A VINDA DO SENHOR E O ARREBATAMENTO DOS CRENTES | W. Lee
A VINDA DO SENHOR E O ARREBATAMENTO DOS CRENTES
A ESPERANÇA DA VIDA CRISTÃ
Em 1ª Tessalonicenses capítulo 4 versículos 13 a 18, Paulo dá uma palavra básica sobre a volta do Senhor e o arrebatamento dos crentes. Aqui, como uma palavra de conforto, o arrebatamento dos crentes na vinda do Senhor é mencionado de modo genérico. A respeito desse assunto, os detalhes são revelados em outros livros do Novo Testamento, tais como Mateus e Apocalipse.
O que Paulo descreve em 1ª Tessalonicenses 4 versículos 13 a 18 é a esperança comum de todos os crentes. Essa é a esperança de uma vida santa para a vida da igreja. Esse tipo de vida não é pecaminoso nem mundano, pelo contrário, é puro e santo. Além do mais, essa vida santa para a vida da igreja tem uma esperança.
Por causa da queda do homem não há esperança para a raça humana caída. A única expectativa que os incrédulos têm é a morte. A morte é o destino deles. Dia após dia, eles vivem com uma visão da sua morte, e estão a caminho da morte. Portanto, a morte é o futuro dos incrédulos.
Em Efésios capítulo 2 versículo 12, Paulo descreve a situação sem esperança dos incrédulos: “Naquele tempo, vocês estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo”. Os incrédulos não têm esperança porque eles não têm Deus. Por estarem à parte de Cristo e viverem sem Deus, eles não têm qualquer esperança. A única coisa que os incrédulos esperam é a morte. Todos eles percebem isso e aceitam-no simplesmente. Por essa razão, os incrédulos não gostam de pensar no seu futuro. Na verdade, eles não têm um futuro positivo. No futuro dos incrédulos, desponta a escuridão da morte.
Como os que crêem em Cristo, nós temos uma vida cheia de esperança. Nossa esperança é a volta do Senhor. Além disso, nossa esperança inclui a ressurreição e o arrebatamento. A ressurreição não é apenas uma questão de vida, mas uma questão da vida vencendo a morte. Quando a vida vence a morte, isso é ressurreição. O arrebatamento é algo que vai além da ressurreição. Uma pessoa pode ser ressuscitada e, contudo, não ser arrebatada.
RESSURREIÇÃO E ARREBATAMENTO
A vida santa para a vida da igreja é uma vida com um futuro, uma vida com esperança. Essa esperança não é meramente a vinda do Senhor; é a vinda do Senhor com a ressurreição e o arrebatamento. A volta do Senhor Jesus fará com que a ressurreição e o arrebatamento ocorram. Como já enfatizamos há pouco, a ressurreição e o arrebatamento são ambos ligados à vida. Hoje, a vida é nossa possessão. Temos a vida, estamos na vida e desfrutamos a vida. Contudo, estamos aguardando a vinda do Senhor, e Sua vinda trará a ressurreição e o arrebatamento.
A ressurreição, naturalmente, é para os que morreram. Hoje vivemos uma vida santa para a Igreja, o Corpo de Cristo. Se o Senhor retardar Sua volta, todos nós por fim “dormiremos”, isto é, morreremos fisicamente. Todos os crentes que morreram estão aguardando a ressurreição. Se vivermos até a volta do Senhor Jesus, não precisaremos de ressurreição. No entanto, ainda precisaremos do arrebatamento. Além disso, aqueles que morreram precisarão ser ressuscitados e arrebatados também. Todos os crentes, tanto os mortos como os vivos, precisam do arrebatamento. O arrebatamento, portanto, é na verdade o fim da nossa vida na terra. Isso significa que a conclusão da nossa vida não é a morte nem a ressurreição é o arrebatamento.
De acordo com o costume dos mestres cristãos, a palavra arrebatamento significa ser tomado, conforme aconteceu com Enoque e Elias: "Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para Si" (Gn 5:24). "Quando estava o SENHOR para tomar Elias ao céu por um redemoinho, Elias partiu de Gilgal em companhia de Eliseu. Indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho" (2Rs 2:1, 11). "Então, dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro; duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a outra. Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor" (Mt 24:40-41). "Digo-vos que, naquela noite, dois estarão numa cama; um será tomado, e deixado o outro; duas mulheres estarão juntas moendo; uma será tomada, e deixada a outra. Dois estarão no campo; um será tomado, e o outro, deixado. Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do Homem" (Lc 17:34-36; 21:36). "Depois, nós, os vivos, os que ficarmos [até a vinda do Senhor,] seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor" (1Ts 4:17). "Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra" (Ap 3:10). "Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos" (Ap 7:9). "E as Duas Testemunhas ouviram grande voz vinda do céu, dizendo-lhes: Subam para aqui. E subiram ao céu numa nuvem, e os seus inimigos as contemplaram" (Ap 11:12). "Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao Seu trono" (Ap 12:5). "Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com Ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o Seu nome e o nome de Seu Pai. E aquele que estava sentado sobre a nuvem passou a sua foice sobre a terra, e a terra foi ceifada" (Ap 14:1, 16). "Vi como que um mar de vidro, mesclado de fogo, e os vencedores da besta, da sua imagem e do número do seu nome, que se achavam em pé no mar de vidro, tendo harpas de Deus" (Ap 15:2). Todos estes versículos se referem ao arrebatamento, aos crentes serem tomados para os céus, para o Senhor.
No Novo Testamento, o arrebatamento é um assunto importante. Em 1ª Tessalonicenses capítulo 4 versículos 13 a 18, Paulo fala dele somente de maneira genérica, de maneira comum. Ele nos diz que os vivos, juntamente com os crentes que morreram e foram ressuscitados, serão tomados para se reunirem com o Senhor nos ares. Nesses versículos, Paulo não prossegue para explicar os detalhes. O que ele diz aqui pode ser comparado a um professor de primeiro grau dando a seus alunos alguns princípios básicos de matemática. Na verdade, o arrebatamento não é uma questão simples. Por essa razão, tem havido muitos debates entre os estudiosos da Bíblia a esse respeito.
A intenção de Paulo é dar aos novos crentes um conceito básico da esperança de nossa vida cristã. Ele quer impressioná-los com o fato de que a vida cristã, que é uma vida santa para a vida da igreja, tem uma esperança. Por isso, essa vida é absolutamente diferente da vida sem esperança da raça humana caída. A esperança da vida cristã é a volta do Senhor, e essa esperança inclui a ressurreição dos que morreram em Cristo e o arrebatamento.
Em 1ª Tessalonicenses 4 versículo 13, Paulo diz: “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança”. As palavras “aos que dormem” referem-se aos mortos: "Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro" (1Ts 4:16). "Jesus dizia isto e depois lhes acrescentou: 'Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo'. Disseram-Lhe, pois, os discípulos: 'Senhor, se dorme, estará salvo'. Jesus, porém, disse-lhes que, Lázaro adormeceu, com respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do sono. Então, Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu" (Jo 11:11-14). "Eis a razão por que há entre vocês muitos fracos e doentes, e muitos que dormem" (1Co 11:30). A morte dos crentes é considerada tanto pelo Senhor como pelos apóstolos como um sono. Talvez na época em que Paulo escreveu essa epístola, alguns dos crentes em Tessalônica tivessem morrido. De outra forma, não haveria razão para Paulo escrever sobre esse assunto.
No versículo 14, Paulo continua: “Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará juntamente em Sua companhia os que dormem” (1Ts 4:14). Crer na esperança descrita aqui inclui crer na ressurreição do Senhor Jesus Cristo. Todo aquele que não crê na ressurreição de Cristo, não crerá nessa esperança. Mas se cremos nessa esperança, isso indica que já cremos na ressurreição de Cristo.
Alguns podem referir-se ao versículo 14, dizendo: “Quando os santos morrem, eles vão para o céu, e quando o Senhor Jesus voltar, Ele os trará do céu Consigo”. Interpretar o versículo desse modo é negligenciar sua primeira metade, onde nos é dito que Jesus morreu e ressuscitou. Isso, é claro, refere-se à Sua ressurreição. Se os santos mortos já estão no céu, e se o Senhor os trará Consigo do céu quando Ele vier, então os santos mortos não precisam da ressurreição. [Está claro que essa interpretação não é verdade].
1ª Tessalonicenses 4 versículos 15 e 16 os ajudarão a entender o que quero dizer: “Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (1Ts 4:15-16). Por favor, prestem cuidadosa atenção à palavra “ressuscitarão” no versículo 16. Se os mortos já estão no céu, que necessidade há de que ressuscitem? Se eles de fato estão no céu, não precisam ressuscitar. Além disso, eles não precisam ser arrebatados ou tomados pelo Senhor. Sua única necessidade seria descer do céu com o Senhor Jesus. O fato de o versículo 16 dizer que os mortos em Cristo ressuscitarão, indica que eles devem estar em algum outro lugar, [eles estão na parte agradável do Hades,] menos no céu.
No versículo 15, a palavra grega traduzida por “vinda” é “parousía”, que significa "presença". No versículo 16, as palavras gregas traduzidas por “palavra de ordem” podem também ser traduzidas "como grito de comando, como um toque de reunião". A trombeta de Deus é a última trombeta: "Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados" (1Co 15:52). Uma trombeta para reunir o povo redimido de Deus: "Faze duas trombetas de prata; de obra batida as farás; servir-te-ão para convocares a congregação e para a partida dos arraiais" (Nm 10:2).
No versículo 17, Paulo prossegue: “Depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1Ts 4:17). De acordo com esse versículo, tanto os crentes mortos como os vivos serão tomados pelo Senhor. Primeiro os crentes mortos serão ressuscitados, e então, nós, os vivos, os que ficarmos [até a vinda de Cristo,] seremos tomados juntos com eles, entre as nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.
O filho varão em Apocalipse 12, que são os vencedores, serão tomados, arrebatados ao trono de Deus no terceiro céu, antes dos últimos três anos e meio da grande tribulação: "Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao Seu trono. A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias, [três anos e meio]. Quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão; e foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo, tempos e metade de um tempo, [três anos e meio], fora da vista da serpente" (Ap 12:5-6, 14). Aqui, a maioria dos crentes será arrebatada aos ares no tempo da vinda do Senhor.
OS SANTOS MORTOS ESTÃO NO PARAÍSO, A SEÇÃO AGRADÁVEL DO HADES
Alguns entre nós ainda podem ter o conceito errado de que os santos que morreram tenham ido para o céu e estão lá agora com o Senhor Jesus. Se Paulo não tivesse ido além do que ele diz em 1ª Tessalonicenses 4 versículo 14, poderia haver base para esse conceito. Mas, em 1ª Tessalonicenses 4 versículo 16, Paulo diz que quando o Senhor Jesus vier, os santos mortos ressuscitarão. De onde eles ressuscitarão? Do céu? Se eles já estiverem no céu, que necessidade terão de ressuscitar? E para que lugar eles ressuscitariam se já estivessem no céu com o Senhor?
Muitos cristãos são enganados pelos ensinos açucarados dos religiosos. Um desses ensinos diz: “Oh! vocês não precisam chorar por sua mãe que morreu. Por ter crido no Senhor Jesus, ela está agora no céu com Ele. Ela está em uma mansão celestial, uma casa que é muito melhor que a de vocês. Por que, então, vocês deveriam chorar? Um dia, vocês a encontrarão no céu”. Esse tipo de ensinamento é cheio de fermento e é muito enganoso. Tenho estudado a Bíblia por mais de cinqüenta anos e não achei um único versículo na Palavra de Deus que ensine tal coisa. Isso é uma superstição que tem sua fonte no paganismo, ou no budismo, e foi adotado pelo catolicismo.
De acordo com a Bíblia, os crentes mortos estão no paraíso, a seção agradável do Hades: "Jesus disse a Seus discípulos: É necessário que o Filho do Homem sofra muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas; seja morto e, no terceiro dia ressuscite" (Lc 9:22). "Porque assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra" (Mt 12:40). Na cruz, Jesus respondeu ao ladrão que se arrependeu de seus pecados e creu Nele: "Em verdade te digo que hoje estarás Comigo no paraíso" (Lc 23:43). Este paraíso é a seção agradável do Hades: "Aconteceu que morreu o mendigo e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado. No Hades, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio. Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: filho, lembra-te de que você recebeu os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu, em tormentos. E além de tudo, está posto um grande abismo entre nós e vocês, e não há como os que estão aqui, passar daqui até vocês, não há como, nem os daí passar para onde nós estamos" (Lc 16:22-26). No Hades, há duas seções: a seção agradável e a seção de tormento. A seção de sofrimento é diferente do lago de fogo. A parte desagradável do Hades pode ser comparada a uma cadeia, que é diferente de penitenciária. Uma cadeia é um lugar onde os criminosos são deixados temporariamente. Mas depois que o criminoso foi julgado e sentenciado, ele é levado da cadeia para a penitenciária. Os incrédulos, que estão agora na seção de tormento do Hades, estão esperando o julgamento final, o qual ocorrerá no trono branco de Deus após o milênio. Depois disso, os incrédulos serão lançados no lago de fogo, a prisão eterna.
Os santos mortos estão no paraíso, na seção agradável do Hades, e quando o Senhor Jesus vier, eles ressuscitarão. Eles não ressuscitarão para o céu; antes, ressuscitarão e serão arrebatados, entre as nuvens, juntamente com os santos vivos, para estarem com o Senhor nos ares. Essa é a razão de Paulo dizer em 1ª Tessalonicenses 4 versículo 16 que os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Então, de acordo com 1ª Tessalonicenses 4 versículo 17, os que estão vivos serão arrebatados, entre as nuvens, ao mesmo tempo com eles para o encontro com o Senhor nos ares. Isso significa que todos os crentes, tanto os mortos como os vivos, serão arrebatados para os ares. Esse ensinamento não é açucarado e não contém qualquer fermento. Pelo contrário, ele está de acordo com a pura Palavra de Deus.
De acordo com a Palavra de Deus, quando o Senhor Jesus descer do céu, os santos mortos ressuscitarão. O espírito e a alma serão ressuscitados do paraíso, o corpo ressuscitará do sepulcro, e o espírito e a alma com o corpo se tornarão perfeitos, corpo incorruptível. Eles, então, se unirão aos crentes que estão vivos e, juntos, nós todos seremos tomados pelo Senhor.
O ARREBATAMENTO DOS CRENTES VIVOS
Em 1ª Tessalonicenses 4 versículo 15, Paulo diz: “Nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor”. No versículo 17, ele também diz: “Nós, os vivos, os que ficarmos”. Por que Paulo adiciona “os que ficarmos até à vinda do Senhor” no versículo 15 e “os que ficarmos” no versículo 17? Se considerarem essa questão cuidadosamente, vocês perceberão que isso indica, ou pelo menos implica, que há alguns vivos que não ficarão até a vinda do Senhor. Alguns vivos terão ido. Esses vivos que não ficarem são os vencedores.
Há uma diferença entre o arrebatamento dos vencedores e o arrebatamento dos crentes vivos que ficarão até à vinda do Senhor. O arrebatamento dos vencedores acontecerá antes dos últimos três anos e meio, um período conhecido como a grande tribulação. Em outras palavras, os vencedores serão arrebatados antes da tribulação: "Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também Eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra" (Ap 3:10). Mas os crentes que estão vivos e ficarem, até a vinda do Senhor, serão arrebatados no final da tribulação, isto é, na última trombeta: "Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados" (1Co 15:52). Esse é o arrebatamento mencionado em 1ª Tessalonicenses 4. Com respeito ao tempo, estes dois arrebatamentos são diferentes: um acontece antes da grande tribulação, e o outro, no final da grande tribulação. Além disso, há uma diferença quanto ao lugar. De acordo com Apocalipse 12 versículo 5, o filho varão, que são os vencedores, serão arrebatados para o trono de Deus no terceiro céu. Mas, de acordo com 1ª Tessalonicenses 4 versículos 17, o arrebatamento dos que estiverem vivos e ficarem até a vinda do Senhor será para estarem entre as nuvens nos ares.
A "PAROUSÍA"
Enfatizamos que a palavra grega para “vinda” em 1ª Tessalonicenses 4 versículo 15 é “parousía”, a mesma palavra usada em Mateus 24 versículo 3: "No monte das Oliveiras, achava-se Jesus assentado, quando se aproximaram Dele os discípulos, em particular, e Lhe pediram: Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da Tua vinda e da consumação do século, [o fim desta era]".
1) A vinda de Cristo será Sua presença com Seus crentes. Essa “parousía” começará na época em que os vencedores forem arrebatados ao trono, continuará com Sua vinda aos ares: "Vi outro Anjo forte descendo do céu, envolto em nuvem, com o arco-íris por cima de Sua cabeça; o Seu rosto era como o sol, e as Suas pernas, como colunas de fogo" (Ap 10:1)
2) e terminará com Sua vinda à terra: "Eis que vem com as nuvens, e todo olho O verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre Ele. Certamente. Amém!" (Ap 1:7).
3) Dentro da “parousía” do Senhor haverá o arrebatamento da maioria dos crentes para os ares: “Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois, nós, os vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor" (1Ts 4:15-17);
4) haverá o trono do julgamento de Cristo: "Porque importa que todos nós compareçamos perante o Tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo" (2Co 5:10)
5) e também haverá as bodas do Cordeiro: "Alegremo-nos, exultemos e demos-Lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou, pois Lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos. Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus" (Ap 19:7-9).
A “parousía” denota a presença do Senhor; ela não denota diretamente Sua vinda. Naturalmente, Sua presença envolve Sua vinda. Se estou longe de minha família e, então, estou presente com eles novamente, minha presença inclui minha vinda. Na verdade, minha presença equivale à minha vinda. Por essa razão, a palavra “parousía” pode ser traduzida por vinda. Seria até deselegante traduzi-la literalmente como presença. Mas mesmo que essa tradução possa ser deselegante, seria correto dizer “até à presença do Senhor”.
De acordo com o Novo Testamento, a “parousía” do Senhor, Sua presença, durará um período. Pode começar imediatamente antes do começo da grande tribulação. A vinda do Senhor, a “parousía”, começará provavelmente perto do começo da tribulação. No momento, o Senhor está no terceiro céu. Quando a grande tribulação começar na terra, o Senhor deixará o trono nos céus, e oculto em uma nuvem, descerá do trono para os ares. Apocalipse 10 versículo 1, fala de "um Anjo forte descendo do céu, envolto em nuvem”. Esse Anjo forte é Cristo, que desce secretamente do terceiro céu para os ares. Provavelmente o Senhor ficará nos ares oculto envolto em nuvem por um período, possivelmente mais de três anos. Essa é a razão de dizermos que a “parousía” do Senhor durará certo intervalo de tempo.
Quando o Senhor estiver nos ares envolto em nuvem, Ele fará diversas coisas. Ele arrebatará tanto os crentes ressuscitados como os crentes vivos. Ele julgará todos os salvos em Seu trono de julgamento. Naquele tempo, a decisão será tomada por Ele sobre quem reinará com Ele no reino milenar e quem não reinará. Esse julgamento acontecerá, é claro, após o arrebatamento mencionado em 1ª Tessalonicenses 4 versículo 17. Esse esboço deve dar-nos uma idéia geral da vinda do Senhor de acordo com a Sua pura Palavra. Esse esboço não está de acordo com os ensinamentos estranhos ou tradicionais do sistema religioso.
Como cristãos, devemos viver uma vida santa para a vida da igreja. Essa vida tem uma esperança, a esperança de que o Senhor, a quem servimos hoje, voltará. Em Sua volta, os santos que morreram ressuscitarão do paraíso e do sepulcro para serem tomados juntamente com os que estão vivos e ficarem.
UMA PALAVRA BÁSICA
Esta palavra a respeito de nossa esperança foi escrita aos crentes como conforto e encorajamento pela morte de seus parentes. É uma palavra simples a respeito da volta do Senhor e do nosso arrebatamento para estarmos na presença DEle. Se quisermos conhecer os detalhes, precisamos estudar Mateus 24 e 25, todo o livro de Apocalipse, 1ª Coríntios 15 e outras porções da Palavra, incluindo 2ª Tessalonicenses. Uma vez que estudemos todas essas porções das Escrituras, veremos que as questões referentes à vinda do Senhor e ao nosso arrebatamento não são tão simples como o que é apresentado por muitos hoje. Os detalhes incluem o arrebatamento dos santos vencedores, o julgamento no trono de julgamento de Cristo, a recompensa no reino e a disciplina pelo reino. Todas essas coisas estão envolvidas na volta do Senhor e em nosso arrebatamento.
(Extraído do Estudo-Vida de 1ª Tessalonicenses | Witness Lee)
Jesus é o Senhor!