29 - TODOS QUE ESTÃO EM CRISTO SÃO A LUZ NO MUNDO.
Sem receio do desafio Jesus podia dizer: "Eu Sou a Luz do mundo" (João 8:12). Sua afirmação não nos preenche nem um pouco, pois Ele é. O que é surpreendente, contudo, é que Ele disse em seguida a seus discípulos, e assim a nós, por implicação: "Vós sois a luz do mundo" (Mt. 5:14). Pois Ele não nos exorta a sermos a luz; Ele simplesmente declara que nós somos a luz do mundo, que levemos a nossa luz que é Cristo para onde os homens possam vê-la, ou a ocultemos deles.
A vida divina plantada em nós, que é em si própria tão profundamente estranha ao mundo a seu redor, é uma fonte de luz destinada a mostrar à humanidade o verdadeiro caráter do mundo, enfatizando através do contraste as trevas inerentes a ele. Em concordância a isso, Jesus continua: "Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus" (Mt. 5:16). Está claro que separar-nos do mundo hoje, privando-o assim de sua única luz, de nenhum modo glorifica a Deus. Simplesmente contraria Seu propósito em nós e na humanidade.
E certo que, como vimos antes, a carreira de João Batista foi um tanto diferente. Ele de fato retirou-se do mundo para viver austeramente em lugares desertos e isolados, sobrevivendo de gafanhotos e mel silvestre. Os homens saíram para procurá-lo lá, porque mesmo lá ele era uma luz brilhante e incandescente. Contudo somos lembrados de que "ele não era a Luz". Ele veio apenas para testemunhar a respeito dessa Luz que é Cristo. Seu testemunho foi o último e o maior de uma velha ordem profética, mas assim foi porque apontava para Jesus. Somente Jesus era "a verdadeira Luz, que vinda ao mundo, ilumina todo homem"; e Jesus certamente "estava no mundo", não fora dele (João 1:9,10). O cristianismo provém Dele. Deus pode usar um João clamando no deserto, mas nunca foi Sua intenção que a Igreja fosse um grupo selecionado, vivendo pelo princípio da abstinência. Vimos anteriormente como a abstinência – "Não manuseies, não proves, não toques" – era simplesmente mais um elemento no sistema mundial, e como tal era suspeita (Col. 2:21). Mas devemos ir a um passo, além disso, e uma vez mais o apóstolo Paulo vem em nosso auxílio. Em Romanos 14:17, ele mostra como a vida cristã é algo totalmente independente da controvérsia sobre o que fazemos ou o que não fazemos. "Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida" isto é, não é para ser concebido de modo algum nesses termos – "mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo" que estão em um campo totalmente diferente. O cristão vive, e é dirigido, não por regras especificando até onde pode misturar-se aos homens, mas por estas qualidades interiores que lhe são mediadas pelo Espírito Santo de Deus.
Livro: "Não Ameis o Mundo". (Watchman Nee)
Jesus é o Senhor!