19 - SOMOS INSTRUMENTOS QUE DEUS USA - Watchman Nee
NÓS SOMOS INSTRUMENTOS NA MÃO DE DEUS
Ao diagnosticar um caso, um médico pode apelar a muitos instrumentos de medicina. Conosco, não é assim. Não temos termómetros nem raio-x, nem qualquer outro dispositivo para nos ajudar a discernir a condição espiritual do homem. Como, pois, discernimos se um irmão está espiritualmente doente, ou determinamos a natureza do seu distúrbio? É maravilhoso que Deus nos projetou para sermos "termómetros" para a medição. Mediante a Sua operação em nossa vida, Deus deseja equipar-nos para discernir o que "aflige" uma pessoa. Como os "médicos" espirituais do Senhor, devemos ter um preparo interior eficiente. Devemos ter profunda consciência do peso da nossa responsabilidade.
Suponhamos que o termómetro nunca fora inventado. O médico teria de determinar se seu paciente estava com febre pelo mero toque da sua mão. A mão lhe serviria de termômetro. Quão sensível e acurada sua mão teria de ser! No trabalho espiritual, é exatamente esta a situação. Nós somos os termómetros, os instrumentos na mão de Deus. Devemos passar por treinamento eficiente e disciplina rigorosa, pois tudo quanto for deixado intocado em nós, será deixado intocado em outras pessoas. Além disto, não podemos ajudar outros a aprender lições que nós mesmos não aprendemos diante de Deus. Quanto mais eficiente for o nosso treinamento, tanto maior será nossa utilidade na obra de Deus. Semelhantemente, quanto mais nos poupamos — nosso orgulho, nossa estreiteza, nossa felicidade — tanto menor é a nossa utilidade. Se encobrirmos estas coisas em nós mesmos, não poderemos descobri-las nos outros. Uma pessoa orgulhosa não pode lidar com outra na mesma condição; um hipócrita não pode tocar na hipocrisia de outra pessoa, nem aquele que é desregrado na sua vida pode ter um efeito útil sobre quem tem a mesma dificuldade. Como sabemos bem que, se tal coisa ainda está em nossa natureza, não poderemos condenar exatamente aquele pecado nos outros! De fato, dificilmente até mesmo o reconhecemos nos outros. Um médico pode curar a outros sem curar a si mesmo, mas isto dificilmente pode ocorrer no âmbito espiritual. O obreiro é, em primeiro lugar, ele mesmo um paciente; ele deve ser curado antes de poder curar os outros. Não pode mostrar aos outros aquilo que ele mesmo não viu. Não pode guiar os outros por onde não pisou. Não pode ensinar aos outros o que não aprendeu.
Devemos ver que nós somos os instrumentos preparados por Deus para conhecermos os homens. Logo, devemos ser fidedignos, qualificados para dar um diagnóstico acurado. A fim de que meus sentimentos sejam fidedignos, preciso orar: "Ó Senhor, não me deixa passar intato, sem ser quebrantado". Devo deixar que Deus opere em mim aquilo que nunca sonhei, de modo que possa tornar-me um vaso preparado que Ele possa usar. Um médico não faria uso de um termómetro defeituoso. Quanto mais sério é para nós mexermos em condições espirituais, do que doenças físicas, enquanto ainda retemos nossos próprios pensamentos, emoções, opiniões e modos. Se ainda quisermos fazer isto, e, de repente, quisermos fazer aquilo, ainda somos instáveis. Como podemos ser usados quando estamos tão indignos de confiança? Devemos passar pelo tratamento de Deus, senão, nossos esforços são em vão.
Assim, outra vez, devemos enfrentar esta pergunta: Temos consciência real da grandeza da nossa responsabilidade? O Espírito de Deus não opera diretamente nas pessoas; Ele faz Sua obra através dos homens. As necessidades das pessoas são supridas, de um lado, pela disciplina do Espírito Santo (ao ordenar seu ambiente), e, do outro lado, pelo Ministério da Palavra. Sem o fornecimento do Ministério da Palavra, o problema espiritual dos santos não poderá ser solucionado. Que grande responsabilidade recaiu sobre Seus obreiros! É seríssimo. O fornecimento que a igreja está recebendo, mostra se a pessoa é usável ou não.
Suponhamos que é a característica de certa doença chegar a uma temperatura de, digamos, 39ºC. Mas a não ser que você saiba a temperatura exata, seu diagnóstico não poderá ser certo. Você não pode determinar, ao tocar o paciente com a mão, que tem uma febre de cerca de 39ºC. Assim também nos assuntos espirituais, seria por demais arriscado procurarmos ajudar os outros enquanto nossos sentimentos e opiniões estivessem completamente errados e nossa compreensão espiritual estivesse inadequada. Somente se formos acurados e fidedignos é que o Espírito de Deus pode ser liberado através de nós.
O ponto de partida de uma obra espiritual é marcado por muitos reajustes feitos diante de Deus. Um termómetro é feito de acordo com um padrão específico, e é cuidadosamente examinado para cumprir especificações rígidas. Se, pois, nós somos o termómetro, quão severa deve ser a disciplina para nos levar até o padrão de exatidão que Deus exige! Na obra de Deus, somos "médicos", bem como "instrumentos do Médico." Quão importante é que passemos no teste dEle.
Ouça esta mensagem neste vídeo abaixo:
Jesus é o Senhor!