A PROFECIA DO REINO: A PREGAÇÃO DO EVANGELHO DO REINO E O FIM DESTA ERA
A PROFECIA DO REINO E A CONSUMAÇÃO DO SÉCULO
Leitura Bíblica: Mateus 24
O conhecimento que a maioria dos cristãos tem sobre Mateus 24 e 25 é vago e indefinido. Ao chegarmos a esses capítulos, precisamos abandonar este tipo de conhecimento vago. Para o entendimento básico desses capítulos, apoiamo-nos sobre os ombros de muitos grandes mestres que existiram antes de nós. Esses grandes mestres incluem Darby, Newton, Pember, Govett e Panton. De acordo com a história da igreja, há cerca de cento e cinqüenta anos, esses capítulos foram abertos ao povo do Senhor Jesus. Após 1829, quando os Irmãos Unidos se levantaram, esses capítulos começaram a ser abertos aos santos sedentos. Se você juntar os vários escritos sobre a segunda vinda de Cristo, a grande tribulação, a profecia referente às setenta semanas de Daniel e o arrebatamento, verá que durante os últimos cento e cinqüenta anos o conhecimento de Mateus 24 e 25 progrediu.
Quando o irmão Watchman Nee era jovem, ele foi grandemente ajudado ao ler os livros de Pember, Govett e Panton. De fato, ele viu algo mais e antes de 1930, dirigiu um estudo do livro de Apocalipse, sobre o qual nosso estudo de Apocalipse foi baseado. Mais tarde, o irmão Nee deu um estudo de Mateus no qual proferiu diversas mensagens sobre os capítulos 24 e 25. Ele também realizou estudos das questões sobre o arrebatamento e a tribulação. Após dirigir esses estudos, o irmão Watchman Nee viu algo mais. Nos últimos vinte anos, eu mesmo tenho prosseguido um pouco no entendimento dessas questões. Portanto, o que lhes mostrarei nessas mensagens dos capítulos 24 e 25 de Mateus não é meramente o resultado de meu próprio estudo, mas o produto do conhecimento que progrediu através dos últimos cento e cinqüenta anos. Não é algo superficial, mas a nata do labor de muitos outros irmãos. Quanto mais ministro sobre a volta do Senhor Jesus, o arrebatamento e a tribulação, mais convencido me torno de que temos o entendimento adequado dessas coisas.
A profecia na Bíblia é como um quebra-cabeças. Precisamos encontrar as várias peças que estão espalhadas por toda a Bíblia e ver como elas se encaixam. Tenho feito isso por mais de cinqüenta anos. O que estou apresentando nessas mensagens é o resultado de todos esses anos de estudo.
I. A RESPEITO DE ISRAEL
A. Desde a Ascensão de Cristo Até o Início da Consumação do Século
Mateus 24:1-31 está relacionado com Israel. Os versículos 1 a 4 vão desde a ascensão de Cristo até o início da consumação do século (fim desta era).
1. O Templo a Ponto de Ser Destruído
A profecia do reino dada no Monte das Oliveiras é uma continuação da declaração do Senhor Jesus sobre Seu abandono a Israel. Essa declaração é feita no fim do capítulo 23. O capítulo 24 continua: “Tendo Jesus saído do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram Dele os Seus discípulos para Lhe mostrar as construções do templo” (Mt 24:1). Note que o capítulo 24 começa com “Tendo Jesus saído”. Isso indica que esse capítulo é uma continuação direta da última parte do capítulo 23. Em Mateus 23:37-39, o Senhor Jesus disse que Ele desejaria reunir Jerusalém, que a casa ficaria deserta e que eles não O veriam até que viessem a dizer: “Bendito o que vem em nome do Senhor!”. Então, imediatamente após isso, o capítulo 24 continua com as palavras: “Tendo Jesus saído do templo”. Isso indica que assim que o Senhor declarou que estava abandonando Israel, Ele saiu do templo e começou a se retirar. A palavra “retirando” é muito forte, mostrando que o Senhor Jesus não estava simplesmente indo, mas se retirando. O fato de o Senhor ter saído do templo indica que Ele abandonou o templo. Isso foi para cumprir Sua palavra em Mateus 23:38 referente a deixar o templo para os judeus que O rejeitavam como sua casa de desolação. É equivalente à glória de Deus deixando o templo na época de Ezequiel (Ez 10:18).
Quando o Senhor Jesus estava se retirando do templo, “se aproximaram Dele os Seus discípulos para Lhe mostrar as construções do templo”. A palavra “templo” aqui denota todos os recintos do templo. Enquanto o Senhor se retirava, deve ter havido uma distância entre Ele e Seus discípulos, que ainda estavam, provavelmente, demorando-se no templo. Por isso, se aproximaram Dele para Lhe mostrar as construções do templo. Isso mostra que os discípulos não concordavam que o Senhor abandonasse o templo. O Senhor abandonou o covil de salteadores, deixando o templo para ser uma casa de desolação. Mas os discípulos ainda apreciavam o templo e estavam tentando trazer o Senhor de volta a ele, enfatizando as construções, talvez apontando-as uma a uma.
O versículo 2 diz: “Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo: De modo nenhum ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada” (Mt 24:2). Isso foi cumprido em 70 d.C. quando Tito com o exército romano destruiu Jerusalém. Notem que o Senhor não disse: “Eu vi estas coisas”; pelo contrário, Ele disse: “Não vedes tudo isto?” Isso mostra claramente que o Senhor não queria voltar os olhos para as construções. Ele parecia estar dizendo: “Não gosto de olhar para essas coisas, mas vocês as vêem. Para vocês, elas são completas, bonitas, esplêndidas e perfeitas. Mas não haverá pedra sobre pedra que não seja derrubada. Agora vocês Me mostram detalhe por detalhe. Mas virá o dia em que tudo isso será demolido”. Precisamos visualizar a situação aqui. Os discípulos mantinham os olhos sobre as construções e as mostravam para o Senhor. Mas o Senhor não se voltou para vê-las. Antes, disse aos discípulos que as construções seriam derrubadas. Sua resposta deve ter chocado os discípulos. Enquanto todos eles caminhavam do templo para o Monte das Oliveiras, nem o Senhor Jesus nem os discípulos tiveram coisa alguma a dizer. Porque a questão era tão séria, os discípulos nada mais Lhe perguntaram até chegarem ao Monte das Oliveiras.
O versículo 3 diz que após o Senhor ter chegado ao Monte das Oliveiras e se assentado ali, os discípulos se aproximaram Dele em particular e Lhe perguntaram sobre essas coisas. A reunião deles com o Senhor no monte revela que para recebermos a visão da profecia do Senhor a respeito desta era, precisamos subir numa alta montanha e entrar em Sua presença.
Os discípulos se aproximaram do Senhor particularmente. Tendo ouvido as terríveis notícias de que as construções do templo seriam demolidas, eles queriam manter essa questão em segredo. Talvez quando lemos esses versículos hoje, não percebamos a seriedade deles. Mas quando os discípulos ouviram essa palavra vinda do Senhor Jesus, ficaram chocados e não ousavam falar sobre isso abertamente. Enquanto o Senhor Jesus não chegou ao Monte das Oliveiras e se assentou, eles não tiveram a coragem suficiente de Lhe perguntar sobre essas coisas.
No versículo 2, a palavra “isto” se refere às edificações do templo. Mas o mesmo termo usado no versículo 3 (coisas) refere-se às questões que incluem as coisas faladas desde o versículo 32 do capítulo anterior: os judeus enchendo a medida de seus pais, a vinda do julgamento de Deus sobre eles, sua perseguição aos enviados do Senhor Jesus e a destruição do templo. No versículo 3, os discípulos perguntaram ao Senhor Jesus quando sucederiam essas coisas.
No versículo 3, os discípulos disseram: “Senhor, dize-nos: Quando serão essas coisas? e qual o sinal da Tua vinda e da consumação do século” (Mt 24:3). A pergunta dos discípulos consiste em três pontos: quando acontecerão essas coisas, incluindo não apenas a destruição do templo (v. 2), mas também as coisas mencionadas em Mateus 23:32-39; o sinal da vinda de Cristo; e o sinal da consumação do século. A palavra do Senhor desde Mateus 24:4 até 25:46 responde a pergunta dos discípulos a respeito desses três pontos.
A palavra grega traduzida para “vinda” neste versículo é parousia, que significa presença. A vinda de Cristo será Sua presença com Seus crentes. Essa parousia começará com Sua vinda para os ares e terminará com Sua vinda para a terra. Em Sua parousia, haverá o arrebatamento da maioria dos crentes para os ares (1Ts 4:15-17), o tribunal de Cristo (2Co 5:10) e as bodas do Cordeiro (Ap 19:7-9). A pergunta formulada aqui refere-se ao sinal da parousia do Senhor e ao sinal do fim desta era. Assim, Sua resposta no capítulo 24 trata principalmente do sinal de Sua parousia e do sinal do fim desta era.
Os discípulos não perguntaram: “Que é Tua vinda?” Eles perguntaram: “Qual o sinal da Tua vinda?” Assim, os capítulos 24 e 25 tratam da resposta do Senhor Jesus a respeito de quando essas coisas aconteceriam, o sinal de Sua vinda e o sinal da consumação do século [fim desta era]. A consumação do século denota o próprio fim desta era. Ao lermos os capítulos 24 e 25, precisamos ter a clareza de que a resposta do Senhor Jesus é dirigida às três questões dos discípulos.
2. Virão Muitos Enganadores
Os versículos 4 e 5 dizem: “E Jesus lhes respondeu: Vede que ninguém vos engane. Porque virão muitos em Meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” (Mt 24:4-5). A resposta do Senhor Jesus tem três partes: a primeira (Mt 24:4-31) refere-se aos judeus que são os eleitos; a segunda (Mt 24:32-25:30) refere-se à igreja; e a terceira (Mt 25:31-46) refere-se aos gentios, às nações. A primeira parte, referente aos judeus, deve ser literalmente interpretada; enquanto a segunda parte, relativa à igreja, deve ser espiritualmente interpretada, porque é falada em parábolas pela razão dada em Mateus 13:11-13. Por exemplo, o inverno em Mateus 24:20 é um inverno literal, mas o verão em Mateus 24:32 é um símbolo, significando o tempo da restauração. No entanto, a terceira parte, com respeito aos gentios, deve novamente ser interpretada de maneira literal.
Alguns aspectos da profecia nos versículos 4 a 14 foram cumpridos, e alguns estarão no processo de serem cumpridos até a época da grande tribulação, que será a consumação, o fim, desta era.
Nos versículos 4 e 5, o Senhor Jesus disse que muitos enganadores viriam em nome de Cristo e enganariam a muitos. A história nos diz que isso tem acontecido. Desde a época em que Cristo ascendeu aos céus, muitos têm vindo dizendo ser Cristo.
3. Guerras, Rumores de Guerras, Fomes e Terremotos
O versículo 6 diz: “E ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos alarmeis, pois é necessário que isso aconteça; mas ainda não é o fim” (Mt 24:6). As guerras aqui se referem a todas as guerras desde o primeiro século até hoje. Elas são tipificadas pelo cavalo vermelho do segundo selo em Apocalipse 6:3-4. Muitas guerras foram travadas na região do Mediterrâneo, o lugar onde a Terra Santa está.
O “fim” no versículo 6 é a consumação desta era (Mt 24:3; Dn 12:4, 9, 6-7), que serão os três anos e meio da grande tribulação. Lembrem-se: nesses versículos o Senhor Jesus está falando sobre os sinais do final desta era.
O versículo 7 diz: “Porque se levantará nação contra nação, e reino contra reino; e haverá fomes e terremotos em vários lugares” (Mt 24:7). “Nação” se refere aos povos, os gentios, e “reino” se refere aos impérios. O levantar de uma nação contra outra, ou de um povo contra outro, refere-se à guerra civil, enquanto o levantar de reino contra reino refere-se à guerra internacional. Desde a época da ascensão do Senhor Jesus tem havido tanto guerras civis quanto guerras internacionais. Mais que isso, tem havido muita fome, que é a maior conseqüência da guerra. Conforme a história, a guerra sempre trouxe fome, prefigurada pelo cavalo preto do terceiro selo em Apocalipse 6:5-6. Por exemplo, a Alemanha foi derrotada na Primeira Guerra Mundial por causa da falta de pão. Assim, a seqüência é guerra, fome e morte.
O Senhor Jesus também disse que deveria haver terremotos em vários lugares. Desde a ascensão de Cristo, os terremotos têm aumentado através dos séculos e serão intensificados no fim desta era (Ap 6:12; 8:5; 11:13, 19; 16:18). Parece que cada ano há mais terremotos que no ano anterior.
No versículo 8, o Senhor Jesus disse: “Todas essas coisas são o princípio das dores de parto” (Mt 24:8). Esse versículo se refere à nação de Israel como uma mulher. Os judeus, como os eleitos de Deus, sofrerão dores como uma mulher em trabalho de parto para dar à luz um remanescente que participará do reino messiânico, a parte terrestre do milênio. Então a nação de Israel se regozijará.
Como vimos, a resposta do Senhor nos capítulos 24 e 25 tem três partes, as partes concernentes aos judeus, à igreja e aos gentios. Na terra, hoje, há essas três categorias de pessoas. Assim, para dar aos discípulos uma plena resposta para sua pergunta, o Senhor abrange estes três povos numa boa seqüência, começando com os judeus e, então, continuando com a igreja e os gentios. Quando o Senhor falou essa profecia, Sua audiência, composta dos discípulos, tinha uma categoria dupla. Por um lado, eles eram judeus; por outro, eram os discípulos de Cristo, os representantes da igreja. Assim, o Senhor Jesus lhes falou tanto dos judeus como da igreja. No entanto, devemos ser cuidadosos em não aplicar aos cristãos na igreja os versículos da parte que trata dos judeus.
Enfatizamos que a palavra do Senhor Jesus na parte relativa aos judeus é uma palavra clara e não exige interpretação. Por exemplo, quando o Senhor Jesus fala sobre o inverno, Ele se refere ao inverno literalmente; e quando menciona o sábado, Ele está falando sobre o verdadeiro sábado. Mas a segunda parte, relativa à igreja, exige grande dose de interpretação porque nessa parte, o Senhor Jesus fala em parábolas. Em Mateus 13, vemos que a igreja é um mistério. Então, para preservar o mistério da Igreja, o Senhor não podia falar com palavras claras, mas em parábolas, as quais requerem interpretação. Por exemplo, o verão falado nessa parte, não é um verão real; antes, é um símbolo do reino restaurado dos judeus. Da mesma forma, a figueira é um símbolo da nação de Israel, e as virgens, um símbolo dos crentes. A terceira parte, a que se refere aos gentios, é falada em palavras claras e não exige interpretação.
A parte que se refere aos judeus é cheia de sofrimento porque a nação de Israel é comparada a uma mulher dando à luz uma criança. O processo de dar à luz tem prosseguido por quase dois mil anos. Que parto prolongado! De acordo com a Bíblia, esse parto demorado é uma forma de punir a mulher! Assim, a nação de Israel, a mulher dando à luz um filho, ainda está sofrendo. Todas as coisas mencionadas em Mateus 24:4-7 são o início das dores de parto, não os verdadeiros sofrimentos. A época do sofrimento será na grande tribulação referida no versículo 21. Assim, os sofrimentos nos versículos 4 a 7 não são a grande tribulação, mas o princípio das dores de parto. Através dos séculos, o Senhor tem tratado os judeus de maneira soberana. Não obstante, os judeus têm passado por sofrimento após sofrimento. Mesmo hoje, a nação de Israel está sofrendo. Muitos países árabes se opõem a ela.
Embora a nação de Israel esteja no processo de dar à luz por tão longo período, a criança ainda não nasceu. Essa criança serão os remanescentes de Israel que serão salvos e restaurados. A nação de Israel hoje não atingiu a intenção de Deus. Alguns de nós visitaram Israel este ano; o pecado, a imoralidade e a superstição que vimos lá eram repugnantes. A Bíblia profetizou que os judeus voltariam à Terra Santa em incredulidade. Contudo, o Senhor cuidará deles.
4. Os Discípulos São Perseguidos e Odiados pelas Nações
No versículo 9 o Senhor Jesus diz: “Então sereis entregues à tortura, e vos matarão; e sereis odiados de todas as nações por causa do Meu nome” (Mt 24:9). O “sereis” aqui refere-se aos discípulos judeus, que eram os profetas e homens sábios enviados aos judeus (Mt 23:34). Os primeiros mártires foram todos judeus. Eles foram mortos não pela nação judaica, mas pelas nações. Aonde quer que fossem, eram perseguidos.
5. Muitos se Escandalizam, Traem Uns aos Outros e se Odeiam Mutuamente
O versículo 10 diz: “Nesse tempo, muitos tropeçarão, e entregarão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão” (Mt 24:10).
6. Muitos Falsos Profetas Levantam-se e Enganam a Muitos
O versículo 11 diz: “E levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos” (Mt 24:11). Isso começou a acontecer após a ascensão de Cristo e continuará até o fim desta era.
7. A Iniqüidade é Multiplicada e o Amor Esfria-se de Quase Todos
O versículo 12 diz: “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará” (Mt 24:12). Não apliquem esse versículo diretamente aos membros da igreja. Embora você possa tomá-lo emprestado e usá-lo para a igreja, a aplicação direta deve ser para os crentes judeus que se esfriaram no amor.
8. O que Perseverar Até o Fim Será Salvo
Embora o amor de muitos venha a esfriar, “aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 24:13). Porque os crentes judeus virão a sofrer perseguição, eles são chamados a perseverar até o fim para serem salvos. Eles precisam exercitar sua perseverança no Senhor Jesus e não desistir da fé. Ser salvo aqui indica ser Salvo para a manifestação do reino dos céus. Suponha que, por causa da perseguição e ódio, alguns crentes judeus sejam derrotados. Esses que forem derrotados não participarão da manifestação do reino dos céus. Portanto, nesse versículo, ser salvo não é receber vida eterna; é ser salvo da perseguição e ser salvo para a manifestação do reino dos céus.
9. O Evangelho do Reino é Pregado por Todo o Mundo a Todas as Nações
O versículo 14 diz: “E será pregado este evangelho do reino em toda a terra habitada, para testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mt 24:14). O evangelho do reino, incluindo o evangelho da graça (At 20:24), não somente introduz as pessoas na salvação de Deus, mas também no reino dos céus (Ap 1:9). A ênfase do evangelho da graça está no perdão dos pecados, na redenção de Deus e na vida eterna; enquanto a ênfase do evangelho do reino está no governo celestial de Deus e na autoridade do Senhor Jesus Cristo. Esse evangelho do reino será pregado em toda a terra para testemunho a todas as nações antes do fim desta era. O evangelho do reino é um testemunho para todas as nações, os gentios. Esse testemunho deve se espalhar por todo o mundo antes do fim desta era, a época da grande tribulação.
Do versículo 4 ao 14, vemos a verdadeira história concernente aos judeus desde a ascensão de Cristo até o fim desta era, os três anos e meio da grande tribulação. Antes da grande tribulação chegar, todas as coisas nesses versículos acontecerão. O último item será a pregação do evangelho do reino. Creio que as igrejas na restauração do Senhor terão o encargo de levar esse evangelho a toda a terra habitada. O evangelho da graça tem sido pregado em todos os continentes, mas não o evangelho do reino. O evangelho da graça é o mais baixo, mas o evangelho do reino é o mais elevado. Esse evangelho superior será levado a todos os continentes por meio das igrejas na restauração do Senhor. Isso, o mais forte sinal da consumação do século, acontecerá antes da grande tribulação. Assim, o mais importante sinal da consumação do século é a pregação do evangelho do reino a toda a terra habitada.
Vimos que a resposta do Senhor Jesus aos Seus discípulos foi composta de três partes:
1) A relativa aos judeus (Mt 24:4-31),
2) A relativa à igreja (Mt 24:32-25:30), e
3) A relativa aos gentios (Mt 25:31-46).
A parte referente a Israel é dividida em duas: desde a ascensão de Cristo até o início da consumação do século (Mt 24:1-14) e durante a consumação do século (Mt 24:15-31). Para entendermos Mateus 24:1-31, devemos guardar em mente essas subseções. Devemos também ter cuidado de não fazer mau uso dos versículos, isto é, não aplicá-los à época errada ou às pessoas erradas.
Muitos cristãos não entendem o significado do termo “a consumação do século”. A consumação do século denota os três anos e meio da grande tribulação que concluirão esta era. Portanto, a consumação do século não é o desfecho desta era, mas o último período dela. Para entender as profecias do Antigo Testamento, devemos ter um claro entendimento dessa questão. Muitos mestres cristãos estão confusos a respeito das profecias porque não têm clareza sobre o final desta era.
Este termo “a consumação do século” é encontrado também no último versículo de Mateus 28:20. Já que esperamos ser arrebatados, desejamos que o Senhor Jesus esteja conosco até o final desta era, e não até o desfecho desta era. No desfecho desta era, o Senhor Jesus descerá para a terra e colocará Seus pés no Monte das Oliveiras. Antes que isso aconteça, haverá um período que a Bíblia chama de consumação do século, um período que abrangerá os últimos três anos e meio desta era. Em Mateus 24:6, o Senhor Jesus disse a Seus discípulos que ouviriam sobre guerras e rumores de guerras, mas “ainda não é o fim”. Ele lhes disse para não se assustarem, pois tais coisas eram apenas o princípio das dores. A consumação do século, a grande tribulação, ainda não havia chegado. Em Mateus 24:14, o Senhor Jesus disse que o evangelho do reino deve ser pregado a toda a terra habitada para testemunho a todas as nações e então virá o fim. Em Mateus 24:6, Ele disse que o fim ainda não havia chegado, mas em Mateus 24:14, Ele disse que o fim virá.
Precisamos lembrar-nos que Mateus 24:1-14 refere-se às coisas entre a ascensão de Cristo e a consumação do século. Todos esses versículos devem ser aplicados aos judeus nesse período.
A. Na Consumação do Século
Agora chegamos a Mateus 24:15-31. Esses versículos descrevem as coisas que acontecerão na consumação do século, nos últimos três anos e meio desta era, a grande tribulação que virá antes do Senhor voltar para estabelecer o reino milenar. A consumação do século começa com o versículo 15. Lembre-se: Mateus capítulo 24 fala especialmente sobre o sinal da vinda do Senhor e sobre o sinal da consumação do século. O versículo 14 indica que um sinal evidente da consumação do século é a pregação do evangelho do reino a todo o mundo. Quando isso for cumprido, perceberemos que os últimos três anos e meio estão para começar. Assim, a pregação do evangelho do reino será o maior sinal da consumação do século. Antes dessa pregação, muitas outras coisas terão de acontecer. Mas essas coisas não são os sinais da consumação do século, pois ao falar sobre elas, o Senhor disse que ainda não era o fim. Por isso, a pregação do evangelho do reino a toda a terra será o único sinal da consumação do século. Imediatamente após a pregação do evangelho do reino, os eventos descritos em Mateus 24:15 acontecerão.
1. A Grande Tribulação
a. A Imagem do Anticristo no Templo
O versículo 15 diz: “Quando, pois, virdes a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, em pé no lugar santo [quem lê, entenda]” (Mt 24:15). A duração do período que haverá entre os eventos narrados em Mateus 24:4-14, ninguém sabe. Mas a profecia dos versículos 15 a 31, a respeito do remanescente dos judeus, definitivamente será cumprida nos últimos três anos e meio desta era, o tempo da grande tribulação, a segunda metade da última semana profetizada em Daniel 9:27. Começará com a colocação da imagem do anticristo (o ídolo) no templo (Mt 24:15) e terminará com a vinda visível de Cristo (Mt 24:30).
“Abominação” significa um ídolo (Dt 29:17). Aqui ela se refere à imagem do anticristo colocada no templo de Deus como um ídolo (Ap 13:14-15; 2Ts 2:4) no princípio da grande tribulação (Mt 24:21). O anticristo com seu falso profeta obrigará o povo a adorar esse ídolo. O estabelecimento do ídolo marcará o início da grande tribulação, o final desta era.
Há muitos cristãos que não entendem bem a expressão “a abominação da desolação”. Como vimos, a abominação aqui se refere a um ídolo, a imagem do anticristo colocada no lugar santo. De acordo com Apocalipse 13, essa imagem será capaz de falar. A palavra grega traduzida para “desolação” quer dizer "causar desolação”, “desolar”. A abominação, o ídolo do anticristo, causará desolação. O anticristo é chamado de o destruidor [Apoliom] (Ap 9:11); ele causará muita destruição (Dn 8:13, 23-25; 9:27). Enquanto o anticristo estabelecer sua imagem e forçar as pessoas a adorá-la, ele começará a destruir todas as coisas religiosas. Além disso, esse ídolo provocará a ira do Senhor, que virá para destruir o anticristo e seu exército. Isso é o que é mostrado na expressão “abominação da desolação”. Esse ídolo estará no lugar santo. Aqui o lugar santo se refere ao templo em Jerusalém (Sl 68:35; Ez 7:24; 21:2). Isso mostra que o anticristo colocará sua imagem no templo.
b. Os Judeus Precisarão Fugir
Quando a abominação da desolação for colocada no lugar santo, os judeus precisarão fugir. O versículo 16 diz: “Então os que estiverem na Judéia fujam para os montes” (Mt 24:16). O que estiver sobre o eirado não deve descer e tirar suas coisas de casa, pois a grande tribulação terá chegado. A situação será tão urgente que os judeus não poderão retornar para casa para pegar coisa alguma. Os que estiverem no campo não voltem nem mesmo para apanhar suas capas (Mt 24:18). O versículo 19 diz: "Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias!" Tanto a gravidez como a amamentação são empecilhos para fugir. Será necessário que os judeus corram tão rápido quanto possível.
O versículo 20 continua: “Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado” (Mt 24:20). O inverno é uma época difícil para fugir e no sábado a jornada foi limitada. No sábado, só se permite caminhar uma curta distância (At 1:12), insuficiente para fugir. A menção do sábado aqui indica que os judeus o guardarão após a restauração da nação de Israel. Os discípulos, os ouvintes da palavra do Senhor aqui, tinham uma categoria dupla: uma representando o remanescente dos judeus e a outra representando os crentes do Novo Testamento, que constituem a igreja. Na parte da Palavra do Senhor Jesus que se refere aos judeus (Mt 24:4-31), eles representam o remanescente dos judeus; enquanto a parte concernente à igreja (Mt 24:32-25:30), representam os crentes do Novo Testamento. Nos Evangelhos, nas coisas relativas às circunstâncias, o Senhor tratava Seus discípulos como judeus, mas nas coisas concernentes ao espírito e à vida, Ele os considerava crentes do Novo Testamento.
c. A Grande Tribulação
O versículo 21 diz: “Porque nesse tempo haverá grande tribulação, como não tem havido desde o princípio do mundo até agora, nem haverá jamais” (Mt 24:21). A grande tribulação ocorrerá nos últimos três anos e meio desta era. A grande tribulação terá Jerusalém como centro e a Judéia como circunferência, enquanto o julgamento em Apocalipse 3:10 terá Roma como centro e toda a terra habitada como circunferência. Nenhuma outra tribulação poderá ser comparada a essa grande tribulação que acontecerá sob o comando do anticristo.
Jerusalém já foi destruída mais de uma vez e será destruída novamente. Da primeira vez, Jerusalém foi destruída por Nabucodonosor com o exército da Babilônia. Mais tarde, no segundo século antes de Cristo, após a reconstrução do templo, este foi profanado por Antíoco Epifânio. Muitos estudiosos da Bíblia percebem que ele foi um tipo de Tito, que destruiu Jerusalém em 70 d. C. Certas partes de Daniel referem-se tanto a Antíoco como a Tito, e é algumas vezes difícil discernir que versículos se referem a Antíoco e quais se referem a Tito. Lucas 21 mostra que a destruição de Jerusalém sob o comando de Tito está relacionada à destruição sob o comando do anticristo. Por essa razão, os leitores do Novo Testamento acham difícil determinar que versículos se referem à destruição sob Tito e quais se referem à destruição sob o anticristo. Assim, Antíoco Epifânio foi um tipo de Tito, e Tito, um tipo do anticristo.
Devemos ser cuidadosos em não confundir os versículos em Mateus 24 com os de Lucas 21, pois não se referem exatamente à mesma coisa. Em Mateus, não há referência à destruição sob Tito, que foi uma sombra da destruição relatada aqui. A destruição de Jerusalém sob Tito em 70 d. C. foi uma sombra da destruição que virá sob o anticristo. Não apliquem Mateus 24:15-31 a qualquer outra época senão aos últimos três anos e meio desta era, quando o anticristo se levantará para perseguir os judeus. O versículo 22 diz: “Se não tivessem aqueles dias sido abreviados, nenhuma carne seria salva; mas, por causa dos eleitos [escolhidos], tais dias serão abreviados” (Mt 24:22). Como vimos, a grande tribulação durará apenas três anos e meio. Os eleitos falados nesse versículo são os judeus, o povo escolhido de Deus (Rm 11:28).
Como sabemos que a grande tribulação durará três anos e meio? Daniel 9 fala sobre a última das setenta semanas. A última semana serão os últimos sete anos da história de Israel nesta era. Nos início desses sete anos, os judeus farão um acordo com o anticristo. Mas na metade desses sete anos, o anticristo mudará sua maneira de agir e se voltará contra eles. Em seu acordo com os judeus, ele lhes permitirá adorar a Deus segundo a religião judaica. Mas na metade dos sete anos do acordo, o anticristo começará a perseguir todo tipo de religião, estabelecerá sua imagem no templo e forçará o povo a adorá-lo. Isso será o início da grande tribulação, o final desta era, os últimos três anos e meio desta era. Pela soberania e misericórdia de Deus, esse período será abreviado. A tribulação sob o anticristo será tão severa que ninguém será capaz de suportá-la. Se Deus não a tivesse abreviado, nenhuma carne seria salva. Mas por causa dos eleitos [escolhidos], aqueles dias se limitarão a três anos e meio.
d. Falsos Cristos e Falsos Profetas se Levantam e Fazem Grandes Sinais e Maravilhas para Enganar os Judeus
No versículo 23 o Senhor Jesus diz: “Então se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! ou: Ei-Lo ali! não acrediteis” (Mt 24:23). Os judeus rejeitaram o Senhor Jesus como o Messias deles e estão esperando que um Messias venha. Eles precisam ser avisados que o Messias, o Cristo, não se levantará aqui ou ali na terra, mas descerá numa nuvem do céu. Se alguém disser que Cristo está em Betânia ou que Ele está em Betel, os judeus não devem crer nisso. O versículo 24 o Senhor Jesus continua dizendo: “Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, até mesmo os eleitos [os escolhidos de Deus]” (Mt 24:24). O anticristo será o último dos falsos cristos e operará sinais e prodígios mentirosos com o poder de Satanás para enganar os que perecem (2Ts 2:3, 9-10). Outra besta, o falso profeta, em Apocalipse 13:11 será o último dos falsos profetas (Ap 19:20) e fará grandes sinais para enganar os que habitam sobre a terra (Ap 13:13-14).
Nos versículos 25 e 26 o Senhor Jesus diz: “Eis que vo-lo tenho dito de antemão. Portanto, se vos disserem: Eis que Ele está no deserto! não saiais; ou: Ei-Lo nos aposentos interiores! não acrediteis” (Mt 24:25-26). O deserto é onde uma pessoa se separa do mundo para que possa levar os outros a imaginar que ela seja o Messias, como aconteceu no caso de João Batista (Mt 3:1; Jo 1:19-20). Os aposentos interiores é onde uma pessoa pode se tornar mística e enfeitiçar os outros.
2. A Vinda de Cristo para a Terra
a. A Vinda de Cristo Será Como o Relâmpago que vai do Oriente ao Ocidente
O versículo 27 diz: “Porque assim como o relâmpago sai do oriente e brilha até o ocidente, assim será a vinda do Filho do Homem” (Mt 24:27). Isso mostra que o Cristo que virá para a terra não estará na terra nem no deserto nem nos aposentos interiores, mas nos ares. Como o relâmpago brilha do oriente ao ocidente, assim será a vinda do Filho do Homem.
A vinda (parousia) de Cristo tem dois aspectos: um é o aspecto secreto para os Seus crentes vigilantes; o outro é o aspecto aberto para os judeus e gentios incrédulos. O relâmpago aqui significa o aspecto aberto, após a grande tribulação (Mt 24:29), enquanto a vinda do ladrão no versículo 43 significa o aspecto secreto antes da grande tribulação. O relâmpago está escondido numa nuvem, esperando a oportunidade de brilhar intensamente. Cristo também estará vestido de uma nuvem (Ap 10:1) nos ares por um tempo e, então, repentinamente aparecerá como um brilho na terra.
A palavra grega parousia é especificamente usada no Novo Testamento para descrever a vinda do Senhor Jesus. Parousia significa a presença do Senhor. Essa presença do Senhor começa com Sua vinda nos ares. É difícil determinar quando Ele virá do céu para os ares. Entre esses dois aspectos da vinda do Senhor, Sua vinda para o ar e Sua vinda à terra, há a parousia, a presença do Senhor. Essa é a razão de a vinda do Senhor ter um aspecto secreto e um aberto. Sua vinda para os ares é secreta, mas Sua vinda para a terra é pública. Mil duzentos e sessenta dias após o anticristo estabelecer sua imagem, Cristo virá à terra. Assim, Sua vinda aberta pode ser calculada, mas Sua vinda secreta é desconhecida de todos. Quando vier para os ares, o Senhor Jesus estará envolvido em uma nuvem. Mas quando vier à terra, Ele estará sobre a nuvem e todos O verão.
b. Os Abutres se Ajuntam Onde Está o Cadáver
O versículo 28 diz: “Onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres” (Mt 24:28). Levamos muito tempo para aprender o que é o cadáver e o que são os abutres, e creio que o Senhor Jesus nos deu o entendimento adequado. No contexto, os versículos 15 a 21 demonstram que no fim desta era, o anticristo será o motivo da grande tribulação. É ele quem precisa ser julgado e destruído. Como todas as pessoas em Adão morreram (1Co 15:22), assim aos olhos do Senhor o maligno anticristo com seu exército mundial, que lutará contra o Senhor Jesus no Armagedom (Ap 19:17-21), é o cadáver malcheiroso, bom para o apetite dos abutres. E como nas Escrituras, tanto o Senhor Jesus como aqueles que crêem Nele são comparados à águia (Êx 19:4; Dt 32:11; Is 40:31), e os exércitos destruidores velozes também são comparados a águias que voam (Dt 28:49; Os 8:1), assim os abutres aqui, da mesma espécie de ave de rapina como a águia, devem se referir a Cristo e os vencedores, que virão como exército voador veloz para guerrear contra o anticristo e seus exércitos e destruí-los, executando assim o julgamento de Deus sobre eles no Armagedom. Isso indica não somente que, em Sua aparição na terra Cristo com Seus santos vencedores estarão onde o anticristo estiver com seus exércitos, mas também que Cristo com os vencedores aparecerão rapidamente nos ares como os abutres. Isso corresponde ao brilho do relâmpago no versículo anterior.
De acordo com os versículos anteriores, podemos saber o dia em que o Senhor Jesus virá até a terra, mas não podemos descobrir onde. O versículo 28 nos diz onde: "O lugar onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres" (Mt 24:28). Quando o anticristo estabelecer sua imagem, podemos começar a contar mil duzentos e sessenta dias até que Cristo desça publicamente à terra. Mas isso não significa que podemos saber o dia de sua vinda secreta. No século passado, várias pessoas tentaram fazer isso. Algumas até tomaram banho, puseram roupas limpas e foram ao eirado para esperar por Sua vinda; contudo, nada aconteceu. Repetindo: a vinda do Senhor Jesus para os ares é secreta. Ele virá como um ladrão para roubar secretamente. Ninguém pode dizer o dia ou a hora de Sua vinda. Mas Sua vinda à terra será aberta e o dia é revelado: mil duzentos e sessenta dias após o ídolo ser estabelecido. Como enfatizamos, o versículo 28 indica o lugar onde os exércitos do anticristo estiverem. Esse é o lugar onde Cristo virá à terra com Seus vencedores.
c. Imediatamente Após a Grande Tribulação, o Sol Escurecerá, a Lua Não Dará Sua Claridade, as Estrelas Cairão e os Poderes dos Céus Serão Abalados
No versículo 29 o Senhor Jesus diz: “Logo após a tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do céu e os poderes dos céus serão abalados” (Mt 24:29). Essa é uma prova categórica de que a vinda aberta de Cristo será após a grande tribulação. Essa claridade sobrenatural nos céus seguirá a grande tribulação no encerramento desta era. Isso é diferente da quarta trombeta (Ap 8:12), que ocorrerá muito próximo à grande tribulação.
d. O Sinal do Filho do Homem Aparecerá no Céu
O versículo 30 diz: “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem, e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mt 24:30). Que sinal é esse? Não temos como saber. No entanto, deve ser sobrenatural e claramente visível (talvez como o relâmpago no versículo 27), aparecendo no céu. Todas as tribos aqui se referem às tribos da nação de Israel e a terra, à Terra Santa. Na aparição do Senhor, todas as tribos de Israel se arrependerão e se lamentarão (Zc 12:10-14; Ap 1:7).
Esse versículo diz que o Filho do Homem virá nas nuvens com poder e grande glória. Nessa hora, o Senhor Jesus não mais estará dentro da nuvem, mas sobre a nuvem, aparecendo a todas as pessoas da terra. Esse é o aspecto aberto da Sua segunda vinda. Na primeira vinda de Cristo, Sua autoridade foi manifestada em coisas tais como expulsão de demônios e cura de enfermidades (Mt 7:29; 8:8-9; 9:8; 21:23-24) para vindicá-lo como o Rei celestial; enquanto em Sua segunda vinda, Seu poder será exercido para executar o julgamento de Deus, para destruir o anticristo e seus exércitos e para amarrar Satanás para o estabelecimento do reino dos céus na terra.
3. Reunindo Israel, os Escolhidos de Deus
O versículo 31 diz: “E Ele enviará os Seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os Seus eleitos dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus” (Mt 24:31). Após a grande tribulação, em Sua volta à terra, o Senhor reunirá os judeus dispersos de todas as partes da terra na Terra Santa. Esse será o cumprimento não apenas da palavra do Senhor em Mateus 23:37, mas também da promessa do Senhor no Antigo Testamento.
Mateus 24:4-31 é um esboço dos vinte séculos da história judaica. Como aqueles que estavam no Monte das Oliveiras com o Senhor Jesus, temos uma clara visão disso. Portanto, sentando-nos com o maior Profeta, conhecemos a situação. Nem mesmo os líderes das nações têm tanta clareza como nós. Temos visto os eventos desde a ascensão de Cristo até o final desta era e os eventos durante o final desta era, o período da grande tribulação. No final da grande tribulação, haverá calamidades sobrenaturais, e Cristo aparecerá aberta e publicamente aos habitantes da terra especialmente aos judeus na Terra Santa. Cristo descerá onde o anticristo e seus exércitos estiverem reunidos. Como abutres devorando um cadáver, Cristo e Seus vencedores derrotarão o anticristo e seu exército. Então Cristo reunirá todos os judeus remanescentes no reino messiânico.
I. A RESPEITO DA IGREJA
Mateus 24:32-25:3 referem-se à Igreja. Nesse trecho da Palavra, todas as coisas faladas pelo Senhor Jesus estão relacionadas a duas questões: vigilância e prontidão, e fidelidade e prudência. No capítulo 24, a vigilância e a prontidão são faladas nos versículos 32 até 44, e a fidelidade e a prudência nos versículos 45 a 51. No capítulo 25, a parábola das virgens ilustra a vigilância e a parábola dos talentos, a fidelidade. Tudo isso está relacionado conosco. Precisamos vigiar e estar apercebidos para a volta do Senhor de tal maneira que sejamos arrebatados mais cedo. Também precisamos ser fiéis e prudentes no serviço do Senhor a fim de que possamos receber a recompensa. Assim a vigilância é para o arrebatamento mais cedo e a fidelidade é para a recompensa. Esse é um esboço muito claro, geral de Mateus 24:32-25:30.
A. Vigiar e Ser Prudente
A palavra “mas” no início de Mateus 24:32 indica que do versículo 32 ao versículo 51 é outra parte, a parte relativa à igreja. A palavra “mas” mostra que em Sua profecia o Senhor Jesus volta-se dos judeus para os crentes.
1. A Nação de Israel Restaurada é um Sinal do Fim desta Era e um Sinal para os Crentes
Em Mateus 24:32 o Senhor Jesus disse: “Mas aprendei da parábola figueira: quando já o seu ramo se torna tenro e brota folhas, sabeis que está próximo o verão”. A figueira, tipificando a nação de Israel, foi amaldiçoada em Mateus 21:19. Ela passou por um longo inverno desde o primeiro século até 1948, quando a nação de Israel foi restaurada. Isso foi seus ramos tornando-se tenros e brotando suas folhas. Essa figueira é um sinal do fim desta era e um sinal aos crentes. Tornar-se tenra significa que a vida voltou e brotar folhas significa atividade exterior. "O inverno" significa o tempo da seca, a época da tribulação (Mt 24:7-21). "Está próximo o verão" significa a era do reino restaurado (Lc 21:30-31), que começará na segunda vinda de Cristo.
O versículo 33 diz: “Assim também vós, quando virdes todas essas coisas, sabei que está próximo, às portas” (Mt 24:33). Todas “essas coisas” se referem às coisas preditas em Mateus 24:7-32. “Está próximo” refere-se ao reino restaurado de Israel (At 1:6), representado pelo verão em Mateus 24:32.
Mostramos que a figueira simboliza a nação de Israel. Israel é um sinal para nós, assim como a pregação do evangelho do reino é um sinal para os judeus. Quando os judeus virem a pregação do evangelho do reino, eles perceberão que é um sinal da tribulação vindoura. Da mesma forma, Israel como uma figueira é para nós um sinal da volta do Senhor Jesus. Os discípulos perguntaram ao Senhor Jesus sobre o sinal da Sua vinda e sobre o sinal da consumação da era. Na seção anterior, o Senhor Jesus dá o sinal da consumação da era. Esse sinal é a pregação do evangelho do reino em toda a terra habitada. Agora o Senhor Jesus dá outro sinal, o sinal de Sua vinda. Esse sinal é a figueira. Quando seus ramos se tornam tenros e aparecem as folhas, sabemos que o verão, a total restauração do reino messiânico, está próximo. Hoje a restauração de Israel ainda não foi plenamente cumprida. No que se refere à população e à geografia ainda não houve uma plena restauração. Os israelitas e os árabes estão discutindo sobre as terras a oeste do Jordão e sobre as Colinas de Golã. De acordo com a Bíblia, as Colinas de Golã, perto do monte Hermon, e as terras a oeste do Jordão pertencem à boa terra e pertencerão a Israel. O Senhor é soberano e sabe da situação entre Israel e os árabes. Ele sabe que a restauração de Israel ainda não está completa. A restauração da nação de Israel está se tornando cada vez mais plena. Na época do milênio, ela atingirá a plenitude.
2. Tudo o que Foi Predito Sobre Israel Está Acontecendo
No versículo 34 o Senhor Jesus diz: “Em verdade vos digo que de modo algum passará esta geração sem que tudo isso aconteça” (Mt 24:34). “Isso” refere-se à figueira tornando-se tenra e brotando suas folhas. Essas coisas acontecerão antes de esta geração terminar.
Geração aqui não é conforme a idade ou pessoa, como em Mateus 1:17; é a geração de acordo com a condição moral das pessoas, como em Mateus 11:16; 12:39, 41, 42, 45 e Provérbios 30:11-14. Isso significa que desde a época em que o Senhor Jesus falou essa profecia até a plena restauração de Israel, a situação moral daquela geração não será mudada. Essa geração não passará até a plena restauração da nação de Israel acontecer. Então a geração mudará, e a situação moral se tornará do mal para o bem.
3. Ninguém Conhece Aquele Dia Nem a Hora, Senão o Pai
O versículo 36 diz: “Mas a respeito daquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai” (Mt 24:36). O Filho, na posição de Filho do Homem (Mt 24:37), não sabe o dia nem a hora de Sua volta.
4. A Vinda de Cristo Será Como nos Dias de Noé
O versículo 37 diz: “Pois assim como foi nos dias de Noé, assim será a vinda do Filho do Homem” (Mt 24:37). Muitos cristãos têm entendido mal esse versículo. A vinda do Senhor (parousia) será como nos dias de Noé.
Os versículos 38 e 39 dizem: “Porque como estavam eles, naqueles dias antes do dilúvio, comendo e bebendo, casando e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não sabiam que se aproximava o juízo, até que veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem” (Mt 24:38-39). “Porque” indica que esse versículo explica por que e como a parousia do Senhor será como nos dias de Noé. Isso é porque nos dias de Noé havia as seguintes situações: as pessoas estavam embriagadas pela comida e bebida, por casar e dar-se em casamento; e elas não perceberam até que veio o dilúvio e as levou a todas. Na parousia do Senhor, as pessoas serão assim; embriagadas pelas necessidades desta vida e não sabendo que o julgamento de Deus (tipificado pelo dilúvio) virá sobre elas pela vinda do Senhor. Os crentes, contudo, devem estar despertados e prudentemente saber que Cristo está vindo para executar o julgamento de Deus sobre este mundo corrupto.
Comer, beber e casar foram originalmente ordenados por Deus para a existência do homem. Mas devido à concupiscência humana, Satanás se utiliza dessas necessidades da vida do homem para ocupá-lo e afastá-lo do interesse de Deus. Até o final desta era, essa situação será intensificada e atingirá seu clímax durante a parousia do Senhor.
Os mais notáveis feitos dos dias antes do dilúvio eram comer, beber, casar e dar-se em casamento. Isso indica que as pessoas daqueles dias estavam drogadas por seu desfrute carnal, mundano. A mesma coisa está acontecendo na sociedade hoje. O inimigo de Deus, Satanás, se utiliza das necessidades da vida para envenenar o povo criado por Deus. Toda a raça humana foi envenenada. No entanto, isso não significa que não nos seja necessário comer, beber ou casar. Tudo isso é necessário para a nossa existência. Mas não devemos permitir que essas coisas nos droguem e entorpeçam nossos sentidos. Na sociedade humana hoje, os sentidos de todas as pessoas, altas ou baixas, idosas ou jovens, estão entorpecidos, indicando que o povo foi envenenado pelo modo de ser desta era ao comer, beber e dar-se em casamento. Era essa a situação nos dias de Noé e será a situação no tempo da parousia do Senhor.
As pessoas hoje estão estudando e trabalhando com o fim de desfrutar boa comida, boa bebida e um bom casamento. Elas não pensam nas coisas de Deus. Quão forte é essa falta de senso a respeito de Deus hoje! É prevalecente especialmente na esfera educacional e comercial. Muitos nas universidades têm sido entorpecidos pela busca de um diploma. Esse diploma é meramente para comer, beber e se casar. Os da área comercial estão drogados pelo desejo de ganhar dinheiro, também com o propósito de ter melhor comida, bebida e casamento. Isso tem causado muitos divórcios. Quando um rapaz é pobre, ele pode casar com determinada mulher. Mas quando ganha mais dinheiro, ele deseja divorciar-se da esposa e casar-se com outra por desejar esposa melhor. Essa situação continuará até atingir o clímax durante a parousia do Senhor. Nos dias de Noé, esse clímax foi alcançado um pouco antes do dilúvio que veio com o julgamento de Deus. De certo modo, a parousia de Cristo será como o dilúvio vindo com o julgamento de Cristo. O dilúvio trouxe julgamento sobre o povo entorpecido nos dias de Noé. A parousia trará o julgamento de Deus sobre este mundo entorpecido e Cristo descerá para a terra e executará o justo julgamento de Deus sobre este mundo entorpecido, corrupto e rebelde.
5. Antes da Vinda de Cristo, um Será Levado e o Outro Será Deixado
Os versículos 40 e 41 dizem: “Então dois estarão no campo: um será tomado, e deixado o outro; duas estarão moendo no moinho: uma será tomada, e deixada a outra” (Mt 24:40-41). De acordo com o contexto, “Então” aqui significa “naquela hora”. Isso indica que enquanto as pessoas mundanas estiverem drogadas pelas coisas materiais, sem senso algum do julgamento vindouro, alguns dos crentes sóbrios e vigilantes serão tomados. Para o povo entorpecido, este deveria ser um sinal da vinda de Cristo.
Os dois homens no versículo 40 devem ser irmãos em Cristo, e as duas mulheres no versículo 41 devem ser irmãs no Senhor. Isso é mostrado pelo versículo 42, que nos diz para vigiar porque não sabemos que dia nosso Senhor virá. Tanto “vigiai” como “vosso Senhor” provam que tanto os dois homens como as duas mulheres, nos versículos 40 e 41, são crentes. O Senhor Jesus não encarregaria pessoas incrédulas de vigiar, nem é Ele o Senhor dos incrédulos.
Ser tomado significa ser arrebatado antes da grande tribulação. Esse arrebatamento é um sinal da vinda do Senhor e um sinal para os judeus. É muito interessante ver que dois homens estão trabalhando no campo e duas mulheres estão no moinho. Tanto o trabalho do campo como o do moinho são para comer. Há uma diferença entre o nosso comer e o comer do povo do mundo. O povo do mundo estuda e trabalha e nós também estudamos e trabalhamos. O povo do mundo, no entanto, tem estado drogado. Mas nós não estamos drogados. Antes, estamos simplesmente cumprindo nosso dever para viver. Não vivemos para comer, beber e casar; pelo contrário, mantemos nossa existência para tomar o caminho da cruz a fim de cumprir o propósito de Deus. Nosso objetivo não é nossa educação, diversão ou negócios.
Dos dois homens no campo, um é tomado e o outro é deixado; e das duas mulheres no moinho, uma é tomada e a outra é deixada. A razão disso é que há uma diferença entre eles na questão de vida. Creio que os que são tomados são maduros e os que são deixados são imaturos. A vida faz a diferença. O arrebatamento dos vencedores, os que são maduros em vida, será um sinal para os que são deixados. Suponha que você esteja trabalhando no campo com um irmão que é repentinamente arrebatado aos céus. Isso certamente lhe seria um sinal. Suponha que duas irmãs estejam trabalhando no moinho e uma é tomada para o Senhor. Certamente isso seria um sinal para a irmã que foi deixada!
6. Vigiar e Estar Pronto Porque Cristo Virá como Ladrão
No versículo 42, o Senhor Jesus nos diz para vigiar, pois não sabemos em que dia Ele virá. Então, o versículo 43 diz: “Mas sabei isto: Se o dono da casa soubesse em que vigília viria o ladrão, vigiaria e não permitiria que fosse arrombada a sua casa” (Mt 24:43). O dono da casa refere-se ao crente, e a casa, à conduta e trabalho do crente que ele edificou em sua vida cristã. Um ladrão vem para roubar coisas preciosas numa hora desconhecida. O Senhor virá secretamente como um ladrão buscar aqueles que O amam e os tomará como Seu tesouro. Por isso, devemos vigiar. “Por isso”, como o Senhor diz no versículo 44, “ficai também vós apercebidos, porque, à hora em que não pensais, o Filho do Homem virá” (Mt 24:44). Isso se refere à vinda secreta do Senhor para os vencedores vigilantes.
B. Ser Fiel e Prudente
1. O Servo Fiel e Prudente Dá o Sustento aos Conservos do Senhor a Seu Tempo
Os versículos 45 a 51 são relativos à fidelidade e prudência. O versículo 45 diz: “Quem é, pois, o servo fiel e prudente, a quem o Senhor constituiu sobre os de sua casa para dar-lhes o alimento a seu tempo?” (Mt 24:45). Fidelidade é para com o Senhor, enquanto prudência é para com os crentes. Vigilância é para o arrebatamento até a presença do Senhor, mas fidelidade é para reinar no reino (Mt 24:47).
Os conservos citados no versículo 45 referem-se aos crentes (Ef 2:19), que são a igreja (1Tm 3:15). Dar-lhes o sustento é ministrar a Palavra de Deus com Cristo como suprimento de vida aos crentes na Igreja. Todos nós devemos aprender como ministrar o suprimento de vida aos conservos do Senhor a seu tempo. Os versículos 46 e 47 dizem: “Bem-aventurado aquele servo a quem seu Senhor, quando vier, o achar fazendo assim. Em verdade vos digo que o constituirá sobre todos os Seus bens” (Mt 24:46-47). Ser bem-aventurado aqui é ser recompensado com a autoridade para reinar na manifestação do reino dos céus. Todos os bens do Senhor serão confiados ao Seu servo fiel como uma recompensa na manifestação do reino dos céus.
2. O Servo Mau Espanca Seus Companheiros, Come e Bebe com os Ébrios e é Afastado do Senhor em Sua Glória Vindoura
O versículo 48 diz: “Mas se aquele servo mau disser no seu coração: Meu Senhor tarda” (Mt 24:48). O servo mau é um crente, porque ele é designado pelo Senhor (v. 45), chama o Senhor “meu senhor” e crê que o Senhor virá. O versículo 49 diz que o servo mau espanca os seus companheiros e come e bebe com os ébrios. Espancar os companheiros é tratar mal os companheiros crentes, e comer e beber com os ébrios é fazer companhia às pessoas do mundo, que estão embriagadas com as coisas mundanas.
Os versículos 50 e 51 dizem: “Virá o Senhor daquele servo em dia em que não O espera, e em hora que não sabe, e cortá-lo-á pelo meio, e designará a sua parte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt 24:50-51). O problema com o servo mau não é que ele não sabe que o Senhor está vindo, mas que ele não O espera. Ele não gosta de levar o tipo de vida que se prepara para a vinda do Senhor. Por isso, quando o Senhor voltar, Ele o castigará, lançando-lhe a sorte com os hipócritas. Castigá-lo significa excluí-lo. Isso indica que haverá separação pelo Senhor em Sua glória vindoura, o que corresponde a ser lançado nas trevas exteriores na conclusão da parábola dos talentos (Mt 25:14-30), a qual é a conclusão dessa parte. O Senhor não cortará o servo mau em pedaços; antes, Ele o excluirá da glória na qual Ele mesmo estará. Isso equivale a ser lançado nas trevas exteriores.
Todo aquele que for lançado nas trevas exteriores será separado do Senhor, da Sua presença, da Sua comunhão, e da esfera gloriosa na qual o Senhor estará. Isso não é perecer eternamente, mas ser punido dispensacionalmente. Quem pode dizer que o servo mau não é um crente genuíno? Se ele não fosse um irmão, como poderia seu trabalho ter sido designado pelo Senhor? O Senhor não atribuiria deveres a um falso crente. Certamente o servo mau é uma pessoa salva. Em Mateus, o livro do reino dos céus, o resultado não é a salvação, o resultado é o reino: ou receberemos a recompensa de entrar no reino, ou perderemos a recompensa, perderemos o desfrute do reino e sofreremos a punição e a disciplina onde haverá choro e ranger de dentes.
(Estudo-Vida de Mateus, W. Lee)
Jesus é o Senhor!