09 - O MUNDO INTEIRO JAZ NO MALIGNO.



"O mundo todo está sob o poder do maligno" (1°João 5:19) – não uma parte do mundo, mas o todo. Não pensemos sequer por um momento que Satanás opõe-se a Deus somente através do pecado e carnalidade nos corações dos homens; ele faz oposição a Deus através de cada coisa mundana.
Sim, concordo com você quanto ao fato de que as coisas do mundo são todas em certo sentido materiais, sem vida, intrinsecamente sem poder para prejudicar-nos; contudo, até mesmo isso deveria sugerir por si próprio que elas são resistentes ao propósito de Deus, como é na realidade tudo em que não haja o toque da vida divina.

A frase repetida "segundo a sua espécie" em Gênesis capítulo 1, representa uma lei de reprodução que governa todo o reino da natureza biológica. Não governa, contudo, o Reino do Espírito. Pois geração após geração, pais humanos podem gerar filhos segundo a sua espécie; porém uma coisa é certa: cristãos não podem gerar cristãos! Nem mesmo quando ambos os pais são cristãos os filhos serão automaticamente cristãos, nem mesmo na primeira geração. Será necessário um novo ato de Deus a cada vez.
E este princípio aplica-se, com não menos veracidade, aos negócios humanos em maior escala. Tudo o que pertence à natureza humana continua espontaneamente; "tudo o que pertence a Deus continua somente enquanto a operação de Deus continua". E o mundo inclui tudo o que pode continuar independente de atividade divina, isto é, que pode prosseguir por conta própria, sem necessidade de atos específicos de Deus para manter seu vigor.
O mundo, e tudo o que lhe pertence, faz isso naturalmente – é a sua natureza – e agindo assim move-se em direção contrária à vontade de Deus. Procuraremos agora ilustrar essa afirmação, pelas Escrituras e pela experiência cristã.

Tomemos primeiramente o campo da ciência política. A história de Israel no Velho Testamento fornece-nos o exemplo de uma nação altamente privilegiada, e de seu governo. Ficamos sabendo que o povo de Israel desejava manter relacionamento com as nações ao seu redor, e portanto desejava um rei.
Por ora deixaremos de lado a sua escolha de Saul, adiantando-nos até o ponto em que finalmente, no tempo escolhido por Ele, Deus deu-lhes o rei que elegera, que estabeleceria o reino sob a Sua própria direção.
Ora, mesmo sendo isso claramente obra de Deus, o curso natural do reino provou ser, "como as nações", dirigido para longe Dele. Pois um reino é algo mundano, e estando de acordo com todas as coisas mundanas, tende a colidir com o propósito divino.

Em qualquer parte do mundo em que o governo de uma nação seja deixado ao seu próprio destino, ele segue seu curso natural, que é mais e mais afastado de Deus. E o que é verdadeiro para políticas nacionais seculares, provou ser igualmente verdadeiro mesmo na divinamente escolhida, Israel.
Sempre que Deus cessou Seus atos específicos a favor deles, o reino de Israel derivou para alianças políticas idólatras. Houve recuperações, é verdade, mas cada uma delas foi marcada por uma definida intervenção divina, e sem tal intervenção o curso era sempre descendente.
A igreja de Cristo não deve entrar no sistema do mundo, pois ela foi chamada para fora do sistema do mundo.


Livro: "Não ameis o mundo" - (Watchman Nee).

Jesus Cristo é o Senhor, 
o único e suficiente Salvador.

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