37 - COMO DEVE SER O VIVER DO CRISTÃO NO MUNDO.



Mensagem 37 
"COMO DEVE SER O VIVER DO 
CRISTÃO NO MUNDO".

Nas mensagens anteriores, estivemos pintando um quadro deste mundo, não só como local, nem como uma raça de pessoas, nem na verdade como algo meramente material, mas antes como um sistema espiritual, em cuja direção está o inimigo de Deus. "O mundo" é a obra-prima de Satanás, e o encaramos como aquele que está empregando toda sua força e engenhosidade para fazê-lo prosperar. Com que finalidade? Certamente para conseguir a submissão dos homens e arrastá-los para si. Ele tem um objetivo: estabelecer seu próprio domínio nos corações humanos em todo o mundo. Mesmo que ele esteja consciente de que esse domínio pode durar somente por um breve período, é, sem dúvida, seu objetivo. E como o fim dos tempos aproxima-se e os seus esforços aumentam, da mesma forma as aflições do povo de Deus intensificam-se. Pois como estrangeiros e peregrinos, essa é a posição do povo de Deus estando no mundo e contudo não pertencendo a ele, não é confortável. Eles de bom grado buscariam alívio para a tensão espiritual na distância física. Como seria bom escapar completamente deste mundo e estar para sempre com o Senhor!Mas evidentemente essa não é a vontade do Senhor Jesus. Como vimos, Ele orou ao Pai não para que tirasse os Seus do mundo, mas para que os guardasse do mal no mundo. E Paulo adota uma posição semelhante. Tendo em uma ocasião específica exortado aos cristãos em coríntios a não terem comunhão com uma certa classe de pecadores, ele de imediato toma providências contra possíveis mal-entendidos. Não devem isolar-se. Não devem cortar relações com todos os pecadores do mundo, nem mesmo com aqueles da categoria descrita, pois fazê-lo implicaria em que saíssem completamente do mundo. "Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros; refiro-me com isto não propriamente (isto é, não em todos os sentidos) aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois nesse caso teríeis de sair do mundo” (1°Cor. 5:9, 10). Portanto, está claro pelas palavras de Paulo que nós podemos e realmente devemos, associar-nos com o mundo até um certo ponto, pois não é o mundo que Deus tanto amou? Mas aqui entra a pergunta: até que ponto? Até que distância podemos ir? Todos nós concordamos que em alguns casos somos obrigados a tocar as coisas do mundo. Mas presumivelmente há um limite em algum lugar. Conservemo-nos dentro desse limite, e estaremos seguros; ultrapassemos, e nos arriscarmos a ficar comprometidos com Satanás. Não creio que possamos estar exagerando o problema, pois é grave, e os perigos são reais. Se acontecesse de você estar gravemente enfermo e com muitas dores, e o médico receitasse heroína ou morfina, você de imediato estaria cônscio quanto ao perigo de ficar viciado na droga. Você obedeceria ao médico e faria o tratamento, mas o faria com temor e oração, pois sabe que há um poder nele, e sabe que pode ser dominado por ele. Seria assim, especialmente se o tratamento tivesse que ser prolongado. Cada vez que você e eu tocamos o mundo, através das coisas do mundo – e precisamos fazê-lo constantemente, deveríamos sentir-nos do modo como nos sentiríamos com relação a tomar morfina, pois há demônios por trás de tudo o que pertence ao mundo. Assim como, se estiver seriamente doente, posso ter que tomar ópio como remédio, da mesma forma, porque eu ainda estou no mundo, tenho que negociar com ele, exercer algum ofício ou profissão, ganhar meu sustento.
Mas até que ponto posso, com segurança, tomar drogas perigosas como remédio, sem tornar-me vítima do vício, eu não sei; e quantas coisas posso comprar, quanto dinheiro posso ganhar, ou a que ponto podem chegar meus negócios e associações profissionais, sem ficar preso, eu também não sei. Tudo o que sei é que há um poder satânico atrás de cada coisa mundana. Como é vital, portanto, que cada cristão tenha uma revelação clara do espírito do mundo, a fim de poder avaliar como é real o perigo ao qual está continuamente exposto!
Talvez você não pense que estou indo longe demais. Talvez você diga: oh, sim, essa pode ser uma boa ilustração para um sermão, mas acho difícil não sentir que você está exagerando o caso. Mas quando tiver conhecimento, então dirá com relação ao mundo, como diz do ópio, que há um poder sinistro por trás do mundo, um poder destinado a seduzir e cativar os homens.

Aqueles cujos olhos foram realmente abertos para o caráter real deste mundo, descobrem que devem tocar tudo nele com temor e tremo, olhando continuamente para o Senhor. Sabem que a qualquer momento podem ser apanhados nas redes de Satanás. Assim como a droga que, em primeiro lugar, é recebida para aliviar a doença, pode no final tornar-se uma causa de doença, igualmente as coisas do mundo que podemos legitimamente usar sob a autoridade do Senhor, podem, se formos negligentes, transformarem-se na causa de nossa queda. Somente os tolos podem ser descuidados em tais circunstâncias.

Não é de admirar que olhemos com inveja para João Batista! Como seria fácil, pensamos, se como ele pudéssemos simplesmente retirar-nos para um lugar seguro separado! Mas não somos como ele. Nosso Senhor enviou-nos para o mundo em Suas próprias pegadas, "comendo e bebendo". Desde que Deus amou desse modo, o Seu mandamento para nós é ir "por todo o mundo" e proclamar Suas boas novas; e certamente esse "todo" inclui o indivíduo com o qual nós nos encontramos diariamente! Assim, encontramos aqui um problema sério. Como dissemos, presumivelmente deve haver um limite. Possivelmente Deus traçou em algum lugar uma linha de demarcação. Se ficarmos dentro dos limites dessa linha, estaremos seguros; se a cruzarmos, grave perigo nos ameaça. Mas, onde fica essa linha? Temos que comer e beber, casar e criar filhos, comerciar e trabalhar. Como fazer isso e, contudo permanecer incontaminados? Como misturar-nos livremente aos homens e mulheres os quais Deus tanto amou ao ponto de dar Seu Filho por eles, e ainda conservar-nos sem manchas do mundo?
Se nosso Senhor tivesse limitado nosso comprar e vender a uma certa quantia mensal, como seria simples! As regras seriam claras, para qualquer um seguir. Todos os que gastassem mais do que uma certa quantia por mês seriam cristãos mundanos, e todos os que gastassem menos não seriam apegados às coisas do mundo. Mas desde que o Senhor não estipulou números, somos incessantemente lançados sobre Ele. Para que? Creio que a resposta é maravilhosa. Para não sermos presos por regras, mas para que possamos permanecer todo o tempo dentro de limites de outro tipo: os limites da Sua vida. Se nosso Senhor tivesse nos dado um conjunto de regras e regulamentos para observar, então deveríamos tomar muito cuidado para permanecermos nelas. Contudo, na verdade nossa tarefa é algo muito mais simples e direto, isto é, permanecermos no próprio Senhor. Então podemos guardar a lei. Assim sendo, precisamos somente conservar a comunhão com Ele. E a alegria está em que, desde que estejamos bem próximos a Deus, o Seu Espírito Santo em nossos corações sempre nos dirá quando alcançarmos o limite! O segredo é viver em Cristo todos os dias, invocando o Seu nome: "Ó Senhor Jesus!"


Livro: "Não Ameis o Mundo". (Watchman Nee)

Jesus é o Senhor!
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