente doutrinas para nós; são realidade.
Podemos pensar que, afora o fato de o Espírito que dá vida fazer a ascensão de Cristo real para nós, o Cristo ascendido nada tem a ver conosco no viver diário. Mas cada aspecto de Sua ascensão deve ser parte de nossa experiência diária.
Se quisermos ter experiências com a ascensão de Cristo precisamos andar segundo o Espírito. Quando isso ocorre, andamos segundo a ressurreição e ascensão de Cristo. Isso faz com que sejamos outro tipo de pessoa. É por isso que tenho enfatizado que a vida cristã não é questão de doutrina; o que precisamos é andar segundo o Espírito que dá vida que habita em nosso espírito.
Em 1964 fui convidado para falar a certo grupo cristão em Dallas. Em minha mensagem enfatizei que o que precisamos não é doutrina, mas o Espírito. Alguns que só se preocupavam com doutrina ficaram ofendidos e depois da reunião tentaram discutir comigo. Mas hoje eu seria ainda mais enfático, dizendo que precisamos mais do Espírito. Em vez de doutrina morta, precisamos do Espírito que dá vida.
Podemos estar no Espírito, porque mediante a ressurreição de Jesus Cristo fomos regenerados, renascemos (1Pe 1:3). Também podemos estar em ascensão. Em nossa experiência, os céus vêm a nós, porque o Espírito todo-inclusivo os traz a nós. Portanto, quando estamos no Espírito, estamos nos céus.
A PROPAGAÇÃO UNIVERSAL DO EVANGELHO EFETUADA PELO SALVADOR-SERVO POR MEIO DOS DISCÍPULOS
Quanto à propagação universal do evangelho efetuada pelo Salvador-Servo por meio de Seus discípulos, Marcos 16:20 diz: “E eles, tendo saído, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra por meio dos sinais que a acompanhavam”. Essa pregação do evangelho de Deus a toda a criação (Mc 16:15) feita pelo Salvador-Servo ressuscitado e ascendido, o Servo de Deus, mediante Seus crentes, começou em Jerusalém e tem prosseguido até os confins da terra (At 1:8), contínua e universalmente por todos os séculos, e irá prosseguir até que Ele venha estabelecer o reino de Deus na terra (Lc 19:12; Dn 7:13-14).
Pregar em Toda Parte:
Em Marcos 16:15 o Senhor disse aos discípulos: “Ide por todo o mundo e proclamai o evangelho a toda a criação”. Então, o versículo 20 nos diz que eles foram e pregaram em toda parte. Isso nos mostra que também nós devemos ir dizer às nações, e até mesmo a toda a criação, a respeito do maravilhoso Salvador-Servo, Sua morte todo-inclusiva e maravilhosa ressurreição.
Muitos Pregadores do Evangelho:
Vimos que no capítulo 1 de Marcos só havia um pregador do evangelho. Mas quando chegamos ao final desse Evangelho há muitos pregadores. Quem pode dizer quantos pregadores do evangelho há hoje? Além disso a pregação no capítulo 1 de Marcos era principalmente aos judeus, mas no final do capítulo 16 é para toda a criação, isto é, pelo menos para os vários povos da terra. A fim de pregar o evangelho a toda a criação, talvez precisemos estar fora de nós mesmos no Senhor. Se você nunca foi zeloso em pregar o evangelho a todo tipo de pessoas, isso pode significar que você nunca esteve fora de si no Senhor Jesus.
No dia em que fui salvo, fui chamado pelo Senhor. Eu sabia que era meu destino pregar o Senhor Jesus. Contudo meu entendimento naquele tempo era pregá-Lo nos lugarejos da minha terra natal. Agora estou neste país pregando o Senhor para pessoas de todos os continentes. Oh! vamos falar a todos sobre o maravilhoso Senhor Jesus! Contemos a todas as pessoas a respeito de Sua morte todo-inclusiva e maravilhosa ressurreição! Não fiquemos em silêncio, vamos pregar o evangelho, apresentar a verdade e ministrar vida.
Pregar o Evangelho para Produzir o Novo Homem Havendo passado pelo Evangelho de Marcos, podemos dizer que experimentamos as diferentes curas: dos ouvidos, língua e olhos. Agora estamos qualificados a falar pelo Senhor. Espero que por meio deste Estudo do Evangelho de Marcos todos sejamos introduzidos em Cristo, nosso substituto total, universal e todo-inclusivo. Então poderemos testificar com Paulo: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:20). Tendo experimentado Cristo como nosso substituto, seremos capazes de falar a todas as nações a respeito Dele e Sua morte e ressurreição.
Agradecemos ao Senhor por dar-nos visão clara de que esta era visa produzir o novo homem pela pregação do evangelho. Todas as coisas (a situação do mundo, as questões internacionais, a economia, a indústria, a educação e até mesmo as guerras) têm esse fim. De acordo com Apocalipse 6, o primeiro dos quatro cavalos é o branco que representa a pregação do evangelho. Isso significa que o cavalo branco está na frente, a liderar, e os outros o seguem. A pregação do evangelho deve liderar. Esta era visa à pregação do evangelho para produzir o novo homem. Agora que ganhamos essa visão, vamos em frente para pregar Cristo a toda a criação!
Leitura Bíblica: Marcos 1:1, 9-11, 14-15; 9:2-9; 16:14-20
Essas mensagens se referem à vida do Salvador-Servo. Ele não só viveu totalmente de acordo com a economia neotestamentária de Deus, mas Seu viver também visava a essa economia.
Em Marcos vemos uma Pessoa, Jesus o Homem-Deus, que viveu totalmente de acordo com a economia neotestamentária de Deus e para ela. Se quisermos entender essa vida, precisamos saber o que é essa economia. Em outras palavras, é necessário todo o Novo Testamento para explicar a vida que o Senhor Jesus teve. Isso quer dizer que são necessários todos os outros vinte e seis livros do Novo Testamento para definir o Evangelho de Marcos. Se fizermos um estudo detalhado do Novo Testamento com respeito à economia de Deus, veremos que não há defeito, deficiência ou falha na vida do Senhor Jesus. O viver que Ele, teve foi absolutamente de acordo com a economia de Deus e para ela. Em Sua vida não há nada contrário a essa economia.
Embora possamos amar o Evangelho de João e o de Mateus, nesses Evangelhos não temos uma biografia completa da vida do Senhor Jesus. Essa biografia completa, apresentada na sua seqüência histórica, é encontrada no evangelho Marcos. Nele temos um registro completo de uma vida, a vida do Senhor Jesus, que é de acordo com a economia neotestamentária de Deus e para ela. Nessa vida não há deficiência com respeito à economia divina.
Marcos é a base de Mateus, João e até mesmo Lucas, porque é uma biografia da vida do Senhor Jesus escrita segundo a seqüência histórica. Se quisermos entender alguma questão nos outros evangelhos, precisamos voltar ao evangelho de Marcos.
A esta altura gostaria de chamar sua atenção para o diagrama impresso com essa mensagem. Ali podemos ver como no Evangelho de Marcos o relato da vida do Senhor progride passo a passo, até chegar ao ápice. Então somos introduzidos na morte todo-inclusiva e maravilhosa ressurreição do Senhor a fim de desfrutá-Lo como nosso substituto. O resultado de tomar Cristo como nosso substituto é o novo homem, a realidade do reino de Deus, que resulta primeiro na igreja, depois no milênio e por fim na Nova Jerusalém.
Embora seja curto, o Evangelho de Marcos é todo-inclusivo. Ele contém todos os fatores do Novo Testamento, que são elementos da vida do Salvador-Servo, uma vida totalmente de acordo com a economia neotestamentária de Deus e para ela.
VIVER EM NOVA DISPENSAÇÃO
Como Aquele que viveu de acordo com a economia neotestamentária de Deus e para ela, o Senhor Jesus viveu em nova dispensação, pondo fim à velha dispensação. Isso é claramente revelado e retratado em Marcos 1:1-8. João Batista nasceu como típico sacerdote do Antigo Testamento, contudo viveu no deserto de maneira não civilizada. Sua aparência e comida eram bem diferentes das dos sacerdotes. A obra e a maneira de falar de João também eram incivilizadas. Sempre que alguém se arrependia, ele o colocava na água, batizando-o. Tudo isso eram indicações de que a velha dispensação tivera fim. Essa era a situação e a atmosfera quando o Senhor Jesus iniciou Seu ministério. Isso indica que Seu ministério estava totalmente na dispensação do Novo Testamento. Assim, na Sua vida não podemos encontrar nada da velha dispensação.
FOI SEPULTADO
Quando o Senhor Jesus estava para iniciar Seu ministério, Ele se deixou sepultar, batizar, por João Batista (Mc 1:9-11). Ele não tinha pecado nem velhice, contudo mesmo assim foi batizado. Seu batismo era um testemunho ao universo de que Ele rejeitava a Si mesmo e se colocava de lado a fim de viver por Deus.
VIVEU E MOVEU-SE PELO ESPÍRITO SANTO
Logo após o batismo, o Senhor Jesus foi impelido pelo Espírito Santo ao deserto (Mc 1:12-13). Daí em diante Ele cumpriu Seu ministério vivendo, movendo-se e operando no Espírito Santo.
Pregou o Evangelho:
Como Aquele que vivia e se movia pelo Espírito Santo, o Senhor Jesus pregava o evangelho (Mc 1:14-20). Ao fazê-lo, Ele semeava o Deus encarnado como a semente do reino de Deus. Ele colocava no coração dos homens uma semente que iria crescer tornando-se o reino de Deus.
Ensinou a Verdade:
No Espírito Santo o Senhor Jesus ensinava a verdade (Mc 1:21-22), o que consistia em iluminar a humanidade que estava nas trevas e dispersar as trevas do homem.
Expulsou Demônios:
O Senhor Jesus também expulsava demônios (Mc 1:23-28). Isso visava à expansão do reino de Deus.
Curou os Enfermos:
Em Seu ministério o Senhor Jesus curava os enfermos (Mc 1:29-39). Curar enfermos é reavivar os mortos, fazê-los viver.
Purificou os Leprosos:
De acordo com o Evangelho de Marcos, o Senhor purificava os leprosos (Mc 1:40-45). Purificar leprosos é santificar quem foi vivificado. O Senhor fez isso perdoando os pecados, festejando com pecadores, sendo a alegria deles em justiça e vida, satisfazendo-os e libertando-os.
Amarrou Satanás e Saqueou-lhe o Reino:
Enquanto levava a cabo esse serviço evangélico, o Senhor Jesus também amarrava Satanás e saqueava-lhe o reino. Satanás não tinha nenhuma base Nele. Em Marcos 3:22-30 vemos que o Senhor amarrou Satanás e saqueou-lhe a casa pelo Espírito Santo.
Negou Seu Relacionamento Natural:
Em Marcos 3:31-35 vemos que o Senhor Jesus negou Seu relacionamento natural. Em vez de permanecer no relacionamento da vida natural, Ele escolheu ficar no relacionamento da vida espiritual. Por essa razão podia dizer: “Porque qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é Meu irmão, irmã e mãe” (Mc 3:35). Em seu viver não havia base para o relacionamento natural.
Sofreu a Rejeição e o Ódio do Mundo:
Como Aquele que vivia totalmente de acordo com a economia neotestamentária de Deus e para ela, o Senhor Jesus sofreu a rejeição e o ódio do mundo. Em Marcos 6:1-6 Ele foi desprezado pelos nazarenos. Em outra parte desse capítulo Ele sofreu a rejeição do mundo.
Expôs a Condição Interior Maligna do Homem:
Em Marcos 7:1-23 o Senhor Jesus expôs a condição interior do homem, a condição maligna de seu coração. Ele disse: “O que sai do homem, isso é o que contamina o homem” (v. 20). Então falou de coisas malignas que procedem do interior e contaminam o homem (Mc 7:21-23).
Supriu Vida para Aquela que O Buscava:
Após expor a condição do coração do homem, o Senhor Jesus se apresentou como o suprimento de vida para aquela que O buscava (Mc 7:24-30). Em Marcos 7:27 Ele se referiu a Si mesmo como o pão dos filhos, isto é, como nosso suprimento de vida. Portanto Ele Se apresentou como o pão da vida.
Curou os Órgãos dos que Foram Vivificados:
Em Marcos 7:31-37 o Senhor Jesus curou um surdo e mudo, em Marcos 8:22-26 curou um cego. Nesses casos Ele curou órgãos específicos dos que foram por Ele vivificados.
O Substituto Universal e Completo mediante Sua Morte Todo-inclusiva e Redenção Maravilhosa:
Em Marcos 8:27-9:13 o Senhor Jesus é revelado como nosso substituto universal e completo. Mediante Sua morte todo-inclusiva e ressurreição maravilhosa é que podemos tomá-Lo como tal substituto.
Realizou Sua Morte Todo-inclusiva:
O Evangelho de Marcos apresenta o Senhor Jesus como Aquele que realizou uma morte todo-inclusiva. Em Sua morte, Ele carregou nossos pecados, condenou o pecado, crucificou o velho homem, pôs fim à velha criação, destruiu Satanás, julgou o mundo, aboliu as ordenanças e liberou a vida divina.
Entrou em Sua Ressurreição Maravilhosa:
Depois de ter realizado Sua morte todo-inclusiva, Ele entrou em Sua ressurreição maravilhosa. Nela e por meio dela Ele regenerou Seus seguidores e fez germinar a nova criação.
Permaneceu em Sua Ascensão que Supera Tudo:
Após ressuscitar, o Senhor Jesus “foi recebido no céu, e assentou-se à destra de Deus.” (Mc 16:19). Ele agora permanece em Sua ascensão que supera tudo, para executar o que realizou mediante a morte e ressurreição.
Introduziu Seus Seguidores em Sua Morte e Conduziu-os à Sua ressurreição a fim de que O Desfrutassem em Sua Ascensão:
Em mensagens anteriores ressaltamos enfaticamente que o Senhor Jesus não entrou em Sua morte, ressurreição e ascensão sozinho. Mas introduziu Seus seguidores em Sua morte e então os conduziu à Sua ressurreição. Como aqueles que foram conduzidos à ressurreição do Senhor, agora Seus seguidores podem desfrutá-Lo em Sua ascensão como vida e suprimento de vida, o Senhor de todos, o Cristo de Deus, o Cabeça de todos para a igreja, a Cabeça do Corpo, Aquele que foi glorificado, entronizado, está acima de todos e enche tudo em todos.
Gerou o Novo Homem como Realidade do Reino de Deus:
Mediante a morte, ressurreição e ascensão e nelas introduzindo Seus seguidores, o Senhor Jesus gerou o novo homem como realidade do reino de Deus. Primeiro, o novo homem resulta na igreja e depois, na era vindoura, ele se desenvolverá no milênio. Por fim, no novo céu e nova terra, ele culminará na Nova Jerusalém. Esse será nosso destino eterno e também é a conclusão das Escrituras.
Marcos não é mero livro de histórias. Esse Evangelho transmite uma visão celestial, que deve dirigir nossos passos, controlar nosso viver e nos introduzir na consumação de Deus. Essa visão é capaz de manter-nos na economia de Deus para viver a vida da igreja com o alvo de alcançar o milênio e a Nova Jerusalém.
Tal visão de Deus sempre irá dirigir nossos passos e controlar nosso viver. Isso era verdade até mesmo no Antigo Testamento, onde nos é dito que sem visão o povo se corrompe (Pv 29:18a — a profecia revelada por meio do vidente - lit.). Sob a visão celestial somos levados em direção ao objetivo de Deus e nossa vida é controlada de acordo com a economia divina.
Se quisermos conhecer a verdade, precisamos ter a visão da economia divina. Posso testificar que anos atrás fui capturado por essa visão. Por tê-la, podemos prosseguir, a despeito de sofrimentos, difamação e todos os problemas.
A visão se tornou o princípio que dirige nossos passos e governa nosso caminho. Por que tomamos o caminho do Senhor em Sua edificação? Nós o tomamos porque fomos capturados pela visão da economia divina. Por ter essa visão, através dos anos, a luz celestial tem sido abundante na edificação do Senhor. A razão para essa luz é que estamos sob a visão. Sempre que vamos à Palavra de Deus, a luz brilha porque estamos nessa visão que nos dirige, controla e governa.
Meu encargo nesta mensagem é que vejamos que o Evangelho de Marcos revela a vida totalmente de acordo com a economia neotestamentária de Deus e para ela. Essa vida não é meramente justa, santa, espiritual e vitoriosa, como muitos cristãos sabem que devemos ter. Mas você já ouviu falar em ter um viver segundo a economia neotestamentária de Deus? O Evangelho de Marcos apresenta a Pessoa do Homem-Deus, Aquele que viveu, agiu, moveu-se e trabalhou passo por passo segundo a economia divina.
Marcos relata como o Senhor Jesus foi examinado por diversos seguimentos, mas ninguém conseguiu achar falha Nele. Ao considerar esse Evangelho, nós também não conseguimos encontrar nenhuma falha, defeito ou deficiência no viver do Senhor em relação à economia divina. Os principais sacerdotes, escribas, anciãos, fariseus, saduceus e herodianos tentaram encontrar falhas no Senhor Jesus em relação à lei, às práticas judaicas e à política romana. Vamos examinar o Senhor segundo a medida da economia neotestamentária de Deus, que possui padrão muito mais rígido. Se O examinarmos dessa forma não acharemos nenhuma falta Nele. Ele não apenas cumpriu a lei, mas cumpriu a economia de Deus.
Na verdade, a vida do Senhor Jesus registrada em Marcos é um padrão completo, inteiro, perfeito e total da economia neotestamentária de Deus. Por essa razão se quisermos entender o que está revelado em Mateus, Lucas ou João, precisamos considerar o padrão apresentado em Marcos. Esse padrão se tornará uma chave que abre os outros três Evangelhos.
Hoje entre os cristãos há muita discussão e divisão. Esse é o resultado de estar nas trevas e não ter uma visão da economia neotestamentária de Deus. O céu espiritual sobre muitos crentes é escuro. O falar e o estudo deles são em trevas. Como precisamos que nosso céu espiritual esteja claro! Espero que este Estudo do Evangelho de Marcos faça a luz celestial brilhar mais e mais sobre você, até ser dia perfeito (Pv 4:18).
Louvado seja o Senhor pela visão clara a respeito da economia neotestamentária de Deus! Essa visão deve tornar-se nossa, para nos dirigir, controlar, guardar, preservar e também levar adiante. Além do mais, ela deve tornar-se a referência, o padrão, pelo qual medimos as questões relativas à vida cristã. Se a tivermos, veremos que não basta ser justo, santo, espiritual e vitorioso. Que todos ganhemos a visão dessa economia e vejamos em Marcos o retrato de uma vida totalmente de acordo com ela e para ela!
Jesus é o Senhor!