20 - Disciplina e Recompensa | Watchman Nee
A MANEIRA DE DEUS LIDAR COM OS PECADOS DOS CRISTÃOS —
DISCIPLINA E RECOMPENSA
O MOTIVO E O OBJETIVO DA DISCIPLINA
A Epístola aos Hebreus capítulo 12 versículos 5 e 6 diz: “E estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por Ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama, e açoita a qualquer que recebe por filho”. Aqui vemos claramente que o motivo da disciplina é o amor de Deus. Aqueles que recebem a disciplina de Deus são os filhos de Deus. Se uma pessoa não for filho de Deus, Ele não irá discipliná-la. Você nunca encontrará na Bíblia que Deus disciplina um incrédulo. Deus não gasta Seu tempo e energia para disciplinar todas as pessoas desta terra. Ocorre o mesmo conosco. Nós não disciplinamos os filhos de nossos vizinhos. Se eles não se vestem bem ou não fazem as coisas direito, nós não os disciplinamos. Somente disciplinamos nossos próprios filhos. Portanto, a esfera da disciplina limita-se somente aos cristãos, e o motivo da disciplina é o amor. Não é porque odeia o homem que Deus o disciplina. Ele disciplina o homem por amá-lo. Apocalipse capítulo 3 versículo 19 também diz que Deus disciplina por causa do amor.
Hebreus capítulo 12 versículos 7 e 8 diz: “É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como a filhos); pois, que filho há a quem o pai não corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo sois bastardos, e não filhos”. Portanto, a esfera da disciplina limita-se somente aos filhos. O versículo 9 diz: “Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai dos espíritos, e então viveremos?” Se aceitamos a disciplina de nossos pais na carne, quanto mais devemos aceitar a disciplina de nosso Pai, o Pai dos espíritos!
O versículo 10 diz: “Pois eles (nossos pais carnais) nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia. Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da Sua santidade”. Isso nos mostra o propósito da disciplina. Não é porque gosta de disciplinar-nos que Ele o faz. Tampouco é porque Ele quer que soframos. Ele nos disciplina a fim de podermos participar da Sua santidade. Se um cristão vive de uma maneira muito relaxada na terra, sem manifestar a natureza e a santidade de Deus, a mão de Deus recairá pesadamente sobre ele. Deus não gosta de nos açoitar. Seu propósito é ter Sua santidade manifestada em nós. Ele somente cessará de nos disciplinar quando Sua santidade for manifestada em nós. Portanto, percebemos que a disciplina não prova que não somos do Senhor. Pelo contrário, ela prova que pertencemos ao Senhor. Não há necessidade de disciplina para alguém que não pertença ao Senhor. Somente aqueles que pertencem ao Senhor estão qualificados a ser disciplinados.
Há uma grande diferença entre punição e disciplina. A disciplina de Deus sobre Seus filhos não é a Sua punição sobre eles. Mesmo quando Deus os castiga, esse castigo não é uma punição, mas uma disciplina. A disciplina tem um objetivo definido, que é podermos participar da Sua santidade, para que não vivamos ignorantemente dia a dia. Após um cristão crer no Senhor Jesus, embora nunca perca sua salvação, ele pode receber um severo castigo de Deus. Nunca devemos dizer que um cristão pode fazer tudo o que quer após ser salvo. A Bíblia nos diz claramente que após um cristão ser salvo, mesmo que esteja derrotado e caído, ele não perecerá eternamente e não perderá a vida eterna. Entretanto, ele receberá a correção de Deus, hoje, na terra (ou receberá a disciplina na era vindoura do reino milenar).
Não devemos cometer o engano de pensar que por estarmos salvos eternamente, podemos viver relaxadamente nesta terra. Ninguém pode refutar o fato de que uma vez que uma pessoa é salva, ela é salva para sempre. Isso é um fato. Se um cristão dá vazão às suas concupiscências, comete pecados, cai em perversão e não tem a santidade de Deus, Deus estenderá Sua mão e o disciplinará por meio de seu ambiente, sua família, sua saúde e seus planos futuros. Ele poderá encontrar dificuldades na sua família. Poderá experimentar muita doença e infortúnio em seu ambiente. O propósito de Deus, ao permitir que essas coisas lhe sobrevenham, não é puni-lo; elas não sobrevêm para causar-lhe dificuldades, mas para fazê-lo participar da santidade de Deus e torná-lo merecedor da graça do Seu chamamento. Essa é a compreensão adequada da salvação.
Ninguém deve dizer que, se um cristão não fizer o bem, Deus negará que ele seja filho Seu e o expulsará como a um cachorro. Se alguém disser isso, ou é cego quanto à obra da cruz de Cristo, ou pensa que a obra de Cristo é uma questão muito leviana.
A Bíblia nos mostra que a salvação é eterna. Ao mesmo tempo, a Bíblia também nos mostra que existem punições seríssimas entre os que crêem. Se falharmos, haverá muita punição para nós. Deus quer que participemos da Sua santidade. Nesta terra, Ele quer que vivamos como filhos de Deus. Ele não quer intimidar-nos com o inferno para que busquemos a santidade. Ser salvo é algo totalmente da graça, mas Deus tem Sua maneira de conduzir-nos para a Sua santidade. Ele faz com que nos deparemos com muitas coisas em nossas famílias, em nosso corpo, em nossa carreira e em nosso ambiente, a fim de que nos voltemos a Ele. Esse é o propósito da disciplina.
Ananias e Safira eram cristãos; eles eram salvos. Eles cometeram o pecado de mentir ao Espírito Santo, e receberam uma disciplina muito severa: "Entretanto, certo homem, chamado Ananias, com sua mulher Safira, vendeu uma propriedade, mas, em acordo com sua mulher, reteve parte do preço e, levando o restante, depositou-o aos pés dos apóstolos. Então, disse Pedro: 'Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo? Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus.' Ouvindo estas palavras, Ananias caiu e expirou, sobrevindo grande temor a todos os ouvintes. Levantando-se os moços, cobriram o corpo de Ananias e, levando-o, o sepultaram. Quase três horas depois, entrou a mulher de Ananias, não sabendo o que havia ocorrido. Então, Pedro, dirigindo-se a ela, perguntou-lhe: 'Dize-me, vendestes por tanto aquela terra?' Ela respondeu: 'Sim, por tanto.'
Os cristãos da igreja em Coríntios não respeitavam a reunião da mesa do Senhor. Eles não respeitavam o Corpo do Senhor, e tratavam a ceia do Senhor levianamente. Quais foram os resultados de tais coisas? Paulo diz em 1ª Coríntios capítulo 11 versículos 29 e 30: “Pois quem come e bebe, sem discernir o Corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes, e não poucos que dormem”. A mão disciplinadora de Deus torna as pessoas doentes e fracas, e até mesmo as faz morrer. Deus as tratou dessa maneira porque elas trataram o Corpo do Senhor levianamente. Elas não viram a morte do Senhor nem a obra de Cristo, e não viram o Corpo de Cristo. Elas não viram o respeito que deviam ter com o Senhor Jesus, e não viram seu posicionamento adequado no Corpo de Cristo. Isso resultou em fraqueza, doença e até morte. Após terem pecado, Deus as disciplinou.
O versículo 32 diz: “Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo”. Há um objetivo na disciplina de Deus. Ela visa salvar-nos da condenação no futuro. Deus nos disciplina para que não caiamos na condenação que o mundo receberá. Em outras palavras, a disciplina prova que somos salvos. A disciplina preserva nossa salvação. A maneira como Deus faz as coisas e a nossa maneira são totalmente diferentes. Nós achamos que se dissermos às pessoas que elas estão salvas, elas se tornarão levianas e sem restrição. Deus não é assim. Ele proclama claramente, absolutamente e sem limitação para todos os que crêem Nele que todo aquele que crê tem a vida eterna e não perecerá (não será condenado ao lago de fogo). Contudo, Ele tem a Sua maneira de guardar-nos de pecar e de guardar-nos de ser cristãos libertinos e frouxos. Sua disciplina é um subtitutivo de sermos condenados. O homem pode achar que a condenação é o melhor método de guardar-nos de pecar, mas Deus não utiliza a maneira da condenação. Em vez disso, Ele usa a maneira da disciplina. É muito evidente que Deus separa os cristãos das pessoas do mundo pela disciplina. As questões da disciplina e salvação devem ser claramente diferenciadas. A disciplina é exercida somente para o presente e nada tem que ver com nossa salvação eterna.
Há um bom exemplo na Primeira Epístola aos Coríntios que mostra que a disciplina para um cristão é prova de que ele é salvo. Mesmo que um cristão tenha cometido um pecado muito grave, ele ainda é salvo. A Primeira Epístola aos Coríntios, capítulo 5, fala acerca de um cristão que cometeu adultério. Tal ato de adultério com a madrasta não era encontrado nem mesmo entre os incrédulos. Os que têm clareza sobre a lei de Moisés diriam que esta pessoa certamente perecerá e irá para o inferno. Mas surpreendentemente, a Epístola de Primeira aos Coríntios mostra-nos claramente que aqui está alguém que cometeu grave e desprezível pecado, é um pecado que não é cometido por pessoas comuns. Paulo diz que com o poder do Senhor Jesus, ele entregou tal pessoa a Satanás para a destruição da carne, para permitir que Satanás mostrasse seu poder sobre o corpo dele, podendo levá-lo a ficar fraco, doente e até mesmo morrer. O propósito de Paulo ao fazer isso era que essa pessoa pudesse ser salva no Dia do Senhor. Disciplina é algo para esta vida. Ela absolutamente não está relacionada com a salvação na eternidade. Se dependesse de nós, diríamos: “Está acabado. Embora essa pessoa tenha sido salva, certamente ela perecerá novamente por ter cometido um pecado tão grosseiro”. Entretanto, Paulo diz que essa pessoa não perecerá mesmo que tenha cometido tal pecado. Uma pessoa salva pode, temporariamente, receber disciplina, mas não pode ser punida com a perdição eterna. Esse é o ensinamento de Paulo. Um cristão pode ter disciplina temporária nesta era, mas não pode perecer eternamente. Podemos precisar de disciplina, mas ainda estaremos salvos na eternidade. Paulo fez, muitas vezes, uma distinção clara entre estas duas coisas no Novo Testamento. A destruição mencionada aqui e o dormir mencionado anteriormente referem-se somente ao corpo; não se referem ao espírito. As questões do espírito e da salvação eterna já foram decididas quando cremos no Senhor.
Algumas pessoas têm dificuldade com a epístola de 1ª João capítulo 5 versículo 16, onde diz que não devemos rogar por alguém que comete pecado para morte. Tais pessoas têm dificuldade porque não entendem a Palavra de Deus. Elas acham que pecar para morte como fala aqui significa perdição. Na verdade, não existe semelhante coisa. A Primeira Epístola de João capítulo 5 versículo 16 fala-nos de algumas pessoas que pecaram a tal ponto que Deus teria de fazê-las morrer e a carne delas teria de ser removida do mundo. A morte mencionada em 1ª Coríntios 11, a destruição em 1ª Coríntios 5, e as mortes de Ananias e Safira são todas mortes da carne e nada têm a ver com a morte do espírito. A disciplina está totalmente relacionada com o corpo. Portanto, na Bíblia, muitos lugares que parecem dizer que os cristãos podem perecer, na verdade, estão falando sobre disciplina.
A RECOMPENSA E O DOM GRATUITO DE DEUS
Agora veremos a terceira diferença: — a diferença entre a recompensa e o dom gratuito de Deus; em outras palavras, a diferença entre o reino dos céus e a vida eterna. Hoje, existem muitos cristãos na igreja que não conseguem fazer distinção entre o reino dos céus e a vida eterna. Eles pensam que o reino dos céus é a vida eterna e que a vida eterna é simplesmente o reino dos céus. Eles confundem a Palavra de Deus, achando que a condição para receber o reino dos céus é a condição para a conservação da vida eterna. Eles acham que perder o reino é perder a vida eterna. Entretanto, a distinção entre os dois é muito clara na Bíblia. Uma pessoa pode perder o reino dos céus, mas ela não perderá a vida eterna. Ela pode perder a recompensa, contudo não perderá o dom gratuito de Deus que é a vida eterna.
Então o que é a recompensa, e o que é o dom gratuito de Deus? Nós fomos salvos por causa do dom gratuito de Deus. Deus nos deu o dom gratuitamente pela Sua graça; portanto, fomos salvos. A recompensa diz respeito ao relacionamento entre nós e o Espírito Santo após sermos salvos. Quando fomos salvos passamos a nos relacionar com Cristo. Esse relacionamento permite-nos obter o presente que somos totalmente indignos de receber. Da mesma forma, após termos sido salvos, temos um relacionamento com o Espírito Santo. Esse relacionamento permite-nos obter a recompensa que de outra forma jamais obteríamos por nós mesmos. Se alguém crê no Senhor Jesus como Salvador, aceitando-O como vida, ele é salvo diante de Deus. Após ser salva, Deus imediatamente coloca essa pessoa num caminho de modo que ela corra a carreira e obtenha a recompensa que está diante dela. Um cristão é salvo por causa do Senhor Jesus. Após ser salvo, o cristão deve manifestar a vitória de Cristo pelo Espírito Santo dia a dia. Se fizer isso, então, no fim da carreira, ele obterá a glória celestial e a recompensa celestial de Deus.
Portanto, a salvação é o primeiro passo deste caminho, e a recompensa é o último passo. Somente os salvos estão qualificados para obter a recompensa. Os não-salvos estão desqualificados para isso. Deus nos deu duas coisas em vez de uma. Deus coloca o presente diante das pessoas do mundo e coloca a recompensa diante dos cristãos. Quando alguém crê em Cristo, recebe o presente. Quando alguém segue a Cristo, recebe a recompensa. O presente é obtido por meio da fé, e é para as pessoas do mundo. A recompensa é obtida por meio da fidelidade e das boas obras, e é para os cristãos.
Há um grande engano nas igrejas hoje. O homem pensa que a salvação é a única coisa e que não há nada além de ser salvo. Ele considera o reino dos céus e a vida eterna como se fossem a mesma coisa. Ele pensa que uma vez que alguém é salvo quando crê, não tem de se preocupar com as obras. A Bíblia faz distinção entre a parte de Deus e a parte do homem. Uma parte é a salvação dada por Deus, e a outra parte é a glória do reino milenar (o reino dos céus é a era vindoura do reino milenar). Ser salvo não tem absolutamente nada a ver com as obras da pessoa. Assim que uma pessoa crê no Senhor Jesus, ela é salva. Mas, após sua salvação, Deus imediatamente coloca a segunda coisa diante dela, dizendo-lhe que além da salvação existe para ela uma recompensa, uma glória vindoura, uma coroa e um trono. Deus coloca Seu trono, coroa, glória e recompensa diante dos cristãos. Se uma pessoa for fiel, obtê-los-á; se for infiel, perdê-los-á.
Portanto, não dizemos que as boas obras sejam inúteis. Entretanto, dizemos, sim, que as boas obras são inúteis no que se refere à salvação. O homem não pode ser salvo pelas suas boas obras, tampouco pode ser impedido de receber a salvação pelas suas más obras. As boas obras são úteis quanto às questões da recompensa, da coroa, da glória e do trono (na era vindoura do reino milenar). As boas obras são inúteis quanto à questão da salvação. Deus não pode permitir que o homem seja salvo pelas suas obras; Ele também não permitirá que o homem seja recompensado pela sua fé. Deus não pode permitir que o homem pereça devido às suas obras más. Deus só pode decidir sobre a salvação ou perdição do homem por meio de ele crer, ou não, no Seu Filho Jesus Cristo. Da mesma forma, Deus não pode decidir que o homem receba a Sua glória por meio de ele crer ou não no Seu Filho. Se você tem ou não tem o Filho de Deus em si, determina a questão da vida eterna ou perdição. Se você tem ou não tem boas obras diante de Deus, determina a questão de receber a recompensa e a glória. Em outras palavras, Deus nunca salvará uma pessoa por ela ter méritos, e Ele nunca recompensará alguém que não tenha mérito. Se alguém tem méritos, Deus não o salvará por essa razão. Por outro lado, Deus nunca recompensará alguém que não tenha mérito. O homem deve vir diante de Deus totalmente carente e sem méritos, para que Ele o salve. Contudo, após Deus nos salvar por meio de Cristo, temos de ser fiéis, e temos de esforçar-nos para produzir boas obras por meio de Seu Filho Jesus Cristo, a fim de obtermos a recompensa (na era vindoura do reino milenar).
Por favor, não pense que as boas obras sejam inúteis. Estamos dizendo que as boas obras são inúteis no tocante à salvação. Elas nada têm a ver com a salvação, de forma alguma. A salvação depende de você se arrepender ou não da sua posição anterior. Ela depende de você se lamentar do seu passado, para crer na Sua obra na cruz e na Sua ressurreição como prova da sua justificação. Esse é o ponto crucial de todos os problemas. A questão de obras está relacionada com a recompensa na era vindoura do reino milenar. As obras são úteis, mas somente no tocante à recompensa na era vindoura do reino milenar.
O problema de hoje é que as pessoas não fazem distinção entre a salvação e o reino. Na Bíblia, há uma distinção clara entre a salvação e o reino, e entre o dom gratuito de Deus e a recompensa. Devido às pessoas não diferenciarem esses assuntos, a questão da salvação é mal compreendida, e a questão da recompensa também é mal compreendida. Deus jamais colocou a questão da recompensa diante dos não-salvos. Deus somente quer que os não-salvos obtenham a salvação. Entretanto, após a salvação, Deus coloca a recompensa diante dos salvos, para que eles se esforcem, persigam e corram atrás da recompensa. A salvação não é o último passo da experiência cristã. Pelo contrário, a salvação é o primeiro passo. Após termos sido salvos, temos de correr e perseguir a recompensa diante de nós. O problema é que pensamos que nossa salvação é nossa recompensa. Os pecadores pensam que ser salvo é obter a recompensa, e assim eles confiam em suas obras. Muitos cristãos acham que a glória é simplesmente a graça, e assim tornam-se néscios em seu viver. Por favor, apliquem as obras somente à recompensa na era vindoura do reino milenar, e a graça à salvação por meio do Senhor Jesus Cristo.
Por meio da salvação em Cristo, Deus separa os salvos dos não-salvos; Ele separa os que têm a vida eterna dos que estão condenados ao lago de fogo. De igual modo, Deus também separa Seus filhos em dois grupos por meio de Sua recompensa. Assim como a salvação separa as pessoas do mundo, da mesma forma, a recompensa também faz separação entre os filhos de Deus. Deus separa Seus filhos em obedientes e desobedientes. Para com as pessoas do mundo, a questão é ter fé ou não ter fé. Para com os cristãos, a questão é ser fiel ou não ser fiel. Para com as pessoas do mundo, é uma questão de ser salvo ou não ser salvo. Para com os cristãos, é uma questão de ter ou não ter a recompensa. O problema de hoje com vários filhos de Deus é que eles exaltam demais a salvação; tudo o que vêem é simplesmente a salvação. Eles acham que somente quando cuidarem da sua obra é que poderão ser salvos. Como resultado, eles não têm mais tempo para perseguir a recompensa. Se alguém não passou pelo primeiro portão, não pode passar pelo segundo. Que Deus seja misericordioso conosco, para que compreendamos que a questão da salvação já está resolvida. Ela não pode mais ser abalada, pois já foi cumprida pelo Senhor Jesus. Ela está totalmente concretizada. Hoje, devemos empenhar-nos é com a recompensa diante de nós. Haverá uma grande diferenciação na era vindoura do reino milenar: alguns terão glória, e outros não terão glória.
Agora precisamos ver sobre que base a recompensa é dada. A Palavra de Deus diz que a recompensa é dada por causa da obra. Assim como a Bíblia diz claramente que a salvação é pela fé, da mesma forma a Bíblia diz claramente que a recompensa é pela obra. A Bíblia revela-nos que a salvação é pela fé dos pecadores, e a recompensa é pela obra dos cristãos. A fé está relacionada com a salvação; isso está mais do que claro. A obra está relacionada com a recompensa na era vindoura do reino milenar; isso também está mais do que claro. Ninguém deve confundir as duas coisas.
Romanos capítulo 4 versículo 4 diz: “Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e, sim como dívida”. Dar uma recompensa a alguém que trabalha não é graça, mas é dívida. Em outras palavras, como alguém pode obter uma recompensa? A recompensa vem pelas obras, e não pela graça.
Apocalipse capítulo 2 versículo 23 diz: “Matarei os seus filhos, e todas as igrejas conhecerão que Eu Sou Aquele que sonda mente e corações, e vos darei a cada um, segundo as vossas obras”. Esse versículo diz que o Senhor fará todas as igrejas conhecerem que Ele é Aquele que sonda as mentes e os corações, e dará a cada um segundo as suas obras. Em outras palavras, Ele recompensará cada um segundo as suas obras. Como Ele recompensa ou retribui? É de acordo com nossa obra. É claro que essa obra não é nossa própria obra. Nós apenas lavamos nossas vestes no sangue para ficarem brancas. Quando o Espírito Santo vive Cristo em nós, temos as obras de um cristão. Alguns viverão Cristo, e outros não viverão Cristo. Todo o capital provém de Cristo. Todo poder também origina-se de Cristo. Mas alguns deixarão o Senhor trabalhar no seu interior, e outros não. Portanto, esse versículo nos mostra claramente a questão da recompensa. A questão da recompensa depende de um cristão ser digno ou não. Hoje, Deus não salva uma pessoa por ela ser digna, e, na era vindoura do reino milenar, Deus não recompensará um cristão que seja indigno.
A Primeira Epístola aos Coríntios capítulo 3 versículo 14 diz: “Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão”. Aqui diz que se a sua obra permanecer, essa pessoa será recompensada. Não diz que se a sua fé permanecer, essa pessoa será recompensada. A questão da recompensa depende da obra da pessoa. A Bíblia distingue claramente salvação de galardão. Ela nunca confunde salvação e galardão, e nunca confunde fé com obras. Sem a fé, o homem não pode ser salvo. Sem as boas obras, o homem não pode ser recompensado. As obras de alguém devem resistir diante do trono do julgamento e sobreviver ao exame minucioso dos olhos flamejantes, antes que haja a possibilidade de receber galardão.
Lucas capítulo 6 versículo 35 diz: “Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, nada esperando em troca; e será grande o vosso galardão”. A recompensa é inteiramente devida à obra de alguém. Emprestar dinheiro a alguém sem esperar ser pago é sua obra, e amar seu inimigo é sua obra. Você tem de fazer isso para obter a recompensa. Nenhuma passagem da Bíblia menciona que alguém tenha de amar seus inimigos e fazer o bem para que possa receber a vida eterna. Tampouco existe qualquer versículo que diga que alguém tenha de emprestar aos outros para que possa ser salvo, ou que tenha de emprestar aos outros para que possa evitar a perdição. Mas existe o versículo que diz que se você emprestar aos outros e fizer o bem aos outros, a sua recompensa na era vindoura do reino será grande. A recompensa é proveniente da obra, e não da fé. A fé pode salvá-lo, mas a fé não pode ajudá-lo a obter a recompensa.
A Segunda Epístola a Timóteo capítulo 4 versículo 14 diz: “Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras”. Aqui é citado um exemplo. Um cristão estava tentando prejudicar Paulo; ele tinha pecado contra Paulo. A pessoa mencionada aqui era um cristão. Ele não era uma pessoa do mundo. No futuro (na era vindoura do reino milenar), os cristãos serão recompensados diante de Deus segundo as suas obras.
A RECOMPENSA É O REINO DOS CÉUS
Prossigamos. Muitas pessoas sabem que existe diferença entre salvação e recompensa. Contudo, há várias pessoas que não vêem o que é recompensa. Na Bíblia, as palavras faladas quer pelo Senhor Jesus, quer pelos apóstolos, acerca da recompensa e do reino, não foram faladas levianamente, da mesma forma que também não se falou assim acerca do dom gratuito de Deus e vida eterna. Quando o Senhor Jesus diz no Evangelho de João que Ele dá a vida eterna para as Suas ovelhas, Ele está falando a realidade e não algumas palavras vazias: "Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da Minha mão." (Jo 10:28). Romanos capítulo 6 versículo 23 diz que o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor. Está muito evidente que o dom gratuito de Deus é a vida eterna. Então, o que é a recompensa? A Bíblia mostra-nos claramente que a recompensa é a coroa, o trono e o reino dos céus. O reino dos céus é a recompensa. Na Bíblia, existem três aspectos para o reino dos céus. No primeiro aspecto, o reino dos céus é a manifestação exterior da autoridade de Deus hoje; é a manifestação exterior da soberania de Deus. A Bíblia chama isso de reino dos céus. O segundo aspecto é a autoridade dos céus controlando e limitando o homem. Isso também é chamado de reino dos céus. Entretanto, há um terceiro aspecto do reino dos céus, que se refere à recompensa.
O sermão do Senhor Jesus no monte, em Mateus capítulos 5 a 7, fala do reino dos céus. Estes ensinamentos do Senhor dizem-nos como o homem pode entrar no reino dos céus. Mateus capítulos 5 a 7 fala repetidamente sobre a questão da recompensa. Percebemos muito claramente que as palavras “o reino dos céus” e a palavra “recompensa” são encontradas juntas várias vezes. Muitos estão familiarizados com as bem-aventuranças. Os chineses chamam-nas de oito bênçãos. Na verdade, existem nove bênçãos nas bem-aventuranças: Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que choram, porque serão consolados; bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra; bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos; bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia; bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus; bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus; e também, bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. O reino dos céus é mencionado duas vezes nessas poucas bem-aventuranças. No final o Senhor diz: “Bem-aventurados sois quando, por Minha causa, vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus.” (Mt 5:11-12). Aqui, devemos admitir que a recompensa é o reino dos céus. O Senhor começa dizendo que tais e tais pessoas são bem-aventuradas, porque o reino dos céus é delas. No final Ele diz que essas pessoas são bem-aventuradas, porque a recompensa delas é grande nos céus. Essas sentenças semelhantes mostram-nos que o reino dos céus é a recompensa de Deus. Não há diferença entre os dois.
No sermão do monte, o Senhor mencionou a questão da recompensa muitas vezes, pois tal sermão diz respeito ao reino. Mateus capítulo 5 versículo 46 diz: “Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes?” Mateus capítulo 6 versículos 1 e 2 diz: “Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte não tereis galardão junto de vosso Pai que está nos céus. Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo: Eles já receberam por completo a sua recompensa”. O versículo 5 diz: “E, quando orardes, não sereis como os hipócritas. Eles já receberam a recompensa”. O versículo 16 diz: “Quando jejuardes, não vos mostreis sombrios como os hipócritas. (...) Eles já receberam por completo a sua recompensa”. O versículo 4 diz: “Para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai que vê em secreto, te recompensará”. O versículo 6 diz: “Tu, porém, quando orares, entra no teu aposento íntimo, e, fechada a porta, ora a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai que vê em secreto, te recompensará”. A parte final do versículo 18 diz: “E teu Pai, que vê em secreto, te recompensará”. Todo leitor da Bíblia concorda que o assunto principal do sermão no monte em Mateus 5 a 7 é o reino dos céus. Mas aqui, a questão da recompensa é também mencionada repetidas vezes, porque o reino dos céus é a recompensa.
Mateus capítulo 16 versículos 27 e 28 diz: “Porque o Filho do Homem há de vir na glória de Seu Pai, com os Seus anjos, e então retribuirá a cada um conforme as suas obras”. Deus recompensará ou punirá uma pessoa salva de acordo com as suas obras. “Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui se encontram, que de maneira nenhuma provarão a morte até que vejam vir o Filho do Homem no Seu reino”. Há três fatos aqui. Primeiro, o homem será recompensado de acordo com suas obras. A questão da recompensa é inteiramente baseada nas obras. Segundo, em que momento a recompensa será distribuída? Ela será conhecida quando Cristo vier na glória de Seu Pai com Seus anjos. Quando Cristo vier na glória de Seu Pai com Seus anjos, aquele será o tempo em que Ele estabelecerá Seu reino sobre a terra. Portanto, somente quando o reino se iniciar é que a recompensa se iniciará. Terceiro, aqui está um tipo que fala sobre um fato. A transfiguração do Senhor no monte tipifica Sua manifestação em glória no reino vindouro. Naquela ocasião alguns cristãos serão recompensados.
Os versículos em Mateus capítulo 6 que acabamos de ler sobre dar, orar e jejuar, todos envolvem recompensa. Alguns pensam que a recompensa de orar é a resposta de Deus à nossa oração. Entretanto, esse não é o significado completo. O Senhor Jesus disse que devemos orar ao Pai que está em secreto, e nosso Pai que vê em secreto nos recompensará. É possível interpretar isso como o Pai respondendo à nossa oração. Contudo, tanto na primeira parte quando o Senhor menciona o dar esmolas, quanto na segunda parte quando menciona o jejum, Ele diz: “E teu Pai que vê em secreto te recompensará”. Essa recompensa deve referir-se a algo no futuro. Além disso, o Senhor disse que devemos orar ao Pai que vê em secreto. Não diz que o Pai ouve em secreto, mas Ele vê em secreto. Quando Deus der a recompensa no futuro, Ele dará de acordo com o que Ele vê. Deus vê com Seus olhos. Portanto, a recompensa é no futuro (no reino milenar que há de vir).
Apocalipse capítulo 11 versículo 15 diz: “O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do Seu Cristo, e Ele reinará pelos séculos dos séculos”. O versículo 18 diz: “Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a Tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos Teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o Teu nome, assim aos pequenos como aos grandes”. Esse versículo mostra-nos claramente que quando o Senhor tornar-se o Rei, e o reino do mundo tornar-se o reino de nosso Senhor e do Seu Cristo, será tempo de dar a recompensa aos santos, aos pequenos e aos grandes. Em outras palavras, o tempo do reino é o tempo da recompensa. Quando o reino vier, a recompensa virá também.
Há um ponto adicional. A recompensa é a obtenção da coroa e a obtenção do trono. Certa vez um missionário ocidental disse-me: “Se não posso ter a coroa, pelo menos posso ter o reino”. Você pode perguntar ao rei Eduardo da Inglaterra: se ele perder sua coroa, ainda terá o reino? Que é uma coroa? Não é simplesmente um chapéu esculpido em ouro e enfeitado com diamantes. Esse tipo de coroa pode ser obtido com certa quantia de dinheiro. O que é uma coroa? Uma coroa representa uma posição no reino. Ela também representa glória no reino. Se uma coroa for apenas um objeto, ela não significa muito. Se alguém tiver dinheiro, pode fazer uma de ouro. Se não tiver dinheiro, pode fazer uma de bronze ou de ferro. Mesmo se alguém for muito pobre, ele poderá confeccionar uma coroa de pano. No futuro, a questão não será de uma coroa ser maior do que a outra em tamanho, ou de uma ter mais diamantes do que a outra. Uma coroa representa algo. Quando alguém perde a coroa, perde o que a coroa representa. Temos de ver que a coroa é o símbolo do reino.
O que é o trono? A Bíblia mostra-nos que os doze apóstolos sentarão em doze tronos. A coroa é uma recompensa para os vencedores, e o trono também é uma recompensa para os vencedores. Portanto, o trono também é um símbolo do reino. Ele representa posição no reino, autoridade no reino e glória no reino. Não existe algo como perder a coroa, mas ainda ter o reino. Semelhantemente, ninguém pode perder o trono e ainda ter o reino. Se alguém perder o trono, também perderá o reino. Assim também, se alguém perder a coroa, perderá o reino. O trono e a coroa não são importantes em si mesmos; eles existem apenas para representar o reino. Em outras palavras, a recompensa é o reino. A Bíblia mostra-nos claramente que a recompensa é simplesmente o reino.
O JULGAMENTO NO TRIBUNAL DE CRISTO
Como Deus nos dará a recompensa? A época de sermos recompensados é quando Cristo vier novamente para executar o julgamento. Pedro nos diz que o julgamento começa pela casa de Deus. No futuro, antes de julgar as pessoas no mundo, Deus julgará primeiramente os cristãos. Em relação a que Deus nos julgará? Ele não nos julgará para salvação ou perdição eternas; esse julgamento foi realizado na cruz. Todos os nossos pecados foram julgados na cruz, e o problema da perdição eterna foi resolvido. Contudo, nós, cristãos, seremos julgados no futuro. Tal julgamento determinará se teremos ou não participação no reino milenar vindouro. Para alguns, não só não haverá participação no reino milenar, como haverá punição. Naquela ocasião, Cristo estabelecerá o trono de julgamento e julgará os Seus cristãos naquele trono de julgamento.
Vamos ler dois versículos que esclarecem ainda mais esta questão. A Segunda Epístola aos Coríntios capítulo 5 versículo 10 diz: “Porque é necessário que todos nós sejamos manifestados diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que fez por meio do corpo, segundo o que praticou, o bem ou o mal”. Cada um de nós que cremos no Senhor seremos manifestados diante do trono do julgamento. A palavra “trono do julgamento” é bema no original grego. Significa uma plataforma erguida. Bema é o lugar onde são decididas as questões em família. Esse versículo diz que devemos todos ser manifestados diante do trono do julgamento para cada um ser recompensado de acordo com o que praticou. Salvação eterna ou morte eterna é uma questão do crer. Mas o julgamento de um cristão é segundo o que ele praticou, se o bem ou o mal. Isso é o julgamento diante do trono do julgamento (que é o tribunal de Cristo).
Com relação ao reino vindouro, existem umas poucas coisas que precisamos saber. Se alguém pode ou não entrar no reino milenar é uma coisa. Mesmo se alguém puder entrar no reino milenar, haverá uma diferença de posição no reino. Se alguém não puder entrar no reino milenar, irá para as trevas exteriores, ou seja, será castigado. Portanto, após termos crido no Senhor, embora nossa boa obra não possa salvar-nos, ela determinará nossa posição no reino milenar. Graças a Deus que a questão da nossa vida eterna ou morte eterna foi decidida, mas ainda seremos julgados diante do trono do tribunal de Cristo. Esse julgamento não é para determinar nossa vida ou morte eternas. É para determinar nossa posição no reino vindouro (o período do milênio, mil anos).
Existem muitos outros versículos na Bíblia que nos mostram que os cristãos serão julgados pelo Senhor Jesus diante do trono do tribunal de Cristo. Entre esses versículos, 1ª Coríntios capítulo 3 mostra-nos muito claramente como seremos julgados pelo Senhor diante do trono do julgamento. A Epístola de 1ª Coríntios capítulo 3 versículo 8 diz: “Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá a sua recompensa, segundo o seu próprio trabalho”. O assunto aqui é como cada um será recompensado segundo o seu próprio trabalho. O versículo 10 diz: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica”. O fundamento é Jesus Cristo. O próprio trabalho de cada um é a maneira de cada um edificar. A maneira de edificarmos é determinada pelo material que utilizamos. Os versículos 12 a 15 dizem: “Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará. Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão (recompensa); se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo”. Essa passagem mostra-nos que cada um que está edificando sobre esse fundamento é salvo. A obra que alguns edificam sobre o fundamento permanecerá, e eles serão recompensados. A obra de alguns não permanecerá, e será consumida pelo fogo. Eles sofrerão perda, muito embora ainda estarão salvos. Lembremo-nos de que ainda há um julgamento diante de nós. Esse julgamento não determinará se pereceremos ou não, mas determinará se receberemos ou não uma recompensa.
Jesus é o Senhor!